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O pop e o rock no Brasil - Anos 80

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Salve galera, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Vamos continuar nosso passeio musical, agora pela ri- quíssima década de 80, a ''era de ouro'' para a música brasileira. Para quem viveu essa década em sua plenitude, sabe muito bem o que eu vou falar, pois foi uma época em que começaram a des-pontar...
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Salve galera, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Vamos continuar nosso passeio musical, agora pela ri- quíssima década de 80, a ''era de ouro'' para a música brasileira. Para quem viveu essa década em sua plenitude, sabe muito bem o que eu vou falar, pois foi uma época em que começaram a des-pontar as rádio de F. M. (Frequência Modulada). 
Lembro-me como se fosse hoje, eu agarradinho com meu rádio de pilha (isso era muito comum naquela época), ouvindo rádios de A. M. (Amplitude Modulada). Vou explicar rapidamente, dando um exemplo de como funcionam as diferentes frequências. 
Num exemplo só: vamos dizer que a A. M. é uma frequência que é retransmitida, via aquelas antenas enormes e que ''viajam'' eletricamente no espaço entre o solo e as nuvens, sendo enormemente castigadas em dias de chuva, dando aquela chiadeira toda. Agora, as rádios estão modernas, o sinal é via satélite, mas acontece essa mesma interferência em dias chuvosos e de muitos raios, criando muita estática. E, ainda, algumas rádios diminuem suas potências, à noite, para economia de energia.
Nas rádios de F.M., o sinal ''viaja'' no espaço, em linha reta, não chegando nem na metade da distância que daria entre o solo e as nuvens (dizem que as nuvens ficam à uma distância de 3 mil metros do solo), portanto, este sinal viaja limpo, sem interferência, mas, quando encontra um obstáculo na frente (uma montanha), ele se perde, sendo só sintonizadas estações de rádios próximas. Por isso essa enorme diferença de qualidade. 
Agora temos tudo via Internet, não podemos mais reclamar. Mas vamos voltar ao assunto que me traz aqui, por isso falei nas rádio, pois na década de 80 ''fervilharam'' novidades no mercado fonográfico brasileiro.
Anos 80
Para a música, os anos 80 foram uma década de criatividade, onde misturava-se o romantismo, com o bom humor, outras vezes se protestava, enfim, havia uma variedade incrível de estilos e tipos diferentes de artistas. Era um enorme prazer em ouvir as F.M.s da vida, porque havia muitas bandas e cantores novos, despontando para o sucesso. Alguns de um sucesso só, outros, em atividade até hoje.
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Os anos 80 foram, também, a era dos poetas Cazuza e Renato Russo, que nos presentearam com pérolas que curtimos até hoje, embora, infeliz-mente não os tenhamos mais juntos de nós. Artistas com ''A'' maiúsculo, que deram sua contri-buição à boa e nem sempre valorizada música brasileira.
Diz-se que esta década popularizou o rock, levando essas músicas para as F.M.s e aproximando o ritmo das massas, coisa que os anos 70 não conseguiram fazer. Por falta de espaço nas mídias e por isso mesmo com relativa (pouca) divulgação, o rock era considerado de pouca vendagem e pouco público para assistir um show. 
Eu sempre ouvi falar, que o rock era um gênero exclusivo da elite, na época, pois eram poucos que tinham acesso e sabiam como encontrar os discos nas poucas lojas especializadas. O movimento dos anos 80 só se aproveitou da onda do estilo musical, rock, que já havia se consagrado nos anos 70, no mundo todo.
Nos anos 80, houve a chamada ''explosão'' do rock brasileiro. Claro que isso só foi possível, em parte, à criação de casas de show, que divulgaram, e muito, bandas iniciantes. Posso citar duas casas de show que divulgaram essas bandas: Circo Voador, no Rio de Janeiro e Aeroanta, em São Paulo.
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Em 1982, no chamado ''verão do rock'', quem pri-meiro se apresen-tou nessas casas e fizeram muito su-cesso, porque isso eu lembro de ter lido na revista Bizz, foi a banda Blitz  (''Você Não Soube Me Amar''), João Penca & Seus Miquinhos Amestrados (''Lágri-mas deCrocodilo'') e Eduardo Dusek (''Rock da Cachor-ra'').
Antes de me aprofundar nas bandas e cantores que surgiram (e até terminaram) na década de 80, devo falar de um apresentador, misto de palhaço e ''entertainment'', chamado de Chacrinha. Abelardo Barbosa foi o apresentador que mais lançou bandas e cantores, e, podem falar o que quiserem, esteve sempre antenado com o que estava despontando na música brasileira. 
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Abelardo ''Chacrinha'' Barbosa
Quem vê seus vídeos na Internet, acredita que ele seja uma pessoa sem noção, quase um louco. Mas, ao contrário, ele sem-pre estava conec-tado com o que havia de melhor tocando nas rádios. Chacrinha foi para música brasileira, o que um caça talentos é para qualquer artista ou modelo. Posso afirmar, sem medo de errar, que sem Chacrinha, não teríamos escutado (e assistido) nem metade dos talentos que o pop rock brasileiro aplaudiu.
Lembro muito bem, de nas tardes de sábado assistir a seus programas (que se vistos hoje, parecem uma piada e ainda chamariam de brega), mas conheci muitos artistas ali naquele programa, como: Lobão, Marina Lima, Titãs, Kid Abelha & Seus Abóboras Selvagens (era assim que eles se chamavam), Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Ney Matogrosso (agora em carreira solo), e muitos outros.
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Kid Abelha original: George, Paula, Bruno e Leoni
Houveram muitas bandas (listarei algumas, descul-pem, mas foram tantas), mas vou citar nomes como: Sempre Livre, Lobão e os Ronaldos, Titãs (como citei acima), Metrô, Magazine (de Kid Vinil), Blitz, Herva Doce, Biquini Cavadão, Capital Inicial, Hanói Hanói, Hojerizah, Grafitti, Ed Motta & Conexão Japeri, Gang 90 e as Absurdettes e outros tantos grupos. Na parte dos cantores (as), posso citar: Léo Jaime, Lobão, Ritchie, Lulu Santos, Marina Lima, Cazuza (após a saída do Barão), Ed Motta (agora solo), Alice Pink Pank e May East (ex-Absurdettes) entre tantos outros.
Vou regionalizar o nascimento de algumas bandas e cantores: no Rio de Janeiro surgiram Léo Jaime, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Uns e Outros, Lulu Santos, Ritchie e Lobão. Em 1981, o Festival Punk, em São Paulo, revelou bandas como: Inocentes, Cólera e Ratos de Porão (do João Gordo). Além desse festival, surgiram, também, bandas como Titãs, Ultraje a Rigor (ainda com Edgard Scandurra, que depois tocou no Ira!), RPM, Zero, Ira!, Metrô e Magazine. Tínhamos ainda em São Paulo, os independentes (bandas ou cantores sem gravadora) Smack, Fellini (lembro que os críticos falavam bem deles, nas revistas), Mercenárias, Akira S e as Garotas Que Erraram e Voluntários da Pátria.
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Em Brasília, algu-mas bandas que surgiram, depois se transferiram para o Rio de Janeiro ou São Paulo, como: Aborto Elétrico (Renato Russo participou), depois virou Capital Inicial (se fixou em São Paulo) e Plebe Rude.
Do Rio Grande do Sul, meu estado natal, vieram: Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, TNT, Garotos da Rua, Cascavelletes, Taranatiriça, Os Replicantes, Os Eles, Bandalieira, DeFalla, entre outras. Na Bahia, chegou ao sucesso o Camisa de Vênus, de Marcelo Nova.
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Banda Sepultura na década de 80.
No heavy metal, ori-ginou-se em Minas Gerais, a banda bra-sileira de maior su-cesso, o Sepultura, que toca o estilo trash metal, com ''letras'' em inglês. Uma vez, li na revista Bizz, que os países onde se ouvia Sepultura não entendiam nada do que eles cantavam. Embora os títulos sejam em inglês, a língua em que eles cantavam era pura invenção dos inte-grantes. Claro, que isso no tempo em que Max Cavalera ainda fazia parte da banda.
Outra banda que conseguiu algum destaque no exterior, mais precisamente no Japão, foi a paulista Viper, que também tinha as letras em inglês. Dessa banda saiu o vocalista André Matos, que participou de outras duas grandes bandas: Angra e Shaman.
De algumas bandas saíram muitos artistas em carreira solo. Do Lobão e os Ronaldos, saiu Lobão, do Barão Vermelho, saiu Cazuza (como já citei acima), do grupo Gang 90 & As Absurdettes, saíram para carreira solo Mae East e Alice Pink Pank (como também já citei) e da formação original de João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, saíram Eduardo Dusek e Léo Jaime.
Deixei para esta parte, aquilo que os críticos acreditavam ser ''o quarteto sagrado''. Vou explicar e comentar sobre as quatro badaladas bandas dos anos 80 que têm fôlego de gato e que seriam quatro ainda, não fosse a morte do vocalista de uma delas (já sacou, não é?). Vou citar uma a uma com um breve histórico.
Os Paralamas do Sucesso - carioca do Rio de Janeiro, mas seus integrantes haviam se conhecido em Brasília (por isso as pessoas diziam que eles faziam parte da ''turma de Brasília'') e começaram tocando na garagem da casa da avó de Bi Ribeiro, um dos integrantes. 
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Os Paralamas do Sucesso: Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone.
No início, seu estilo misturava rock com ska e reggae e mais tarde agregaram ritmos latinos. Durante o ensaio, o que se ouvia não eram músicas sérias. Tanto que o nome do grupo foi escolhido porque eles acharam engraçado. 
Escreveram a música "Vital e Sua Moto", tendo como ''protagonista'' um ex-baterista,Vital Dias, e mandaram uma fita com essa e mais 3 músicas para a Rádio Fluminense. Esta música foi muito tocada durante o verão de 83, e os Paralamas tiveram a primeira grande apresentação, ao abrir para Lulu Santos no Circo Voador.
Durante sua carreira, houveram muitos altos e baixos, como no início. Gravaram seu primeiro disco que ficou esquecido pela mídia. Só engrenaram em 1984, com o disco O Passo do Lui, que trouxe uma sequência de êxitos como ''Óculos'', ''Meu Erro'', ''Me Liga'', ''Ska'' e ''Romance Ideal''.
Essa combinação de sucesso popular mais a aclamação da crítica especializada, acabou levando o grupo a tocar no Rock in Rio, no qual o show dos Paralamas foi considerado um dos melhores. De lá até hoje, são 11 álbuns de estúdio, 7 álbuns ao vivo, 8 álbuns internacionais, 4 coletâneas oficiais e 10 DVDs lançados no decorrer de sua carreira.
Está em atividades até hoje, mesmo após o acidente que deixou Herbert Vianna preso à uma cadeira de rodas, vítima de um acidente aéreo em que Herbert pilotava um ultraleve e perdeu sua mulher nesse episódio. 
Titãs - paulista, iniciaram sob o nome de Titãs do Iê-Iê, reduzindo mais tarde. Quando apareceram na mídia com seu primeiro sucesso ''Sonífera Ilha'', já assinavam apenas Titãs. No início, misturavam estilos como o new wave, o reggae e a MPB. No período de 1982 à 1984, nove integrantes formavam o grupo, só se tornando octeto por causa da morte do guitarrista Marcelo Fromer, atropelado por uma moto. Na época, chegou até se cogitar o fim do grupo, porém, eles decidiram seguir em frente. Como diz o ditado popular, ''A vida continua'', e eles prosseguiram. 
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Titãs, na época de ''Sonífera Ilha''.
Curiosidade: os Titãs estavam insa-tisfeitos com o jeito de tocar bateria de André Jung e decidiram o subs-tituir, pois estavam admirados pela for-ma de tocar de Charles Gavin, ba-terista que estava, na época, ensai-ando com o RPM, e que, também, já havia feito parte da banda Ira! 
André Jung não ficou nem um pouco satisfeito em saber que seria substituído, pois já tinha feito planos de passar o ano novo, com a namorada, no Rio de Janeiro. Com a decisão da banda, André voltou para São Paulo e dois dias depois, já entrou para o grupo Ira! 
Outro músico que não ficou satisfeito, foi Paulo Ricardo, que só descobriu que o baterista tinha saído do RPM, quando assistiu um programa de televisão que mostrava a preparação dos Titãs para um show e ele estava lá, como novo integrante da banda, fato este, que deixou um clima tenso entre Paulo Ricardo  e Charles Gavin.
Barão Vermelho - banda carioca, surgida em 82, onde seus jovens integrantes aproveitaram a oportunidade porque um deles era filho de um produtor musical da Som Livre, no caso, Cazuza, e lançaram dois discos antes de alcançarem o sucesso. Eles podiam até ser promissores, mas as emissoras de rádio não queriam tocar suas músicas. Até que Ney Matogrosso gravou ''Pro Dia Nascer Feliz'', daí sim é que as rádios começaram a tocar a versão original do Barão. Na época, Caetano Veloso disse que Cazuza era um grande poeta e incluiu "Todo Amor Que Houver Nessa Vida'' no repertório de seu show. 
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Barão Vermelho no começo: Guto, Frejat, Cazuza, Maurício e Dé.
A partir daí, o Barão Vermelho começou a ter o destaque que merecia e, devido à toda essa repercussão, foram convidados para gravar a trilha so-nora do filme Bete Balanço, um su-cesso de bilheteria. 
Em 1984, sua música já tocava em todo o país e eles aproveitaram o embalo para gravar o terceiro disco, Maior Abandonado, que ultrapassou as 100 mil cópias vendidas em apenas seis meses, uma dificuldade para a época, o que os levou ao convite para abrir os shows internacionais no Rock In Rio, em 1985. Depois de tanto sucesso, estava claro para todos, que a carreira da banda estava consolidada.
Mas como nem tudo são flores, Cazuza, começou a fazer uma mistura ''venenosa'' para sua vida. Começou a abusar do álcool e a injetar cocaína na veia, segunda a própria biografia autorizada dele e que, mais tarde virou filme. Por si só, isso já é perigoso e ainda, promiscuamente, fazia uso do compartilhamento de seringa. Na época, a Saúde Pública brasileira alertava sobre o risco de se contrair AIDS, tão temida nos anos 80, através do uso coletivo da mesma seringa.
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Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza.
Cazuza tanto fez, que começou a não ir mais ensaiar e se atrasava regular-mente às grava-ções da banda. Ele já havia falado sobre sua vontade em seguir carreira solo para todos os integrantes do Barão Vermelho. Frejat o apoiara, contanto que Cazuza não abandonasse a banda. 
Sua saída foi bastante conturbada, sendo anunciado, inclusive, no final de um show. Isso abalou, e muito, a forte amizade que unia Frejat e Cazuza e que só veio a ser restabelecida anos mais tarde. Cazuza levou junto, com sua saída do Barão, algumas músicas que a banda já estava ensaiando para o próximo disco e as usou em seu disco solo.
O Barão Vermelho superou este forte baque em sua carreira e conseguiu prosseguir, diga-se de passagem, com bastante empenho e profissionalismo, embora tenha demora mais algum tempo para emplacar. Isso só aconteceu quando lançaram o disco Carnaval, em 1988, que estourou em vendagens quando ''Pense e Dance'' entrou para a trilha sonora da novela Vale Tudo, da Rede Globo, voltando a se firmar no cenário musical, agora com Frejat nos vocais.
Legião Urbana - não quero exagerar, mas talvez seja a mais influente banda dos anos 80. Fundada em 1982, em Brasília, após a saída de Renato Russo da banda Aborto Elétrico, que mais tarde, parte dos seus integrantes formariam o Capital Inicial.
Renato era uma pessoa muito culta, lia obras de escritores chamados ''cabeça'', e tudo isso foi adicionado ao seu jeito de escrever. Ele levava histórias simples, como ''Eduardo e Mônica'', que fala sobre a diferença de idade no relacionamento de um casal de amigos e ''Pais e Filhos'', que fala sobre o conflito entre gerações, onde filhos acham seus pais chatos, mas ele querem só protegê-los.
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Legião no início: Renato Rocha, Renato Russo, Dado e Bonfá.
A banda terminou na década de 90, mais precisamente, em 1996, com a morte de Renato, mais tarde relatado em diversos meios de mídia, como causa principal consequências da AIDS, pois ele se recusara em tomar o coquetel de drogas que era oferecido, na época, e que ajudou muita gente a prolongar (alguns até hoje) suas vidas. Mais tarde, em uma próxima postagem, falarei somente a Legião Urbana.
Bem pessoal, por aqui eu encerro essa década maravi-lhosa para a música nacional. Me perdoem, mais uma vez, se eu esqueci alguma banda ou cantor (talvez, de sua preferência) mas, eram tantas, que haja memória para recordar de todas agora. 
Obrigado por mais essa visualização no blog e até a década de 90, próxima postagem, em breve. 
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Mais sobre os anos 80 em:

O pop e o rock no Brasil - Anos 90

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Olá galera que prestigia o Blog do Véio, sejam bem vindos. Nesta pos-tagem eu comen-tarei sobre a dé-cada de 1990, suas revelações musi-cais, suas notas tristes (isso acon-tece com todos os mortais) e o que de bom ela deixou para o terceiro milênio. 
Anos 90
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A década de 90 começou com uma...
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Olá galera que prestigia o Blog do Véio, sejam bem vindos. Nesta pos-tagem eu comen-tarei sobre a dé-cada de 1990, suas revelações musi-cais, suas notas tristes (isso acon-tece com todos os mortais) e o que de bom ela deixou para o terceiro milênio. 
Anos 90
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A década de 90 começou com uma triste notícia: em 7 de julho de 1990, aos 32 anos de idade, morria um dos maiores com-positores da música brasileira. Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhe-cido como Cazuza, sucumbia à AIDS ou SIDA (Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida). Em 1989 havia se declarado soropositivo, ou se-ja, estava infectado com o vírus da AIDS (comentei sobre sua vida polêmica na postagem dos anos 80).
Em outubro de 1990, uma novidade estreava, a MTVBrasil, que veio estabelecer o contato do público entre o som e o vídeo clipe dos artistas nacionais e internacionais, para que pudéssemos visualizar a imagem que a banda ou o artista passava através de sua música. A MTVBrasil chegou quase nove anos após a MTV americana ter estreado.
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Os mineiros do Skank.
Em 1991, o primeiro ''grande grupo'' da década, estreou. Nascida em Minas Gerais, o Skank, banda que mistu-rou os gêneros rock, reggae e dub (técnica que retira grande parte dos vocais e se valoriza o baixo e a bateria), influenciados pelo clima dancehall de Bob Marley. Nesta década também surgiram mineiros como Jota Quest, Pato Fu e Tianastácia. 
Nascida em 1993, Jota Quest é uma banda de pop rock que em muitas vezes abusa do eletrônico, por isso ser definido como um grupo pop. 
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Em 1994, nasceu o Mangue beat, um movimento contra-cultural que mistu-rava ritmos regio-nais, como o mara-catu, com rock, hip hop, funk rock e música eletrônica. O resultado disso foi a mistura de percus-são pernambucana e guitarras pesa-das (a crítica ado-rou), liderados por Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A. O movimento tinha co-mo principais críti-cas, o abandono econômico-social do mangue, da desigualdade do que estava fora do eixo Rio-São Paulo. Participavam do movimento, também, as bandas BaianaSystem, Sheik, Tosado, Mestre Ambrósio, DJ. Dolores, Comadre Fulozinha, Jorge Cabeleira, Eddie, Via Sat e Querosene Jacaré.
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Raimundos
Dois grupos que fizeram sucesso pe-lo seu bom humor, nasceram, respec-tivamente em 1994, os brasilienses Rai-mundos que cria-ram um estilo chamado forrocore, ou seja, forró mis-turado com hard core. Em 1995, os paulistas de Gua-rulhos, Mamonas Assassinas, trou-xeram seu bom humor e alegria, fazendo parodias que iam do heavy metal ao sertanejo (mais tarde, farei uma postagem exclusiva deles).
Alguns rappers tiveram ligação com o rock, como Gabriel, o Pensador, Planet Hemp (pedindo a legalização da maconha) e o Pavilhão 9 (falando sobre a violência policial).
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Também destaco O Rappa, banda for-mada em 1993, às pressas, para a vinda do cantor Papa Winnie, que aqui fez shows, onde esses músi-cos acompanharam sua turnê pelo Brasil, naquele ano, como banda de apoio. Após este período, decidiram continuar e anun-ciaram em jornal que precisavam de um vocalista, que foi escolhido em uma extensa lista, o nome de Marcelo Falcão. Suas letras têm forte impacto social e seu som mistura (nem a banda sabe definir) desde rock, samba, pop, rap e MPB com uma pitada de reggae.
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Charlie Brown Jr.
Outro destaque, Charlie Brown Jr., paulistas de Santos, formada em 1992, misturou vários es-tilos como o rock, hardcore, o reggae, o rap, o skate punk, criando um estilo próprio.
Tivemos, ainda, a carioca Cássia Eller, cantora de voz grave, com um repertório eclético, interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro como Cazuza e Renato Russo, artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, o pop de Nado Reis e rocks clássicos de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Rita Lee, Beatles, John Lennon e Nivana.
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Los Hermanos
Tivemos, ainda, a banda carioca Los Hermanos, que fler-taram com o ska e o hardcore, mas que predominou seu estilo na mistura de rock com MPB, surgiram com ''Anna Júlia'', canção pop que não combinava com sua imagem intelectual.
No segmento heavy metal, o Sepultura teve um crescimen-to de popularidade nos anos 90, fazendo da banda uma das principais do metal mundial, o que lhes trouxe razoável exposição e caiu no gosto dos amantes do heavy. Pouco tempo depois, Max Cavalera deixou a banda.
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Também no heavy metal, o Angra, que gravou músicas em inglês, seguindo o caminho do Sepul-tura, e que mistu-rou power metal com ritmos tipica-mente brasileiros, alcançou sucesso na cena metal bra-sileira e reconheci-mento mundial, o que os fez serem bem recepcionados na França e, princi-palmente, no Japão.
Outro fato da década, é que todas as bandas do ''quarteto sagrado'', com exceção da Legião, tiveram que se reinventar para reconquista a audiência, que estava caindo gradativamente. Os Paralamas, depois de uma fase experimental, voltaram às paradas com ''Vamo Batê Lata'', seus álbum de 1995, os Titãs voltaram com seu ''Acústico MTV'', de 1997 e o Barão Vermelho voltou com o semi-eletrônico ''Puro Êxtase'', de 1998 .
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Em outubro de 1996, morria, Rena-to Manfredini Junior, o Renato Russo, grande compositor e cantor brasileiro, que ficou conhecido por ter sido o voca-lista e fundador da banda Legião Urba-na. Renato morreu, aos 36 anos de ida-de, devido às com-plicações causadas pelo HIV. A história completa de Renato & Legião Urbana, comentarei mais tarde em outra postagem.
Bem pessoal, por enquanto era isso. Muito obrigado por mais essa visualização, volto com a próxima postagem sobre o Terceiro Milênio. 
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Veja mais dos anos 90 em:

Os diferentes estilos da dance music

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Olá, sejam bem vindos ao blog. A minha idéia hoje é um pouco louca: tentar definir as vertentes da dance music. Ninguém gosta de rótulos, mas vou tentar definir o indefinível (nossa, como estou filosofando!). A maioria das pes-soas generaliza a dance music como música eletrônica. Sim, ela...
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Olá, sejam bem vindos ao blog. A minha idéia hoje é um pouco louca: tentar definir as vertentes da dance music. Ninguém gosta de rótulos, mas vou tentar definir o indefinível (nossa, como estou filosofando!). A maioria das pes-soas generaliza a dance music como música eletrônica. Sim, ela não deixa de ser eletrônica, porque tem alguém produzindo com sons artificiais esses petardos musicais. Mas, espera lá! Tem muito mais coisa por trás disso tudo! Agora vou começar um pequeno histórico de cada subgênero.
* Disco music - a música ''discoteca'' ou simplesmente disco, foi um gênero musical surgido na década de 70, com influência da soul music e do funk, dois estilos de música negra que tinham muito ritmo. Esse estilo foi amplamente divulgado mundialmente através de três filmes que se passam, na maioria do tempo, dentro de uma discoteca, em uma pista de dança: ''Saturday Night Fever - Os Embalos de Sábado à Noite'', ''Até Que Enfim é Sexta-Feira'' e ''Studio 54''. Estes filmes contam o que os jovens passavam naquela época, dentro de uma discoteca. Destaco como expoentes da disco, quatro grandes vendedores de disco, mundialmente falando: ABBA, Bee Gees, Donna Summer e Boney M.
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* E-music - a e-music ou electronic music, mostra que a música eletrônica não é nova, não. Surgiu no final da década de 60, com a banda alemã Kraftwerk. Esse es-tilo de música foi uma grande in-fluência para a dance music e Kraftwerk, conside-rada como a primeira banda de música eletrônica.
* Synthpop - música que utiliza sintetizadores (teclados que emitem diferenciadas sonoridades), muito usado nos anos 80 por bandas como: Depeche Mode, New Order, Pet Shop Boys, Erasure, Human League, Eurythmics, Devo e outras.
* Eurodance - música surgida na Europa, derivada da ítalo disco. Ganhou popularidade nos anos 90, quando os artistas de música eletrônica europeus começaram a difundir um ritmo mais acelerado, enérgico, acelerando as batidas da ítalo disco e mesclando, ora com vocais masculinos com uma backing vocal cantando o refrão, ora com uma voz feminina e rap masculino. Se destacam nesse gênero, nomes como: Culture Beat, Kylie Minogue, Technotronic, 2 Unlimited, Cappella, Haddaway, Captain Hollywood Project, 2 Brothers On The 4th Floor, Whigfield, Masterboy, Gottsha (brasileiríssima), D.J. Bobo, Double You, Ice M. C., Alexia, Corona, Fun Factory e muitos outros.
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* Techno - estilo de música eletrônica dançante, de ritmo acelerado e melodia monótona. Surgida na década de 80, se assemelha ao estilo house, com estilo criado nos Estados Unidos com influências alemãs. Esse estilo identificava todas as músicas que eram feitas exclusivamen-te por computador, sem fazer uso de instrumentos musicais tradicionais e, nem sempre, com pouca utilização de vocais.
* Trance - estilo de música eletrônica nascido na Alemanha, derivado da house music e techno, mas com características específicas como batidas repetitivas e melodias progressivas, que levam o ouvinte, geralmente jovem, a um estado de transe. Por isso, trance, literalmente transe, é um gênero que oscila seu tempo entre 130 e 190 bpms e utilização excessiva de sintetizadores.
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Local aberto com amplo espaço para rave.
* Psy Trance - estilo musical nascido em Israel e conhecido como psychedelic (psicodélico), riva-liza com o trance, porque mantém a mesma proposta de transe que o trance tem. Sua estrutura também mantém bpms altas, sinteti-zadores e pode, ou não, apresentar melodia com vocais. Estilo bastante frequente em festas ''rave'' (produzidas em locais amplos ou lugares abertos), onde, normalmente (sem policiamento) usa-se a droga chamada ''pílula do amor'' (ecstasy), que produz energia suficiente para uma pessoa dançar a noite inteira, sem parar.
* Electro House - também conhecido por dirty house, é um subgênero da house music que se caracteriza pela mistura do electro dos anos 80, por exemplo, ''Planet Rock'' de Afrika Bambaataa e ''Rockit'' de Herbie Hancok, ambas de 1983, somados à musicalidade da house music atual, além dos pesados e graves baixos. É uma vertente da e-music que se caracteriza pelos graves fortes, melódicos, a batida do house e alguns elementos de psicodelia. Destacam-se artistas como: Wolfgang Gartner, Star Killa, Hardwell, Erick Morillo, Deep Dish, Benny Benassy, Felguk, Tiga, Fedde Legrand, David Guetta, DJ. Solovey, The Saturdays, Martin Garrix e muitos outros mais.
* Chillout - termo da língua inglesa que significa ''relaxar totalmente'', ''não deixar que as coisas te incomodem''. Originalmente não era considerado um estilo musical, mas um ambiente para relaxar, lugar onde se tocavam músicas calmas, semelhantes ao que se entende atualmente por chillout. Com o tempo, chillout começou a ser usado para se referir ao estilo musical em si. Estilo surgido na metade dos anos 90, sua batida tem bpms muito baixas, com a inciativa dos produtores das bandas The Orb e The KLF. Atualmente o gênero chillout é usado pelos D.J.s em festas que começam cedo da tarde e as seleções musicais deste estilo abrem os trabalhos desses profissionais com um tipo de ''esquenta'' chamado warm up. Os outros estilos seguem durante o resto da noite.
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Casa noturna também designada boate ou danceteria.
* House Music - estilo musical que surgiu nos Estados Unidos, teve como um de seus ''pais'' o D.J. e produtor norte-americano, Frankie Knuckles, um dos pioneiros do gênero. Tem como característica uma batida 4 x 4 gerada numa bateria eletrô-nica, com uma linha de baixo, também eletrônica, às vezes com acréscimos de samplers (pequenos trechos retirados de outras gravações ou músicas). Representa a evolução da disco music dos anos 70 e seus D.J.s/produtores desenvolveram seus projetos musicais e/ou grupos, tendo origem na Itália, Alemanha, Bélgica, além dos Estados Unidos e Reino Unido.
Diz a lenda, que o nome house, ''casa'' em inglês, tenha surgido do nome de uma casa noturna de Chicago, chamada The Warehouse, que funcionou de 1977 a 1982. Nesta casa noturna, trabalhou o D.J. Frankie Knuckles. Ele deixou a casa em 82, mas o termo ''house'' tornou-se popular entre os habitantes de Chicago, se referindo às seleções musicais de Frankie Knuckles. Curiosidade: No Brasil, a house destronou outros ritmos em 1989 (dois anos após o surgimento da house), por causa do mega hit ''Pump Up The Jam'' do Technotronic. O hit e o gênero em geral, invadiram as pistas de dança brasileiras e a house ficou conhecida popularmente por ''poperô''.
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* Deep House - estilo também derivado da house music, surgiu na década de 80, misturando elemen-tos da chamada Chicago house com o jazz, o funk e um toque de soul music. Tem como característica o an-damento da música com batidas entre 110 e 130 bpms e o uso constante de vocais. Característica essa, muito mais comum nesse gênero que nos outros estilos. Dizem os especialistas: ''A deep house possui melodias dissonantes lentas e concentradas, com um comportamento suave e elegante. Raramente a música atinge um climax (''pico de euforia''), ao contrário dos outros subgêneros de house music, mas persiste como um som confortável e relaxante''. Concordo, este estilo é, como direi, mais sofisticado, um passeio onde você passa pelo que a música tem de mais harmonioso, sublime. Nela os D.J.s brincam com as sonoridades, criam efeitos, e é, ao mesmo tempo, gostoso de se ouvir e, porque não, dançar sem se sentir sufocado pelos apelos exagerados da house music. Só quem é apaixonado por música irá entender o que falo. 
Devo salientar que existem muitos outros gêneros como o breakbeat, o garage house, o industrial, o hardhouse, drum 'n' bass  e muitos outros que teria que dividir esse comentário em duas partes, mas eu destaquei as principais ou mais conhecidas. Vejam vocês, que as duas vertentes da dance music que eu deixei para o final são as minhas preferidas dentre todos o gêneros citados. Claro que eu gosto muito da eurodance, além das músicas 80's e 90's. Como eu faço comentários sobre diversos assuntos, eu deveria ser imparcial, mas eu vou ser diferente, não posso me abster, eu gosto muito desses dois gêneros. São estilos dançantes, normalmente possuem vocais poderosos e eu sou aficionado por artistas que literalmente ''se acabam'' tentando dar o melhor de si em vocais emocionantes e harmoniosos. 
Por isso que eu sempre digo: música com vocal tem que ter alguém ''se esgoelando'' para passar emoção para quem ouve. Porque, vamos ser bem sinceros, cantar é para poucos e esses poucos nasceram com ''o'' dom. E viva a boa música! 
Obrigado galera por mais essa visualização, e até a próxima postagem. 
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Curta mais dos estilos de dance music em:
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O rock e o pop no Brasil - Terceiro Milênio

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Salve galera que curte o Blog do Véio. Fico feliz em saber que se estão aqui, foi porque o assunto lhes interessou e, para mim, isso é muito importante, saber que vocês querem saber ou relembrar tudo o que leram e ouviram da música brasileira até agora. Fiquem agora com os comentários sobre os 15...
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Salve galera que curte o Blog do Véio. Fico feliz em saber que se estão aqui, foi porque o assunto lhes interessou e, para mim, isso é muito importante, saber que vocês querem saber ou relembrar tudo o que leram e ouviram da música brasileira até agora. Fiquem agora com os comentários sobre os 15 atuais anos de música brasileira.
O Terceiro Milênio
Duas décadas bastante tristes para a música brasileira, com a morte de alguns artistas, que já haviam alicerçado suas carreiras e alguns acidentes que de certa forma chocaram seus públicos e transformaram o rumo de algumas bandas e cantores(as). Juro para vocês que eu não queria terminar (a década ainda está na metade) esta postagem de maneira tão trágica, mas as mortes não anunciadas abalam demais por não estarmos preparados para elas.
Década de 2000
O início da década foi ''trágico'' para o rock brasileiro. Vou relatar os acontecimentos e algumas decisões tomadas após os acontecidos, de maneira cronológica, para que saibam como aconteceram .
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Herbert Vianna e Marcelo Yuka
No início do mês de novembro de 2000, Marcelo Fontes do Nascimento Viana de Santa Ana, ou Marcelo Yuka, baterista da banda O Rappa, foi vítima de um assalto, ao qual tentou fugir e foi baleado, o que o deixou paraplégico e o impossibilitou de tocar bateria. Um fato curioso, para não dizer irônico, foi que o assaltante, após ser preso, disse à polícia que não reconheceu Yuka, pois era um grande fã da banda. Coisas da vida.
No mês de fevereiro de 2001, Herbert Lemos de Sousa Vianna, vocalista, guitarrista, jornalista, e principal compositor do grupo Os Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente aéreo no Rio de Janeiro, quando o ultraleve que pilotava (onde estava também sua mulher, Lucy) caiu no mar por problemas de fabricação, na baía de Angra dos Reis, quando tentou realizar um ''looping''. No acidente, Lucy morreu e Herbert ficou internado por 44 dias, parte deles em estado de coma. O músico ficou paraplégico e perdeu parte da memória depois do acidente, porém, gradualmente, através de um processo de recuperação, retomou sua carreira. Voltou aos palcos e já gravou quatro álbuns depois do acidente.
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Marcelo Frommer, guitarrista dos Titãs.
Em razão de um atropelamento causado por um motociclista, mor-ria, em junho de 2001, aos 39 anos, Marcelo Frommer, guitarrista da banda Titãs. Depois de uma difícil decisão, onde pesou até mesmo o fim da banda, Os Titãs re-solveram continuar sem Marcelo. 
Em dezembro de 2001, morria, Cássia Rejane Eller, cantora e violo-nista, aos 39 anos de idade, no auge de sua carreira. Embora muitos pensassem que ela havia morrido por over-dose de cocaína, já que era usuária da droga desde a adolescência, o laudo do legista revelou que a causa de sua morte havia sido em razão de um infarto repentino.
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Rodolfo, ex-Raimundos
Algumas bandas dos anos 90 pas-saram por mudan-ças: No Raimun-dos, Rodolfo con-verteu-se ao protes-tantismo e saiu da banda para formar o Rodox (que aca-baria algum tempo depois) e, atual-mente, faz carreira solo com músicas gospel. A banda Skank fez experi-mentalismo nos dis-cos de 2003, Cosmotron e o de 2006, Carrossel, voltando às origens em 2008, com Estandarte.
Surgiram bandas como CPM 22, Cachorro Grande, Reação Em Cadeia, Detonautas Roque Clube e a cantora Pitty, que tomaram a atenção da mídia durante toda a década.
Surgiram, a partir de 2000, bandas de rock contendo letras simples e que tratam de sentimentos e emoções, popular entre o público jovem, e que tiveram influências do emocore, hardcore melódico e do pop punk, como Nx Zero, Fresno, Forfun, Strike, entre outras.
Década de 2010
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Os coloridos do Restart.
Uma tendência que entrou em destaque no cenário musical brasileiro, foram as chamadas Bandas Coloridas, com foco definido e dedicado especialmente para o público feminino jovem, tendo como suas principais características as roupas coloridas, óculos estilizados, letras alegres e agitadas e o uso de sintetizadores. 
O sucesso começou com a banda Cine, que com seu single ''Garota Radical'' em 2009, obteve grande sucesso nas rádios, tanto pela música, como pelo estilo em se vestir dos integrantes. 
Depois disso, outras bandas adotaram o estilo, como a banda Hori e a cantora Jullie. Em 2010, surgiu a banda Restart, que popularizou e firmou o estilo de vez no Brasil, apesar de muito criticado (inclusive pela banda Cine).
Depois que as bandas brasileiras aderiram ao estilo (já que foram influenciado por bandas norte americanas), os fãs também começaram a vertir-se com o mesmo visual aderido pelas bandas. O dito estilo colorido é cultuado, principalmente, por jovens e adolescentes, o que gerou polêmica na sociedade e culminou quando, ao receber um prêmio, a banda Restart apareceu com calças com a estampa de ''oncinha'', o que ''queimou o filme'' para as bandas coloridas.
Depois deste evento, várias bandas abandonaram os coloridos em suas roupas, entre elas Cine, Replace e Izi, inclusive não aceitam mais o rótulo de ''happy rock'' que a banda  Restart criou. 
Na última década surgiram no cenário alternativo, bandas como: O Terno, Apanhador Só, Maglore, Vespas Mandarinas, Selvagens à Procura de Lei, Vivendo do Ócio, com influências do rock brasileiro e do indie rock.
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Talvez o único fenômeno roqueiro recente, tenha sido a da banda Malta, vencedora do pro-grama Superstar, da Rede Globo, e que logo de saída receberam a certi-ficação de Disco de Platina Triplo, refe-rente a 300 mil cópias vendidas do seu primeiro álbum, SupernovaOutro grupo que também se destacou, nesta mesma temporada do Superstar, ganhando diversos admiradores e fãs em todo o país, foi a banda Suricato.
Recentemente as bandas Ira!, Viper, RPM e Gram retomaram suas atividades. Barão Vermelho, Kid Abelha e Camisa de Vênus vem se reunindo para eventuais turnês comemorativas.
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As tragédias tam-bém abalaram a dé-cada de 2010. Em março de 2013, Alexandre Magno Abrão,  mais conhe-cido pelo seu nome artístico Chorão, tinha as funções de cantor, compositor, cineasta, poeta, roteirista e empre-sário brasileiro. 
Foi o vocalista, principal letrista e co-fundador da banda santista Charlie Brown Jr., formada em 1992, sendo o único integrante a participar de todas as formações. Com o Charlie Brown Jr., lançou dez discos, que somaram cinco milhões de cópias vendidas. 
Chorão foi encontrado morto por seu motorista, na madrugada do dia 06 de março de 2013, no apartamento em que ele ocupava esporadicamente, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A causa da morte foi por overdose de cocaína, segundo o laudo apresentado pelo Instituto Médico Legal.
Em uma entrevista dada dias após a morte de Chorão, sua ex-esposa afirmou que Chorão era dependente de drogas (cocaína), e que a dependência piorou em 2005, quando ele ficou muito triste com o fim da formação original da banda. 
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Champignon, do Charlie Brown Jr.
Em setembro de 2013, cometeu suicídio Luiz Carlos Leão Duarte Junior, conhecido como Champignon, baixista da banda Charlie Brown Jr. Ele havia assumido os vocais da banda após a morte de Chorão, além de mudar o nome da banda para A Banca, em homenagem a ele. Champignon cometeu suicídio com uma arma de fogo, após discussão com sua mulher, grávida de cinco meses. 
Ele tinha 35 anos de idade e tirou a própria vida seis meses após Chorão ter morrido e quatro meses depois que Pedro Sérgio dos Santos Maia de Sousa, mais conhecido por Peu Sousa, ter cometido suicídio, também. 
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Pedro Sérgio dos Santos Maia de Sousa, mais conhe-cido como Peu Sousa era um gui-tarrista e compositor baiano, companhei-ro de Champignon na banda Nove Mil Anjos (em que inclusive participou Junior Lima, ex-Sandy & Junior) e que ficou famoso por acompanhar a cantora Pitty. Peu Sousa cometeu suicídio após uma discussão com sua esposa, que saiu de casa levando os dois filhos. A esposa, ao retornar, bem mais tarde, encontrou o corpo de Peu enforcado com um cinto, no quarto do casal. Peu tinha 35 anos de idade.
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Em fevereiro de 2015, uma funcio-nária de um hotel em Guarujá, São Paulo, encontrou Renato da Silva Rocha, também conhecido por Billy ou Negrete, morto no quarto . Renato era baixista e também compositor da banda Legião Urbana, e participou dos três primeiros discos do grupo: Legião Urbana, Dois e Que Pais é Este.
Este tipo de episó-dio acontece com qualquer ser humano comum, porque não poderia acontecer com um artista, também? Infelizmente as perdas fazem parte da história musical, afinal o próprio Cazuza escreveu: ''Meus heróis morreram de overdose'', se referindo à morte por overdose de Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison (The Doors) e alguns outros que tiveram um final trágico e saíram de cena do mundo musical.
Bem pessoal, infelizmente estou encerrando de maneira triste esta metade de década e também a História do Pop e do Rock Brasileiro. Mas isso não é, de maneira alguma, baixo astral para a música brasileira, afinal, só coincidiu de acontecer seguida uma após a outra. Como já disse, são coisas da vida. Valorizo cada vez mais as coisas boas que a vida tem a nos proporcionar. E viva a boa música!!!
Muito obrigado por terem visualizado mais esta postagem e até a próxima, da qual comentarei sobre o Faith No More.
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Mais sobre o pop e o rock de 2000 até 2015 em:

Faith No More

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Salve galera, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Vou co-mentar agora, sobre uma banda que me chamou muita aten-ção quando lançou seu terceiro disco (já que os outros eram totalmente desconhecidos para mim) no final da década de 80, em 1989.
Seu estilo, que vou comentar daqui há pouco, misturou ritmos...
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Salve galera, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Vou co-mentar agora, sobre uma banda que me chamou muita aten-ção quando lançou seu terceiro disco (já que os outros eram totalmente desconhecidos para mim) no final da década de 80, em 1989.
Seu estilo, que vou comentar daqui há pouco, misturou ritmos que ainda não os tinha ouvido junto ao rock, fato que aguçou interesse dos amantes do hip hop, do próprio rock e até aqueles que torciam o nariz para bandas roqueiras.
O INÍCIO DE TUDO
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Formada na cidade de São Francisco, estado da Califor-nia, no ano de 1982, feito a Fênix, surgida das cinzas do Faith No Man (Sem Fé no ''Cara''), quando Roddy Bottum, Mike Bordin e Billy Gould decidiram ''se livrar'' do líder (no caso, o ''Cara'') e ao invés de demití-lo, prefe-riram formar uma nova banda. Por sugestão de um amigo, o nome es-colhido foi Faith No More, já que Fé (no ''Cara) Jamais, ou seja, ele jamais faria parte da nova banda.
Diversos músicos ocuparam a vaga de vocalista nesta fase, inclusive a namorada de um dos integrantes, uma ''tal'' de Courtney Love (que depois viria a ser a vocalista da banda Hole e viúva de Kurt Cobain, do Nirvana). Na época, Courtney teria implorado para entrar na banda, sendo expulsa depois de alguns shows, pois, disse ela: ''Eles queriam uma banda só de machos''.
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Até que os integran-tes encontraram um vocalista, mas este participaria somen-te dos dois primei-ros discos da banda: We Care a Lot, de 1985 e Introduce Yourself, de 1987. Chuck Mosley (esse é o nome do voca-lista dos dois primeiros discos) foi demitido  em 1988 e os motivos da saída geram discussões entre os fãs da banda, até hoje. 
A versão oficial é de que Chuck foi mandado embora por ser alcoólatra e ter causado problemas em alguns shows da banda. Mas alguns acreditam que o real motivo da demissão seja pelo fato de que Mosley seria um vocalista limitado.
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O nome que veio em mente logo após a saída de Mosley, foi o de um músico que tinha (e ainda tem) uma banda chamada Mr. Bungle e se utiliza da maior variedade de estilos e técnicas vocais. Quando se apresenta ao vivo, esse músico músico apresenta passa-gens de falsettos, vozes guturais (técnica vocal que produz um som rouco, grave ou profundo, usando muito o diafragma) entre tantos outros.
Ladies and gentlemen, é claro que estou falando do vocalista (vocês já sabiam!) Michael Allan Patton. Mike Patton, para os fãs da banda. Devido ao seu talento, Mike é referido, muitas vezes, como Mr. 1000 Voices (Senhor das Mil Vozes).
Em pouco tempo, Mike se tornou o líder e o símbolo do grupo. Assim começou uma das maiores bandas da história do rock, uma das poucas bandas que que poderia ter misturado heavy metal com funk e rap, além do uso incessante de um tecladista. Suas letras falam de sarcasmo, ironia ou, simplesmente, do amor, pois eles não seguem um padrão.
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Quando Mike en-trou para a banda, faltavam poucas semanas para o Faith No More entrar para o estú-dio gravar, aquele que seria o álbum divisor de águas em sua carreira. E foi um estrondoso (diria até, ruidoso) sucesso chamado The Real Thing, lançado em 1989, como já disse. O sucesso foi tanto que até integrantes do Metallica e do Guns N' Roses nomearam o Faith No More entre suas bandas de rock favoritas.
THE REAL THING - O AUGE
Todo esse apogeu aconteceu depois que ''Epic'', com seu arranjo grandioso, vocal hip hop e refrão grudento começou a tocar nas rádios e MTV e aí não teve quem não se rendesse ao hit. A música faz jus ao título, realmente é um ''épico'' e somado ao carisma de Mike, transformaram a banda em um grande sucesso comercial. 
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Logo em seguida vieram ''Falling To Pieces'' e ''From Out To Nowhere'', fazendo com que The Real Thing recebesse o disco de platina e chegasse ao décimo primeiro lugar na parada, atingindo a marca de um milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos.
Curiosamente falando, a banda fez um sucesso maior fora dos Estados Unidos, por exemplo no Brasil, onde a MTV estava dando seus primeiros passos em 1990 e o Faith No More foi uma das estrelas reveladas naquele ano.
A popularidade conquistada no Brasil pela banda, impressionou seus próprios integrantes. O Faith No More (a partir de agora FNM) tocou para o Maracanã lotado em 1991, durante o Rock In Rio 2, iniciando o que podemos chamar de um verdadeiro culto à banda em terras brasileiras. Devido ao enorme sucesso, eles retornaram naquele mesmo ano para fazer uma mini-turnê pelo Brasil.
O FNM tem como uma das características nas apresentações ao vivo, o hábito de fazer covers que não tem nada a ver com o estilo da banda. Antes do sucesso, o FNM tocava ''Pump Up The Jam'' do Technotronic, só para enfernizar suas platéias. A banda incluiu no disco The Real Thing, uma cover de ''War Pigs'' do Black Sabbath, quando a popularidade do Sabbath era quase zero. Só que o que era para ser só uma zoação, acabou por atrair a atenção e o respeito do público do heavy metal, daí, a banda substituiu ''War Pigs'' do repertório ao vivo, pela melosa balada ''Easy'' do grupo The Commodores.
ANGEL DUST - AS MUDANÇAS
Após dois anos fazendo turnê, já era hora de pensar no próximo disco e, digam os boatos, que as gravações não foram fáceis. Jim Martin, o guitarrista da banda, não estava nem um pouco satisfeito com o rumo que a sonoridade da banda havia tomado. Dizem que ele pouco participou das composições , limitando-se a enviar pelo correio as bases de guitarras aos outros integrantes. Dizem também, que Billy Gould tinha que fazer a parte da guitarra, com exceção de ''Jizzlobber'' onde a guitarra foi tocada por Jim.
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Em 1992, em meio à grandes expec-tativas, foi lançado Angel Dust, disco este que apontava para outras dire-ções. Nada daquele estilo funk metal, com sonoridades inusitadas, longe de um hit pegajoso como ''Epic''.
Angel Dust, na verdade, descarta-va o estilo do disco anterior. Estava recheado de temas mais mórbidos e sombrios, e foi feito para chocar aque-les fãs temporários que a banda havia conquistado. Ao contrário do The Real Thing, Mike Patton pôde exercitar o experimentalismo e o gosto pelo bizarro que marcou seu trabalho no Mr. Bungle, participando de todo o processo criativo de Angel Dust.
Neste disco percebe-se a maturidade musical da banda, mostrando o quanto ela havia evoluído, incorporando elementos eletrônicos e teclados mais climáticos, criando até uma atmosfera cinematográfica para algumas músicas.
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Quando foi lançado o primeiro single ''Midlife Crisis'' e a MTV tocou regular-mente (as rádios também), foi aí que se notou a diferença da banda. Os videoclipes colo-ridos deram lugar a videos sombrios e que faziam questão de negar o lado ''sex simbol'' que Mike Patton possuía na época. A crítica norte americana não mostrou muito entusiasmo e o disco acabou não tendo a mesma repercussão de The Real Thing.
O interessante é que, se em casa o FNM não emplacou, nos demais países sua fama continuava enorme e seu lugar de prestígio nas paradas de sucesso era garantido pelos singles de ''Midlife Crisis'' e ''A Small Victory''.
Uma curiosidade desse disco é que o terceiro single lançado foi de uma canção que não estava nesse album. ''Easy'', a cover dos Commodores que a banda tocava ao vivo durante anos e que, finalmente ganhou uma versão de estúdio. Logo após ''Easy'' ter saído em single, foi imediatamente adicionada ao disco, nas prensagens que se sucederam. A musica chegou a fazer parte da trilha sonora da novela Mulheres de Areia, da Rede Globo.
Angel Dust não teve o mesmo desempenho e sucesso que The Real Thing, mas além de ter ficado muito popular na Europa e na Austrália, o disco vendeu o suficiente para ganhar disco de ouro nos Estados Unidos.
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Ao invés de apro-veitar a oportuni-dade de consolidar a banda com os novos fãs, o FNM usou de seu tempo para provocar a plateia, atirando garrafas, insultando e sacaneando o público, ocasionando uma grande repulsão por parte dos fãs de plantão, que até pouco veneravam o grupo e agora não conseguiam entender o sarcasmo e o não-comercialismo da nova fase. Por outro lado, os fãs que seguiram em frente, tornaram-se verdadeiros cultuadores do álbum e da banda.
Aquilo que já estava escrito, aconteceu: Jim Martin havia demonstrado insatisfação com o rumo que a banda tomou em relação à sonoridade e, terminada a turnê de Angel Dust, os integrantes restante da banda, decidiram que Jim deveria sair, pois concordavam que ele já não demonstrava mais entusiasmo e, em novembro de 1993, ele foi afastado. O FNM nunca mais seria o mesmo.
KING FOR A DAY... FOOL FOR A LIFETIME - AS DIFICULDADES
Após a saída de Jim Martin, o FNM não conseguia encontrar um guitarrista à altura do cargo e somado á vontade cada vez maior de Mike explorar outros projetos, trouxe uma grande desunião entre eles, principalmente no que dizia aos rumos que deveriam tomar. 
Quando lançado, o álbum King For a Day ... Fool For a Lifetime, foi bem recebido por muitos fãs e não fãs, mas chegou de mansinho, com bem menos atenção que o anterior recebera. O guitarrista era Trey Spruance, colega de Mike no Mr. Bungle e o álbum apostava em sonoridades mais cruas e menos elaboradas. Mais tarde, alegando dificuldades em se adaptar ao grupo, Trey recusou o convite para participar da turnê para divulgar King For a Day... Fool For a Lifetime. Então, o FNM escala o roadie de teclados Dean Menta para tocar guitarras nos shows dessa turnê.
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Andy Wallace pro-duziu um disco onde encarregou-se de aplicar sua mão pesada e distorcer ao máximo os acordes, dispen-sando os teclados nas músicas. Ape-sar de ter sido reconhecido com uma certa ''simpa-tia'', o álbum não empolgou da mes-ma maneira que os anteriores e passou despercebido pelo público, ocasionan-do o cancelamento da turnê européia pela metade.
Os integrantes do FNM estavam mais empolgados com seus projetos paralelos e os rumores sobre um possível fim da banda tomavam proporções maiores. Billy Gould resolveu ''segurar a peteca'' e, num período conturbado de entressafra, tornou-se o único integrante disposto a erguer a bandeira do quarteto em meio a rumores fortes (Não! Fortíssimos!) de uma inevitável dissolução da banda. Partiu dele a iniciativa de convidar para assumir as guitarras para o disco novo, seu amigo Jon Hudson, da banda System Collapse. 
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Curiosidade: neste álbum existe uma música com o nome em português, cha-mada ''Caralho Voa-dor'', onde Mike pronuncia algumas frases que o brasi-leiro pode entender muito bem. Ela tem uma levada meio bossa nova com soft rock. Pergun-tado porque esse nome, a banda respondeu que a sonoridade do nome em português era tão boa quanto em inglês.
ALBUM OF THE YEAR - O COMEÇO DO FIM
Talvez por razões contratuais, talvez por influência de Gould, o FNM entrou em estúdio novamente e gravou o que viria a ser seu último disco: Album Of The Year. Embora a banda tentasse fazer algo que lembrasse as músicas dos álbuns anteriores, tornou-se evidente o espírito de desunião e indiferença musical, levando muitos fãs a apostar no fim, tão falado, do FNM.
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Os integrantes gra-varam o Album Of The Year burocra-ticamente (para não dizer que não o tinham feito), já que o foco estava em seus trabalhos pa-ralelos. O resultado final foi uma colcha de retalhos com músicas pouco inspiradas, e sem um fio condutor entre si.
Claro que isso afetou na recepção do disco. Album Of The Year teve recepção fria, sen-do praticamente ignorado pela mídia, algo oposto aos anos dourados da banda. Um fato interessante aconteceu justamente nos últimos meses do FNM: os integrantes demonstraram um grande empenho em suas apresentações ao vivo, onde os membros passaram a apresentar o que muitos defendem como os melhores shows de sua carreira.
Misturando músicas novas com hits  e material antigo, passaram a atrair uma gama impressionante de fãs para as casas de shows européias e australianas. Mike estava no auge do seu talento vocal e a banda mais experiente. O FNM se apresentava, literalmente vestindo roupa de gala.
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Mas os problemas citados acima, se agravavam de uma forma que tornou-se insuportável a continuidade da banda e, através de um e-mail, Billy Gould, ao final de uma turnê européia, anunciou o que todos já esperavam. Dali para a frente, cada um tomou seu rumo, cuidando na íntegra seus projetos.
O grande foco ficou para Mike Patton que, vejam só, justificou o fim do FNM, dando aos fãs um motivo para acreditar que a banda devia sim, chegar ao final. Mike continuou com suas participações junto a outros artistas inusitados e produziu projetos de qualidade em quantidade suficiente em pouquíssimo tempo.
Mike criou uma gravadora própria para a criação de seus projetos e outros artistas de seu interesse. O sucesso de sua gravadora foi indiscutível, ajudado pelos órfãos do FNM, mostrando ao mundo o quanto Mike era um gênio criador, além de saber como adotar os fãs que lamentavam o final da banda.
AS VOLTAS E SOL INVICTUS
Depois de tudo o que ocorreu, a banda já ensaiou sua volta três vezes: a primeira em maio de 2009, com shows marcados na Europa, e no Brasil (Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) em novembro de 2009. Em 2010 anunciaram o fim definitivo da banda, fazendo três apresentações no Chile.
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Em 2011 o grupo confirmou presença no festival de música SWU, em novembro, onde tocaram a inédita ''Matador''. Após um período de incertezas, a banda divulgou uma men-sagem animadora, porém enigmática que dizia: ''A reunião foi ótima, porém é chegado o tempo de sermos mais criativos''.
Foi quase um suspense, que não durou muito, pois a banda anunciou pouco tempo depois, as datas de lançamento do single ''Motherfucker'', uma das músicas novas, que já eram tocadas nos shows, e do novo álbum, Sol Invictus que foi lançado em maio de 2015 e além da música ''Matador'' que eles já tocavam desde 2011, o terceiro single foi ''Superhero'' e o quarto ''Sunny Side Up'' (muito legal o clipe, onde os ''velhinhos'' ficam ensandecidos).
O LEGADO DO FNM
O legado que o FNM deixou é indiscutível, pois influenciou dezenas de artistas da atualidade, sendo muito fácil encontrar músicos que referenciam os discos do FNM como melhores da década de 90.
Vale lembrar, também, que a banda desafiou o sucesso comercial fácil, teve altos e baixos, onde, de um lado estava o sucesso estrondoso e, de outro, o fracasso que levou até a suspensão de uma turnê européia.
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Recentemente o Faith No More esteve no Brasil e foi entrevistado em um programa de televisão, onde Mike conversou com o apresenta-dor, em portunhol e disse que teve que treinar muito, para poder cantar a música ''Evidence'' em português. Eles se apresentaram, em setembro de 2015 em São Paulo e no Rock In Rio.
Se eu já gostava da banda antes, agora que vejo a admiração e a relação com o público brasileiro, ganhou maior respeito e admiração de minha parte. Bem, galera, o que eu tinha para comentar sobre o Faith No More era isso. Muito obrigado por mais essa visualização e até a próxima postagem, onde comentarei sobre o The Bubbles / A Bolha, uma banda formada em 1965 e que foi muito importante para o rock brasileiro. Se ficaram curiosos, visualizem minha próxima postagem.
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Veja mais sobre o Faith No More em:

The Bubble / A Bolha

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imageSalve galera que está curtindo o Blog do Véio. É com muita alegria que estou aqui para fazer mais uma postagem e, aproveito para agra-decer pelas visuali-zações, o que de-monstra o interesse pelos assuntos que estou postando.
O meu comentário a partir de agora trata de uma banda que existe desde a...
imageSalve galera que está curtindo o Blog do Véio. É com muita alegria que estou aqui para fazer mais uma postagem e, aproveito para agra-decer pelas visuali-zações, o que de-monstra o interesse pelos assuntos que estou postando.
O meu comentário a partir de agora trata de uma banda que existe desde a dé-cada de 60 e este-ve na ativa até o iní-cio dos anos 2000, fez um trabalho competente e dei-xou ramificações para o mundo musi-cal nacional, mais precisamente ao pop e rock nacional, assunto ao qual eu comentei anteriormente e que deixei este assunto para agora, pois precisava de um espaço especial para que eu pudesse valorizar mais a importância dela para a música brasileira.

THE BUBBLES 

Formada em 1965 no Rio de Janeiro, nasceu sob o nome de The Bubbles, animando bailes e festas, participou de programas de rádio e de televisão que existiam na capital carioca naquela época.
imageA banda criada pelos irmãos César e Renato Ladeira, filhos da atriz Renata Fronzi e do radialista César Ladeira, chegou a gravar um com-pacto de pouco sucesso por causa da falta de divul-gação por parte da gravadora e da banda.
Em 1968, foram convidados por seu amigo Márcio Greyck para serem a banda de estúdio na gravação de um disco. Após o disco gravado e já comercializado, despertou a atenção das gravadoras e, mais uma vez, gravaram um compacto que não foi lançado, na época.
Ainda em 1968, César Ladeira decide deixar a banda para se dedicar aos estudos, deixando de lado a carreira artística. Também Lincoln Bittencourt e Ricardo deixariam a banda, dando lugar a Pedro Lima na guitarra solo, Arnaldo Brandão no baixo e Johnny na bateria.
Com essa formação, o som da banda ficou mais pesado, onde, entre outros, tocaram Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Black Sabbath, mas ainda assim, continuam a ser a sensação do circuito de bailes de fim de semana carioca, chegando a tocar para mais de cinco mil pessoas.
DÉCADA DE 70 - MUDANÇA DE RUMOS
Em 1970 mais uma mudança, sai Johnny e entra Gustavo Schroeter na bateria. Ainda neste ano, foram convidados por Jards Macalé (ator, cantor e compositor carioca) para acompanhar Gal Costa em um show que ela iria fazer. A recepção de público e crítica para a banda foi excelente, sendo classificada anos depois, como ''inesperada'' por Renato Ladeira.
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Este sucesso gerou um convite para que Pedro, Gustavo e Arnaldo acompanhassem Gal em apresen-tações ao vivo e aparições na televisão em Portugal. Depois os três acompanharam Gal para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, que estavam exilados e morando em Londres.
Ficaram uns dias na casa de um brasileiro que conheceram por lá , até se encontrarem novamente para participar do Festival de Ilha de Wight. Foram todos para assistir aos shows, mas no acampamento do festival, faziam ''canjas'', que no mundo musical se chama ''jams sessions'' acústicas que chamava a atenção de todos ao redor. 
Gustavo gravava tudo em um gravador de bolso e, um dia, Pedro pegou as fitas e mostrou ao pessoal da organização do festival. Todos foram convidados para tocar em um dos palcos alternativos ao principal, de forma acústica mesmo. Aproveitaram para assistir shows de The Who, The Doors, Sly & Family Stone, Chicago, Jethro Tull e Jimi Hendrix. Passaram, ainda, por Paris alguns dias depois e assistiram ao show de Rolling Stones e Eric Clapton, em Paris.
A BOLHA - UMA NOVA TRAJETÓRIA
(Agora vocês vão entender porque eu listei todos os shows que eles assistiram durante esse tempo na Europa).
imageApós essa expe-riência na Europa, os três voltam ao Brasil e se encon-tram com Renato Ladeira e contam que decidiram se-guir outra direção, fazer música pró-pria, em português, parar de fazer covers e versões, já que ''Não dava para fazer igual a esses 'caras' '', segundo Gustavo.
Passam a compor e ensaiar um novo repertório, próprio e mudam para A Bolha. A experiência que tiveram em um show que fizeram logo que voltaram do festival, foi bastante amarga, pois só tocaram o repertório próprio e o público foi saíndo enquanto eles se apresentavam. Após esse duro choque, decidiram fazer a inserção das músicas próprias em doses suaves, misturadas ao repertório antigo.
O primeiro teste para o repertório novo foi um desastre. Em 1971, eles deveriam se apresentar no Festival de Verão de Guarapari, mas muitos problemas envolveram a participação da banda. A mesa de som foi instalada atrás do palco (nada convencional), problemas com o governo militar da época, e os técnicos de som desligavam o som toda vez que Renato ladeira girava o microfone, imitando Roger Daltrey do The Who.
Mas como nem tudo são espinhos, com a fama adquirida no show com a Gal Costa e no festival, são chamados por um produtor da CBS (agora Sony Music) para tocar na gravação do disco do cantor Leno (da dupla Leno & Lilian, da Jovem Guarda). Este produtor, um baiano até então desconhecido, chamado Raul Seixas, trabalhava na gravadora nesta época. A banda participou da gravação do disco Vida e Obra de Johnny McCartney, que teve várias faixas censuradas pelo governo militar, acabando por ser lançado, na época, apenas um compacto duplo, com quatro faixas. O álbum, como deveria ter sido na época, só foi lançado em 1995.
GRAVAÇÕES DOS DISCOS PRÓPRIOS E O FIM
Em 1973, após quase um ano sem tocar em lugar algum, lançam seu primeiro disco, Um Passo à Frente. O álbum traz músicas com uma levada mais progressiva, com algumas delas chegando a ter dez minutos de duração. Resultado, péssima recepção e vendagem pequena.
No ano de 1974, participaram da gravação do primeiro compacto duplo de Raul Seixas, onde estavam as músicas ''Não Pare na Pista'', ''Trem das Sete'', ''Como Vovó Já Dizia'' e ''Se o Rádio Não Toca''. Participaram tocando nas faixa ''Não Pare na Pista'' e ''Como Vovó Já Dizia''. 
imageA banda entrou em declínio, com pou-cos shows e então saíram Gustavo Schroeter e Arnaldo Brandão. Entraram em seus lugares, Serginho Herval, na bateria e Roberto Lly, no baixo. Em 1975, com essa formação, participa-ram do festival Ba-nana Progressiva. Ainda em 1975, Renato Ladeira deixa o grupo e foi para o Bixo da Seda, deixando em seu lugar, Marcelo Sussekind.
Gravaram, em 1977, o seu segundo disco, É Proibido Fumar, cujo som marca a volta ao rock clássico e ao rock mais próximo ao da Jovem Guarda. No mesmo ano, tocaram abrindo o show de Erasmo Carlos que, por consequência, os convidou para tocarem na turnê dele, como banda de apoio. Esta turnê contou com a volta de Renato Ladeira nos teclados, tornando a banda um quinteto. Durante a turnê a banda grava o álbum de Erasmo, Pelas Esquinas de Ipanema, em 1978. Logo após o fim da turnê, a banda chega ao seu final.
LANÇAMENTOS NO TERCEIRO MILÊNIO
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No ano de 2004, o diretor José Emílio Rondeau convidou Renato Ladeira para ser diretor artístico de seu novo filme, 1972. Renato aproveitou e mostrou algumas músicas que haviam sido censuradas no início dos anos 70 e o diretor se interes-sou, então ele chamou seus antigos companheiros de banda para gravarem aquelas músicas para o filme. 
Uma vez reunidos, surgiu a vontade de gravar um novo disco com aquelas músicas e alguns covers, nascendo daí o álbum É Só Curtir, de 2006, mas a banda não saiu em turnê para promover o disco.
Em 2010, saiu uma coletânea com todos os singles da banda no mercado europeu (os dois lançados e os que só foram gravados), chamado The Bubbles - Raw And Unreleased.

AS RAMIFICAÇÕES DO QUE FOI ''A BOLHA''

Como eu falei no início dessa postagem, essa banda foi muito importante (põe importante nisso!!) para o pop e rock brasileiro. Veja agora o que resultou a saída de seus componentes o que eles criaram.
COM A SAÍDA DE RENATO LADEIRA - PARTE 1
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Quando Renato Ladeira saiu da banda, ele se juntou à uma outra banda que já existia desde 1970 e que nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Nascida com o nome de Liverpool, por causa das covers dos Beatles e mais tarde trocando o nome para Bixo da Seda (quando se transferiram para o Rio de Janeiro), que teria sido sugerido pelo filho de Leonel Brizola, Zé Vicente Brizola, então um dos integrantes da banda. 
No ano de 1976, quando o disco Estação Elétrica estava sendo gravado no Rio de Janeiro, houve o afastamento de alguns dos integrantes iniciais, e um dos participantes da gravação foi Renato, então saído do grupo A Bolha
Em 1979, a banda acabou, voltando a reunir-se para shows, com uma certa ''rotatividade'' de integrantes. Nessa Rmesma época, se apresentaram como grupo de apoio do grupo vocal As Frenéticas.
Apesar da sua produção pequena, a banda é famosa, até hoje, no circuito progressivo riograndense, sendo inclusive, a partir dela que se originou o termo ''rock gaúcho''. 
COM A SAÍDA DE ARNALDO BRANDÃO
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Arnaldo Brandão saiu do grupo A Bolha e formou, em 1978, a banda chamada Brilho da Cidade, junto com Claudio Zoli, Paulo Zdanowski, Robério Rafael e Ricardo Cristaldi.
Considerada banda de um sucesso só, extraído do disco de estréia de 1983, intitulado Brylho, a música ''Noite do Prazer''  possui o trecho ''Tocando BB King sem parar'', que era entendido pelo público como ''Trocando de biquini sem parar''.
A banda encerrou atividades em 1986 e Cláudio Zoli seguiu carreira solo, Paulo Zdanowski formou a banda SoulRio, Robério Rafael sofreu um AVC e não pôde mais tocar bateria. 
Arnaldo Brandão fundou a banda Hanói Hanói logo após ter saído da banda Brylho, a partir de uma parceiria com o poeta Tavinho Paes, com o baterista Pena e o guitarrista Affonsinho. Lançou em 1986 ainda, no seu primeiro disco o que seria seu maior sucesso ''Totalmente Demais'' (que depois foi gravado por Caetano Veloso) e a outra música do mesmo disco, ''Blá Blá Blá ... Eu Te Amo!, se tornou conhecida na voz de Lobão.
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Arnaldo Brandão, na atualidade.
No disco de 1988, lançou uma música em parceria com Cazuza (que popu-larizou a própria versão) chamada ''O Tempo Não Pára''. Em 1990 lançou o disco O Ser e o Nada, reve-renciando o papa do existencialismo Jean Paul Sartre.
Mas foi em 1991 que o Hanói Hanói teve seu grande momento ao vivo, quando substituíram o Barão Vermelho no Rock In Rio II. Em 1992 lançaram o álbum Coração Geiger e em 1995, o CD Credus, contendo gravações feitas durante a turnê de 1993. Tavinho Paes e Arnaldo Brandão continuaram a parceria que iniciaram nos anos 80, onde compuseram mais de 50 músicas editadas e gravadas após o fim da banda.
COM A SAÍDA DE SERGINHO HERVAL
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Após sua saída da banda A Bolha, Serginho Herval se juntou, em agosto de 1980 à uma banda chamada The Famks (espe-cializada em bailes e festas), que esta-va se reestruturan-do e com a chega-da dos novos inte-grantes, passou a chamar-se Roupa Nova
Juntamente à Serginho (bateria e vocais), tem também, Ricardo Feghali (piano, teclados e vocais), Cleberson Horsth (teclados e vocais), Paulinho (percussão e vocais) e Kiko (guitarra, violões e vocais) e Nando (baixo e vocais).
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Roupa Nova, nos anos 80.
Os integrantes do grupo são músicos requisitados nos es-túdios e foram res-ponsáveis por mui-tas gravações, para vários cantores e bandas, dos mais variados gêneros, principalmente du-rante a década de 80, quando o pop rock brasileiro ga-nhou destaque.
É a banda brasileira com maior tempo de formação, mais de 30 anos em atividade, com enorme sucesso comercial, e os mesmos integrantes desde que iniciou. 
COM A SAÍDA DE RENATO LADEIRA - PARTE 2
Depois que Renato Ladeira saiu do Bixo da Seda, partiu para trabalhos paralelos, até que, no carnaval de 1982, Renato Ladeira e Marcelo Sussekind (também ex-A Bolha) gravaram uma fita demo com quatro músicas: ''Volta Meu Bem'', ''Ganhei Um Avião'', ''O Negócio é Relaxar'' e ''Não Faz Sentido''. Ney Matogrosso gravou, mais tarde, ''Não Faz Sentido'', que foi um grande sucesso em sua versão. 
imageComo ''Volta Meu Bem'' estava sendo bastante executada na Rádio Cidade, Renato e Marcelo foram chamados pela EMI para uma entrevista, sendo contratados depois, com a condição de que fosse formada uma banda com eles. Convidaram Sérgio Della Môni-ca, então baterista de Ney Matogrosso, que só participou da gravação do compacto ''Volta Meu Bem'' / ''Ganhei Um Avião''. 
imageEm novembro de 1982 (portanto, há 33 anos), lançaram seu álbum de es-tréia, com novos integrantes: Paul de Castro nas guitar-ras, Roberto Lly (ex-A Bolha) no baixo e Pena (ex-Brylho) na bateria. A música de maior sucesso des-se disco foi ''Erva Venenosa'', uma versão de ''Poison Ivy'', de 1959, do grupo The Coasters.
Em junho de 1983, a banda abriu o show do Kiss no estádio do Maracanã, onde se apresentou para um público de mais de 200 mil pessoas. No mesmo ano lançaram seu segundo e último álbum pela EMI. 
Logo em seguida, assinaram com a gravadora RCA (BMG). Nessa época, a banda contava com a seguinte formação: Renato Ladeira nos teclados e vocais, Fred Maciel na bateria e vocais, Roberto Lly no baixo e vocais e Marcelo Sussekind na guitarra e vocais. O primeiro Long Play (LP) pela RCA, de 1985, trazia a faixa-título ''Amante Profissional'', que foi um grande sucesso. No ano seguinte, lançaram o último álbum de estúdio, Desastre Mental.
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Destaco, também, o espírito descompro-missado da banda em levadas pop como o romance tecnológico, ''Bip Bip'', as baladas ''Não Me Use'' e ''Meu Coração Em Greve'' e o jeito rock de ''Bom Mesmo é Paixão'', ''Herva Doce'', ''O Negócio é Relaxar'', ''Pra Você MeAmar'' e ''Sentimento Voa''.
Renato Ladeira ''saiu da cena musical'' quando as cortinas do palco se fecharam para sua existência, aos 63 anos de idade, no dia 12 de agosto de 2015, segundo sua esposa, Patrícia Andrade Ladeira, que disse: ''Sua morte foi rápida e inesperada''. Segundo os jornais, insuficiência cardiorrespiratória.
Renato Ladeira participou do The Bubbles de 1965 a 1970 , do Bixo da Seda de 1976 a 1979, do A Bolha de 1970 a 1978, depois no retorno, de 2004 a 2007 e do Herva Doce, de 1982 a 1986 . Nada mais justo que uma homenagem a um grande músico que trouxe felicidade para aqueles que curtiram suas músicas.
Cada vez que eu pesquiso alguma notícia sobre o mundo musical, para comentar com vocês, mais eu aprendo e me surpreendo com as novidades que surgem para mim, que sou amante da boa música.
Muito obrigado por mais essa visualização, espero que tenham gostado, porque eu me sinto feliz em postar e dividir com vocês aquilo que aprendi em outros tempos e continuo aprendendo até agora.
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Veja mais sobre The Bubbles / A Bolha  & Cia. em:

Renato Russo & A Legião Urbana

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Olá, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Estou muito feliz em saber que vocês vieram visua-lizar minhas posta-gens. O assunto do qual comentarei agora foi de extre-ma relevância para a música brasileira, principalmente ao rock dos anos 80 e 90. 
O vocalista e fundador da banda foi considerado um dos poetas das...
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Olá, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Estou muito feliz em saber que vocês vieram visua-lizar minhas posta-gens. O assunto do qual comentarei agora foi de extre-ma relevância para a música brasileira, principalmente ao rock dos anos 80 e 90. 
O vocalista e fundador da banda foi considerado um dos poetas das décadas já citadas e sua banda uma das mais importantes ao cenário musical juntamente com Paralamas do Sucesso, Titãs e Barão Vermelho, no que era chamado de ''Quarteto Sagrado''.
RENATO RUSSO
Renato Manfredini Junior, nascido em 27 de março de 1960, no Rio de Janeiro, filho de um economista e uma professora de Inglês, descendente de italianos e nordestinos.
Até os sete anos morou na capital carioca e no ano de 1967 mudou-se com a família para Nova Iorque, por causa da profissão do pai, funcionário do Banco do Brasil, transferido para uma agência de Forest Hills, distrito do Queens. 
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Renato Manfredini Junior, aos sete anos.
Nesse período, Renato teve contato direto com a cultura norte americana, sendo apre-sentado diretamente à língua inglesa. Morou por dois anos, retornou ao Brasil e morou no-vamente no Rio de Janeiro, na casa de um tio, na Ilha do Governador, zona norte da cidade.
Em 1973, sua família trocou o Rio de Janeiro por Brasília, onde morou na Asa Sul. Em 1975, Renato foi diagnosticado como portador de uma doença óssea , fato esse que se tornou uma das fases mais difíceis, principalmente para um adolescente de 15 anos.  
Quando os médicos souberam do resultado, o submeteram à uma cirurgia na qual implantaram três pinos  de platina na bacia. Renato sofreu muito nesse período, pois teve que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos, o que totalizou um ano e meio de tratamento.
Durante esse período de tratamento, Renato ouviu muita música, iniciando, assim sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Logo depois desse período, passou no vestibular para jornalismo no CEUB, Centro de Ensino Universitário de Brasília, após ter fracassado no vestibular da UnB, Universidade de Brasília.
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Renato Russo, já adulto.
Em 13 de março de 1978, Renato, foi escolhido en-tre os professores do Cultura Ingle-sa para saudar o Príncipe Charles, quando este par-ticipou da inau-guração da nova sede da escola, ao visitar o Brasil naquele ano. Re-nato tinha apenas 17 anos, mas seu inglês impecável lhe favoreceu no momento da es-colha.
Após completar 18 anos de idade, Renato revelou para sua mãe ser homossexual.
Entre os anos de 1978 e 1981, Renato foi profes-sor de língua e literatura inglesa, no Cultura Ingle-sa. Era um pro-fessor muito requisitado pelos pais de alunos, que pediam que seus filhos fossem matriculados para as suas aulas, porém foi demitido após alguns atritos entre ele e a direção, muito conservadora para os padrões alternativos de aula que Renato oferecia.
Na mesma época, trabalhou como repórter em um programa de rádio que defendia o direito dos consumidores, o Jornal da Feira, produzido pelo Ministério da Agricultura. Renato ainda trabalhou, em 1983, na apresentação de um programa de rádio, onde comentava sobre os Beatles, numa FM de Brasília.
ABORTO ELÉTRICO
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Renato conheceu Fê Lemos numa festa, em 1978, e tinham em comum o gosto pelo Punk Rock inglês e americano. Como era raro punks em Brasília, ficaram amigos e montaram uma banda, com André Pretorius, filho de um embaixador da África do Sul, na guitarra, Renato no baixo e Fê Lemos na bateria, assim começou o Aborto Elétrico.
Realizaram seu primeiro show instrumental e começaram um movi-mento punk em Brasília, através da Turma da Colina, apelido dado para os filhos de professores e funcionários da UnB, que residiam na Colina, num conjunto de quatro edifícios destinados exclusivamente a esses funcionários. Os jovens se reuniam em lugares da moda, para beber vinho barato, tocar música e cheirar benzina.
André Pretorius completa 18 anos e precisa voltar para a África do Sul, para servir o exército. Renato assume a guitarra e começou a cantar e, ainda, ensinou baixo para o irmão de Fê, Flávio Lemos, que assumiu o cargo de baixista na banda.
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Pretorius voltou a tocar com a banda no final de 1980, enquanto estava em férias, e Renato assumiu só os vocais. Quando voltou para a Àfrica, Petrorius foi subs-tituido por Ico Ouro Preto, irmão de Dinho Ouro Preto.
A partir dessa fase, em 1981, a banda melhorou conside-ravelmente, pas-sando a fazer shows mais profis-sionais. Além disso, músicas como ''Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você)'', ''Que País é Este?'' ou ''Veraneio Vascaína'' evoluíram para temas como ''Fátima'', ''Música Urbana'' ou ''Ficção Científica''. 
Porém, logo quando estavam ganhando certa fama no circuito punk de Brasília, uma briga acaba com tudo. Renato estava cantando a música ''Veraneio Vascaína'' e errou a letra, foi o suficiente para que Fê lhe desse uma baquetada em pleno show. 
A partir daí, a banda se separou e Fê Lemos, junto com seu irmão Flávio Lemos, se reunem com Dinho Ouro Preto, dando origem ao Capital Inicial.
O TROVADOR SOLITÁRIO
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Durante o intervalo entre o Aborto Elétrico e a nova banda, Renato continuou como O Trovador Solitário, quando cantava e tocava um violão de 12 cordas, sozinho, estilo folk (sem nenhum instrumen-to elétrico), afinal, todo poeta precisa exteriorizar seus sentimentos. 
Como a maioria dos jovens dos anos 80 que carregavam um gravadorzinho no bolso, Renato registrou todas as gravações de suas apresentações nesse período, mas não as utilizou.
Após sua morte, foi lançado um CD contendo o registro de sua performance tipo um banquinho e um violão, nesse, que foi chamado de o período do Trovador Solitário.
A LEGIÃO URBANA
Para compor, Renato Manfredini Junior (muito grande, não?) se inspirava em bandas como Sex Pistols, The Beatles, Ramones, Gang Of Four, The Smith, The Cure, Talking Heads e Joy Division, nos filósofos Jean Jacques Rousseau e Bertrand Russel e no pintor Henri Rousseau. A homenagem sonora Russô gerou a inspiração para o nome artístico.
imageEm 1982, nasce a Legião Urbana, banda formada por Renato Russo (vo-cais e baixo), Mar-celo Bonfá (bateria), Paulo Paulista (te-clados) e Eduardo Paraná (guitarra). 
A primeira apresen-tação da Legião Urbana aconteceu em setembro de 1982, na cidade mineira de Patos de Minas, no Festival no Parque, que reuniu, entre outras bandas a Plebe Rude. Esse foi a única vez em que a banda apareceu com sua primeira formação.
Na verdade, a empresa responsável pelo evento havia contratado o Aborto Elétrico e já havia impresso centenas de cartazes com o nome da banda. Mas como o Aborto Elétrico havia acabado, Renato convenceu o dono da produtora, para que pudesse se apresentar com a banda que havia acabado de montar.
Após a apresentação, Paulo Paulista e Eduardo Paraná deixaram a Legião, e o próximo guitarrista foi Ico Ouro Preto, mas logo foi substituído por Dado Villa Lobos, que assumiu a guitarra em março de 1983.
Para os jovens dos fins dos anos 70, início dos 80, a história cultural de Brasília era chata, afinal, era uma ilha cultural em relação ao resto do país. Até 1978, a história curta da nova capital não lhe atribuíra nenhum momento particularmente brilhante nas artes, até porque não havia sido formada a primeira geração de artistas brasilienses.
imageEstes artistas esta-vam surgindo, exa-tamente naquele período, com a cara que aquelas duas primeiras décadas tinha tido na cidade.
''Química'' era um dos hinos do Aborto Elétrico e foi a primeira música daquela turma a ser gravada e lançada em forma de LP e K7 por todo o país. Herbert Vianna, que já havia gravado seu primeiro LP com os Paralamas do Sucesso, apresentou ao agente da sua gravadora, a britânica EMI, uma fita K7 com gravações de Renato Russo, o que interessou ao diretor artístico.
A Legião Urbana foi chamada no final de 1983 para gravar três demos, sendo duas delas ''Geração Coca-Cola'' e ''Ainda é Cedo''. Por indicação de Marcelo Bonfá, é convidado para o cargo de baixista da banda, Renato Rocha. Logo de início o som feito pela banda não agradou aos executivos da EMI, porque esperavam músicas ao estilo mais folk, da fase em que Renato vivia o Trovador Solitário. 
A fita apresentada por Herbert era desse período em que Renato tocava sozinho, portanto, não era o que foi gravado pela banda que os diretores queriam.
Foi então, que surgiu Mayrton Bahia, produtor musical que trabalhava, na época, na EMI e que intermediou a relação entre a banda e os diretores da empresa, explicando aos dois lados o que seria necessário fazer. Não demorou para que a EMI assinasse contrato com a Legião Urbana, em fevereiro de 1984.
A NOVA FASE, O SUCESSO
A Legião Urbana entrou com tudo em cena, acelerando o andamento da música jovem brasileira. De toda a geração emergida no que chamaria de auge do rock nacional em 1985, com certeza a Legião foi a banda mais venerada pelo público e respeitada pela crítica.
O PRIMEIRO ÁLBUM, ''LEGIÃO URBANA''
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O primeiro álbum, Legião Urbana, lançado em 2 de janeiro de 1985, é extremamente poli-tizado, trazendo letras objetivas, que fazem críticas a diversos aspectos da sociedade brasi-leira.
O disco trouxe mú-sicas que marcaram época, como: ''Se-rá'', ''Ainda é Cedo'', ''Geração Coca-Cola'' e ''Por Enquanto'' (consi-derada por críticos como a melhor faixa de encerramento que um álbum poderia ter). 
Com ares punk e guitarras distorcidas, foram chamados de Geração Coca-Cola, aqueles jovens que tinham crescido no período da ditadura militar.
O SEGUNDO ÁLBUM, ''DOIS''
Lançado em 1986, Dois, trouxe aquele espírito folk que os diretores da EMI tanto queriam. Se o primeiro álbum trouxe todo aquela urgência punk do Aborto Elétrico, o segundo era extremamente contrário, a visão complementar de um trovador que já não era mais solitário.
imageO disco deveria ter sido duplo e se chamado Mitologia e Intuição, mas foi recusado pela gravadora, pois se tornaria caro, para um país que estava em uma crise semelhante a que passamos agora.
No Dois, a primeira faixa, ''Daniel na Cova dos Leões'' começa com um trecho de ''Será'' envolta de ruídos de rádio e do hino da Internacional Socialista (profundo, não?). Este álbum vendeu mais de um milhão e duzentas mil cópias e é considerado por muitos como o mais romântico dos trabalhos da Legião. 
''Tempo Perdido'' se tornou um dos clássicos da Legião e traz, ao final, uma versão ao violão, da mesma música. ''Eduardo e Mônica'', dedicada a um casal de amigos, traz a história de um jovem que se apaixonou por uma mulher mais velha. 
''Índios'' procura traduzir o desespero dos primeiros e reais donos do Brasil. A música se transformou num belo trabalho, unindo prazer e consciência, podendo até contribuir para a sobrevivência dos últimos índios. Ou mostrar aos ditos civilizados que ainda podemos aprender muita coisa com a inocência dos que ainda restam. ''Quase Sem Querer'' também se tornou sucesso.
O TERCEIRO ÁLBUM, ''QUE PAÍS É ESTE 1978 / 1987''
O terceiro disco, Que País é Este 1978/1987, lançado em dezembro de 1987, traz um disco recheado de músicas do passado de Renato Russo, porque, devido ao sucesso de Dois, a gravadora estava pressionando para um terceiro álbum e eles não tinham material para isso.
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Das nove faixas do álbum, duas foram escritas após o Dois, ''Angra dos Reis'', que fala da construção da usina nuclear na cidade fluminense de mes-mo nome, e ''Mais do Mesmo'', crítica social sobre a situação de segu-rança e saúde brasileira e que em 1998 se tornaria o título de uma coletânea.
A música ''Que País é Este'' foi escrita em 1978, ano em que Renato ainda fazia parte do Aborto Elétrico, ''Faroeste Caboclo'' foi composta em 1979, na sua fase Trovador Solitário. Com mais de nove minutos de duração, ''Faroeste Caboclo'' possui mais de 150 versos e não tem refrão, onde conta a história do nordestino João de Santo Cristo (virou filme muito tempo após a morte de Renato).
Na época do lançamento do disco, ''Faroeste Caboclo'' foi considerada a mais longa música da banda (mais tarde superada por "Metal contra as Nuvens", do disco V). Da mesma fase de "Faroeste Caboclo", está presente no disco a canção "Eu Sei", que antes se chamava "18 e 21" e que já era pedida nos shows da Legião antes mesmo de seu lançamento, pois ficara conhecida a partir de uma fita demo.
O disco ainda traz "Depois do Começo", única faixa de sua autoria que Russo admitia não gostar, por considerar pretensiosa e "Química", que já havia sido gravada pelos Paralamas do Sucesso em seu álbum de estreia, Cinema Mudo
SHOW NO ESTÁDIO MANÉ GARRINCHA E A INTROSPECÇÃO
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Durante a turnê do show deste álbum, aconteceu o famo-so show em Brasília no Estádio Mané Garrincha. Por cau-sa (e apesar) da reação ensande-cida dos fãs, as turnês da banda não eram longas. 
O imenso circo que era preciso se formar para cada show tornava aque-le ritual um tanto quanto incômodo, principalmente para Renato, que era o líder em quem os fãs depositavam todas as expectativas. Renato sofria muito com tudo aquilo, pois era muito intenso e emocionalmente desgastante.
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O apogeu dessa loucura coletiva aconteceu no dia 18 de junho de 1988, em Brasília. Durante o show que marcava a volta da banda à cidade, aconteceu o pior: quando os portões foram abertos, na tentativa de conter os que não conse-guiram comprar um dos 50 mil ingres-sos postos à venda, fãs se exaltaram e foram pisoteados, violência policial, discursos inflamados, bombas caseiras e o palco invadido por um fã que se agarrou violentamente à Renato.
O cenário do caos terminou com a suspensão da apresentação e mais confusão. Cerca de cinquenta pessoas foram presa, mais de trezentas ficaram feridas e uma série de péssimas lembranças.
A turnê foi suspensa, acabando por aumentar a fobia de palco de Renato e tornando o trabalho da banda mais introspectivo, o que refletiria no álbum seguinte.
O QUARTO ÁLBUM, ''AS QUATRO ESTAÇÕES''
Lançado em 1989, As Quatro Estações é considerado por fãs o melhor e mais inspirado trabalho da banda, inclusive pelo próprio Renato Russo. O disco possui o maior número de ''hits'': das onze faixas dele, pelo menos nove tocaram incessantemente nas rádios brasileiras. É o álbum mais bem sucedido da Legião, com mais de um milhão e setecentas mil cópias vendidas. 
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A obra de Renato Russo e, por conse-quência, da Legião Urbana beirava a fronteira entre a ética pública e a ética privada, seja na condução do país, da coisa pú-blica, dos meios de comunicação ou na sinceridade e res-peito aos sentimen-tos individuais, dizendo que era preciso disciplina, compaixão, bondade e coragem.
Considerada a obra mais ''religiosa'' da banda, juntou Camões com a filosofia de textos bíblicos e budistas, a poesia de Renato chegou ao auge da forma e se tornou ainda mais precisa sobre os problemas da atualidade em que ele viveu. 
Suas músicas falam sobre sexualidade (''Meninos e Meninas'') do desgaste das relações familiares (''Pais e Filhos'') à AIDS (''Feedback Song For a Dying Friend'') , do preconceito sexista ao amor romântico idealizado e inatingível. 
 Vendo os jovens da época em que Renato estava conosco e os da nossa atualidade, vemos que a grande maioria vai ''no embalo da moda'' e não pela mensagem que a música passa. "Pais e Filhos" é uma canção que fala de suicídio. Uma vez, em 1994, durante uma apresentação da banda no programa Programa Livre, do SBT, Renato Russo desabafou ao ver a reação alegre da plateia ao anúncio de que iriam tocá-la: 
"Escuta, vocês sabem que essa música é sobre suicídio, né? (...) É sobre uma menina que tem problemas com os pais, ela se jogou da janela do quinto andar e não existe amanhã. (...) Isso é uma música seríssima, que nem "Índios". (...) Eu não aguentaria ouvir duas vezes seguidas. (...)''.
Neste álbum, o baixista Renato Rocha chegou a gravar o baixo em algumas faixas do disco, porém, deixou o grupo devido a desentendimentos com os outros integrantes. As linhas de baixo originalmente gravadas por Renato Rocha foram regravadas por Dado e Renato Russo, que se revezaram nos baixos e guitarras.
Além das músicas citadas, ''Monte Castelo'', ''Há Tempos'', ''Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto'', ''1965 (Duas Tribos)'', ''Maurício'', ''Sete Cidades'', ''Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar'' e ''Eu Era Um Lobisomem Juvenil'' fizeram parte deste álbum, em que a Legião encerrou os anos 80 traçando o panorama daqueles tempos e jogando luzes de esperança para dias tão sombrios.
O QUINTO ÁLBUM, ''V'' 
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Lançado em novembro de 1991, V é considerado o disco mais melancólico da carreira da banda. Renato estava em um momento complicado de sua vida, por conta da descoberta de que era soropositivo, um ano e meio antes, problemas no relacionamento com seu namorado e alcoolismo.
O álbum é repleto de músicas atípicas aos ''padrões'' da banda. A atmosfera de ''Metal Contra as Nuvens'', com seus mais de onze minutos de duração, é um dos destaques, assim como a densa ''A Montanha Mágica''. Por outro lado, as mais tocadas deste disco foram ''O Teatro dos Vampiros'', com sua crítica social e a melancólica ''Vento no Litoral''. 
O SEXTO ÁLBUM, ''O DESCOBRIMENTO DO BRASIL''
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O álbum O Descobrimento do Brasil, de 1993, foi lançado em uma época em que Renato tinha iniciado o tratamento para livrar-se da dependência química e mostrava-se otimista quanto ao seu sucesso. Ainda assim, as letras oscilam entre a alegria e a tristeza, encontros e despedidas.
É como se, para seguir em frente, fosse necessário deixar muitas coisas para trás, e não se pudesse fazer isso sem uma boa dose de nostalgia. Por isso, O Descobrimento do Brasil é um álbum com ares de esperança, mas rodeado de tristeza e saudosismo, e mesmo assim, é considerado por muitos como um disco mais ''alegre'' e delicado da Legião urbana.
O CD não foi muito tocado nas rádios, talvez por causa do anterior, que foi considerado muito denso e melancólico e os programadores não quiseram arriscar de colocar músicas suas. As faixas de sucesso foram ''Giz'', ''Vinte e Nove'' e ''Perfeição'', música esta com pesadas críticas à situação política e social do Brasil.
O SÉTIMO ÁLBUM, ''A TEMPESTADE''
Lançado em 20 de setembro de 1996, A Tempestade ou O Livro dos Dias, foi o último álbum da banda com Renato Russo vivo. O disco possui músicas densas, alternando o rock clássico de ''Natália'' e ''Dezesseis'' com o lirismo de ''L'Aventura'', ''Leila'', ''1º de Julho'' e ''O Livro dos Dias'', junto ao classicismo de ''Longe do Meu Lado''.
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As letras deste CD, em geral, tratam de temas como solidão, passado, amor, depressão, homossexualidade, AIDS, intolerância e injustiças, tornando o disco ''melodramático'' e de alma triste.
Algumas músicas do disco sugerem uma despedida antecipada, como diz um trecho ''e quando eu for embora, não, não chore por mim'', da letra de ''Música Ambiente''. As fotos do encarte foram tiradas próximas à época do lançamento, exceto a de Renato, que foi aproveitada da sessão de fotos do seu álbum solo Equilíbrio Distante, de 1995, já que o cantor, um pouco debilitado, se recusou a fotografar para o disco.
Com exceção de ''A Via Láctea'', as demais faixas do álbum possuem apenas a voz guia de Renato, que não quis gravar as vozes definitivas. Também não foram incluídas as frases ''Urbana Legio Omnia Vincit'' e ''Ouça no Volume Máximo'', presentes nos discos do grupo.No lugar delas, uma frase do escritor modernista Oswald de Andrade: ''O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus''. (Muito sinistro, não?).
A MORTE DE RENATO RUSSO E O FIM DA BANDA
imageRenato Russo faleceu no dia 11 de outubro de 1996, em consequência de complicações causadas pela AIDS (foi diagnosticado soropositivo em 1989). O corpo de Renato foi cremado e suas cinzas foram lançadas no Parque Burle Marx.
Coincidentemente, o ex-baixista da Legião Urbana, Renato Rocha, passeava com a namorada no momento do lançamento das cinzas e o pneu de sua moto furou em frente ao local.
No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte de Renato, os colegas de banda Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo.
Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato Russo. Quase duas décadas após sua morte, a banda ainda apresenta vendas expressivas de seus discos pelo mundo.
Quando Renato faleceu, seu filho tinha apenas sete anos de idade. Diziam que este filho, Giuliano Manfredini (atualmente produtor cultural) era fruto de um relacionamento de Renato com uma fã, Raphaela Bueno. 
Porém, depois da morte do cantor, especulou-se que a crian ça fosse adotada por Renato e criado pela avó materna, Maria do Carmo, mas essa história nunca foi confirmada. 
Em 2004 houve um processo judicial movido pela mãe do menino, mas a família de Renato conseguiu manter a guarda do garoto até sua maioridade penal.
APÓS O FIM, ''UMA OUTRA ESTAÇÃO''
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Em 1997, foi lançado um álbum póstumo, Uma Outra Estação, pois a idéia original era de que A Tempestade fosse um disco duplo. Como saiu simples, o material não lançado foi retrabalhado e lançado no álbum de 1997.
Músicas como ''Clarisse'' ficaram de fora do álbum anterior por desejo do próprio Renato, que a considerava com uma temática muito pesada. A letra da música ''Sagrado Coração'' consta no encarte, mas nunca foi gravada por Renato. O álbum conta com participações especiais de Renato Rocha, baixista dos primeiros discos da Legião e Bi Ribeiro, baixista dos Paralamas do Sucesso.
A AMEAÇA DE RETORNO
Em 05 de setembro de 2009, após rumores sobre uma possível volta às atividades, a família Manfredini, Dado Villa Lobos, Marcelo Bonfá e a gravadora EMI, alegam que eram infundadas as informações sobre o retorno da banda.
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Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, da Legião Urbana.
Esclareceram que ''uma possível volta da banda Legião Urbana é falsa. Não existe possibilidade alguma de uma volta da banda''.
Quinze dias após o desmentido, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá fizeram uma participação especial em um show do festival Porão do Rock, em Brasília.
Em 2011, Dado Villa Lobos e imageLegião Urbana com Wagner Moura.Marcelo Bonfá conduziram, juntamente com a Orquestra Sinfônica Brasileira, um show em tributo à Legião Urbana, durante o Rock In Rio 4. O show contou com convidados como Rogério Flausino, do Jota Quest e Toni Platão, que cantaram alguns sucessos da banda.
Em 2012, a MTV Brasil  organizou um novo show em tributo à Legião, para a série MTV Ao Vivo, em São Paulo, pelos trinta anos da banda. A homenagem teve o ator Wagner Moura, fã assumido da banda, como vocalista principal, além de participações dos músicos  Fernando Catatau e Bi Ribeiro, além do guitarrista britânico Andy Gill, do Gang Of Four, uma das maiores influências da Legião.  
O RETORNO
Após uma longa disputa judicial com o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, os integrantes remanescentes da formação de 1990, foram autorizados judicialmente a utilizar comercial-mente a marca Legião Urbana, através de uma decisão da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, em 28 de outubro de 2014.
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A nova formação da Legião Urbana.
Desta forma, em outubro de 2015, a banda voltou à ativa com a seguinte formação: o guitarrista Dado Villa Lobos e o bateirista Marcelo Bonfá, juntamente com o baixista Formigão (que pertence ao Planet Hemp) e o músico e ator André Frateschi para o vocal.
A banda retornou com uma turnê intitulada Legião Urbana XXX Anos, com a primeira apresentação em 23 de outubro, na cidade de Santos, estado de São Paulo, depois Itacaré, na Bahia, em 1º de novembro e segue por outras cidades, comemorando os trinta anos do lançamento do primeiro disco.
Dado e Marcelo planejavam lançar, também, um box especial com dois discos, um livreto e uma remasterização do primeiro álbum. O box iria conter as músicas ''Será'', ''Geração Coca-Cola'' e ''Soldados'', além de sobras de estúdio e versões que a Legião tocou para mostrar à gravadora no início da carreira.
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O grande problema é a música ''1977'', gravada e nunca lançada devido à insatisfação de Renato com o resultado. A música deu origem a dois grandes sucessos, ''Fábrica'' e ''Tempo Perdido''.
Depois de pronto o box, Dado e Bonfá foram comunicados de que a música pertencia à Renato Russo com 75% dos direitos  e Legião Urbana Produções Artisticas (em posse do filho dele) com 25%, sendo assim, não poderia estar no box.
Eles apresentaram um documento oficializado pelo Departamento de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal, provando que a letra era de autoria de dado Villa Lobos, Renato Russo e Marcel Bonfá. Ainda assim, descobriram que 1977 foi registrada em 2003 no ECAD pelo filho de Renato. 
Devido a esse novo impasse, decidiram cancelar o lançamento do box, sem que isso interferisse na turnê. (Que pena, nesse tipo de briga judicial, quem saiu perdendo fomos nós, fãs da banda. Lamentável esse tipo de atitude, pois os dois lados sairiam ganhando com a venda do box).
ÁLBUNS SOLO DE RENATO RUSSO
THE STONEWALL CELEBRATION CONCERT
The Stonewall Celebration Concert é o primeiro disco solo de Renato Russo, lançado em 1994. 
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Interpretado totalmente em inglês, foi uma homenagem aos vinte cinco anos da Rebelião de Stonewall, que foi uma série de violentas manifestações espontâneas por membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia, que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969, no Stonewall Inn, localizado no bairro Greenwich Village de Manhattan, Nova Iorque, Estados Unidos. 
Nesse disco, Renato interpreta Irving Berlin (''Say It Isn't So'' e ''Let's Face The Music & Dance''), Madonna (''Cherish''), Tanita Tikaram (''Cathedral Song''), Billy Joel (''And So It Goes''), Bob Dylan (''If You See Him, Say Hello''), Leonard Bernstein (''Somewhere'') e muitos outros clássicos da música. 
Parte dos royalties foi doada a campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida.
Foi um dos primeiros álbuns totalmente gravados em computador no mercado brasileiro.
EQUILÍBRIO DISTANTE
Equilíbrio Distante foi o segundo álbum solo de Renato lançado em 1995 e apesar do título, não tem nenhuma música em português.
Após o lançamento de seu primeiro álbum solo The Stonewall Celebration Concert, Renato Russo começou a despertar interesse pela música italiana (o que demonstra forte ligação à sua ascendência). Renato apresentou à sua gravadora, a EMI, o projeto de gravar um disco com músicas em italiano. A EMI aceitou sua proposta e enviou o cantor à Itália. Com o repertório já definido, o líder da Legião Urbana aproveitara a viagem para descobrir mais sobre a cultura italiana.
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De volta ao Brasil, Renato reúne músicos conceituados para a gravação do disco Equilibrio Distante em 1995, entre eles, os baixistas Arthur Maia (renomado baixista brasileiro, na época tocando com Gilberto Gil), Bruno Araújo (que fez parte da banda de apoio da Legião Urbana na turnê As Quatro Estações e gravou o baixo no álbum V). 
Renato convidou também, Carlos Trilha, produtor, tecladista, arranjador e pianista que também fez parte da banda de apoio da Legião nas turnês do álbum V em diante e gravou os discos The Stonewall Celebration Concert com Renato e "A Tempestade" e "Uma Outra Estação" com a Legião Urbana.
O disco consegue emplacar três grandes hits: "Strani Amori" que rendeu até um videoclipe onde Renato aparece pela última vez. O video foi incluído no terceiro álbum solo de Renato, o póstumo O Último Solo, "La Forza Della Vita" que fez parte da trilha sonora da novela O Rei do Gado, da Rede Globo e e ''La Solitudine''.
Quatro das faixas do álbum ("La Solitudine", "Gente", "Strani Amori" e "Lettera") são covers da cantora italiana Laura Pausini, que na época que o CD foi lançado ainda era desconhecida no Brasil.
A capa do disco é formada por desenhos de Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, que representam o Pão de Açúcar, o Estádio do Maracanã, o Coliseu e a Torre de Pisa (grafada como Torre de Pizza). 
Outras músicas foram gravadas, porém, não estavam com seus arranjos prontos e ficaram de fora. Elas foram posteriormente finalizadas e relançadas em O Último Solo, disco póstumo de Renato Russo.
O ÚLTIMO SOLO
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O Último Solo  álbum póstumo do cantor Renato Russo, lançado em 1997.
Foi lançado após a morte de Renato Russo, líder da Legião Urbana, o álbum reúne oito canções que ficaram de fora dos dois álbuns solo anteriores de Russo: The Stonewall Celebration Concert, de 1994, cujo repertório é totalmente em inglês e Equilíbrio Distante, de 1995, em italiano.
O álbum ainda conta com uma faixa interativa contendo o videoclipe de ''Strani Amori'', principal single de Equilíbrio Distante e trechos em áudio de uma entrevista de Renato Russo.
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CURIOSIDADES E OUTROS AFINS
* Em 1995, todos os discos de estúdio da banda até 1993 foram remasterizados no lendário estúdio britânico Abbey Road  Studios, em Londres (famoso por causa das gravações dos Beatles lá) e lançados em uma lata intitulada ''Por Enquanto 1984 - 1995''. A lata também incluiu um pequeno livro, com  um texto escrito pelo antropólogo Hermano Vianna, irmão do músico Herbert Vianna.
* Dois filmes relacionados à Legião Urbana foram lançados nos cinemas brasileiros, em circuito nacional. Foram eles:
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- Somos Tão Jovens, de Antônio Carlos da Fontoura, com roteiro de Marcos Bernstein e trilha sonora original de Carlos Trilha. Retrata a adolescência de Renato Russo (interpretado pelo ator Thiago Mendonça) e o início de seu interesse pela música, abordando o começo e o fim do Aborto Elétrico e também sua fase Trovador Solitário e o início da Legião Urbana. Foi lançado nos cinemas em 03 de maio de 2013.
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- Pouco depois, em 30 de maio do mesmo ano, foi lançado Faroeste Caboclo, adaptação da música homônima de Renato Russo, dirigida por René Sampaio e com roteiro de Victor Atherino e Marcos Bernstein a partir da letra original. No elenco, Fabrício Boliveira (o protagonista João de Santo Cristo), Isis Valverde (a mocinha Maria Lúcia), Felipe Abib (o vilão Jeremias) e César Troncoso (o traficante Pablo).
* As músicas da Legião Urbana inspiraram regravações por músicos das mais diversas vertentes, estilos e tendências. Entre as releituras mais conhecidas estão: 
- Cássia Eller - ''Por Enquanto'' e ''1º de Julho'';
- Pato Fu - ''Eu Sei'';
- Paralamas do Sucesso e Capital Inicial - ''Que País é Este'';
- Jerry Adriani, Fagner e Ângela Maria - ''Monte Castelo'';
- Zélia Duncan, Reação Em Cadeia, Maria Gadú e Nenhum de Nós - ''Quase Sem Querer'';
- Ira! - ''Teorema'';
- Paulo Ricardo e Lulu Santos - ''Tempo Perdido'';
- Engenheiros do Hawaii, Léo Jaime Biquíni Cavadão e Calcinha Preta - ''Índios'';
- Titãs e a banda portuguesa The Gift - ''Setes Cidades'' e ''Que País é Este'';
- Barão Vermelho - ''Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto'';
- Charlie Brown Jr. - ''Baader-Meinhof Blues'';
- Sandra de Sá e Lobão - ''Mais do Mesmo'';
- Marina Lima e Nelson Gonçalves - ''Ainda é Cedo'';
- Raça Negra e Simone - ''Será'';
- A banda argentina Ataque 77 - ''Perfeição'' e ''Fábrica'';
- Forfun - ''Metrópole''.
imageE por aqui encerro este comentário sobre Renato Russo & A Legião Urbana. Espero ter esclarecido alguns detalhes para vocês e lembrado de tantos outros para quem é fã desses músicos que contribuíram muito para o pop rock brasileiro. 
Muito obrigado por mais esta visualização, esperando que vocês curtam minha próxima postagem: Sandra & Michael Cretu. Não percam, vocês verão que conhecem bem os dois.
Autor: Carlos Alberto de Lemos Anchieta
Vejam mais de Renato Russo & Legião Urbana em:

Michael e Sandra Cretu

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Olá galera que está curtindo o Blog do Véio! Satisfação em poder levar entrete-nimento a vocês que curtem a boa música. A partir desse momento vou comentar a vida e a carreira de um casal que deixou marcas profundas na música européia e, porque não dizer, mundial.
Sandra e Michael...
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Olá galera que está curtindo o Blog do Véio! Satisfação em poder levar entrete-nimento a vocês que curtem a boa música. A partir desse momento vou comentar a vida e a carreira de um casal que deixou marcas profundas na música européia e, porque não dizer, mundial.
Sandra e Michael Cretu foram e ainda são importantes no cenário musical, afinal de contas suas músicas são ouvidas e lembradas até hoje. Vou descrever a história deles de maneira cronológica, fato esse que vai misturar tudo, como se (e assim foi!!) tudo se cruzasse .
MICHAEL, PRODUTOR BRILHANTE
Mihai Creturiu, músico e compositor, nascido na Romênia em 1957, conhecido mundialmente por Michael Cretu (seu apelido Cretu, em romeno quer dizer ''cabelo encaracolado'') que trabalhou com inúmeros produtores, músicos e artistas ao longo da sua extensa carreira.
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Na década de 70, trabalhou com Frank Farian, produ-tor de bandas co-mo: nos 70, Silver Convection, Erup-tion e Boney M.; no final dos 80 e início dos 90, Milli Vanilli e, por consequência The Real Milli Vanilli, No Mercy, La Bouche.
Trabalhou também com artistas e bandas como Boney M., Goombay Dance Band e Mike Oldfield, algumas como produtor e tecladista, tempos antes de realizar seu projeto que o consagrou e antes de produzir a cantora que viria a ser sua esposa, simplesmente conhecida por Sandra.
Michael trabalhou com produtores da dance music como André Tanenberg, mais conhecido como ATB e a dupla de remixers Jam & Spoon.
TEU PASSADO TE ...ENGRANDECE
Michael estudou estudou mússica clássica em Bucareste em 1965 e Paris em 1968, depois frequentou a Academia de Música de Frankfurt, na Alemanha, de 1975 a 1978, formando-se em música.
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Começou traba-lhando como tecla-dista e produtor na equipe de Frank Farian, então produ-tor famoso dos anos 70 e 80 pelas bandas Boney M. e Milli Vanilli.
Nos anos 80, Michael assumiu a produção do quartet pop alemão Hubert Kah e começou a escrever músicas para o seu lider, Hubert Kammler, conseguindo alguns sucessos e trabalhou, também, com outra banda que conseguiu lançar, chamada de Moti Special, na qual além de produtor era tecladista.
Nessa época ele conheceu sua futura mulher, Sandra. Vou contar tudo desde o começo.
SANDRA
Nascida na Alemanha, Sandra Menges, Sandra Ann Lauer, ou simplesmente Sandra, é uma cantora e atriz que interpretou sucessos tanto na era disco, como na fase anos 80 do synthpop com muito sintetizadores e teclados.
NASCIDA PARA BRILHAR 
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Sandra Ann Lauer, nasceu na cidade alemã de Saarbrücker, perto da fron-teira com a França. Filha de pai francês e mãe alemã, des-de cedo mostra-va um interesse especial pela música e dança.
A dança a família deu um jeito. Colocou-a para aprender balé aos cinco anos de idade e se estendeu até os 15 anos. Durante esse período, aos dez anos, ganhou um violão e teve aulas com um professor.
Aos treze anos, Sandra visitou uma competição em sua cidade natal, chamada Festival da Jovem Estrela, onde estavam à procura de novos talentos para a indústria da música. Ela não estava fazendo parte deste concurso, apenas assistindo. 
Após a apresentação de todos os candidatos, quando o juri estava discutindo os resultados, Sandra disse para sua mãe que iria ao banheiro. Se levantou, caminhou até o palco, convenceu o DJ. a colocar uma base (só o instrumental) para fazer uma cover de uma canção de Olivia Newton-John, pegou o microfone e começou a cantar. 
Não é preciso dizer, que a partir daquele momento, Sandra não parou de cantar. Ajudada pelo reconhecimento recém adquirido, foi convidada a gravar, e lançou um single com uma música sobre um cachorro de estimação. A música foi mal sucedida, numa época em que a disco music predominava o cenário musical, Sandra resolveu se recolher por um tempo. 
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Mas não demo-rou muito para que, em 1979, fosse convidada para participar de um trio. Formado por Michaela, Vetter e Sandra, o trio chamava-se Arabesque. Foi aí que come-çou um novo período na vida de Sandra.
Pela primeira vez, ela estava longe da família, aparecendo em programas de televisão, subin-do em palcos em países estrangei-ros, dando entre-vistas, tirando fotos, e cantando em shows.
O Arabesque foi bem sucedido e no aniversário de dezenove anos de Sandra, ela era uma estrela. O grupo foi particularmente popular no Japão, tiveram êxito no Japão e também ficaram conhecidas no Brasil (eu dancei muito na era disco com elas, na minha adolescência).
Depois de nove álbuns, as diferenças de interesses musicais e o fim da popularidade acabou resultando no fim do grupo. Nessa época Sandra e Michael, que era o tecladista da banda, já estavam namorando e se mudaram para Munique.
A PRINCESA DO POP
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Michael criou seu próprio estúdio e lá gravaram uma música chamada ''Japan Ist Weit'', uma cover de ''Big In Japan'' do Alphaville, que conse-guiu entrar em várias paradas, como o Top 20 alemão e o Top 100 da Suíça. O que veio a seguir, fez parte da avalanche pop dos anos 80.
Em 1985 lançou um single chamado ''(I'll Never Be) Maria Magdalena'', que literalmente ''estourou'' nas paradas. Esta música liderou as paradas em 41 países em todo o mundo, e alcançou o Top 10 em mais de vinte países.
Seu primeiro álbum The Long Play, de 1985, alcançou o número 12 em seu país de origem, permaneceu no Top 20 alemão por 16 semanas, enquanto na Suécia, ''Maria Magdalena'' passou quatro semanas no número um.
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No Brasil, a música ''Maria Magdalena'' foi tema do remake de 1986 da novela Selva de Pedra, da Rede Globo, e permaneceu em número 1 nas paradas brasileiras, por mais de 15 semanas.
O single que veio depois, ''In The Heat Of The Night'', continuou o seu sucesso em todo o mundo, alcançando o número 2 na Alemanha e os Top 5 na França e no Brasil. Esta música ganhou, também, o primeiro lugar no Festival de Música de Tóquio, em 1986.
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Pouco depois do lançamento de The Long Play, Sandra se mudou para Londres por seis meses, para aprender inglês com a instrutora de canto Helena Shelen que já havia trabalha-do com artistas como George Michael e Paul Young. Nos fins de sema-na, Sandra voltava para Munique para trabalhar em seu novo álbum.
Lançado em outubro de 1986, Mirrors, segundo álbum de estúdio, re-flete o contínuo desenvolvi-mento musical de Michael Cretu, já que neste álbum, Michael trabalhou mais como compositor. 
O primeiro dos quatro singles de Mirrors foi ''Innocent Love'', que entrou no Top 10 da França, enquanto o segundo single ''Hi Hi Hi'' se tornou um sucesso no mundo inteiro. A balada ''Loreen'' foi o terceiro single de Mirrors, enquanto o electro pop ''Midnight Man'' (com Michael cantando e aparecendo no vídeo da música) foi o quarto e último single do álbum.
Dois anos após ter iniciado sua carreira solo, Sandra lançou uma coletânea de sucessos, em 1987, chamado Ten On One. Junto com a coletânea, saiu uma outra com os vídeos, dando aos fãs uma ideia de como era a vida privada e o dia-a-dia de Sandra.
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Sua versão de ''Everlasting Love'' foi um enorme sucesso e, pela primeira vez, ela teve um sucesso na Billboard, a bíblia da música. O vídeo da música mostrou Sandra e um modelo como diversos amantes de todas as épocas, como Adão e Eva, Bonnie e Clyde, Cleópatra e Marco Antonio, entre outros.
O segundo single de Ten On One foi ''Stop For a Minute'', que se tornou um sucesso na Europa e foi escrito especialmente para uma série de televisão alemã, chamado Tatort, onde ela apareceu cantando a música durante um dos episódios.
O ano de 1988 foi cheio para Sandra e Michael Cretu. No dia 7 de janeiro de 1988 eles se casaram e mudaram-se para a ilha espanhola de Ibiza, onde Michael contratou dois arquitetos famosos para construir uma mansão no estilo marroquino, ao qual ele agregou um estúdio profissional à obra.
No mesmo ano ela participou de um filme, Forever, e, ainda, lançaram o álbum Secret Land. Neste álbum, o som afastou-se um pouco do pop e ficou um pouco mais misterioso e sedutor (Humm! Agora eu entendi o porque do outro projeto de Michael).
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Quatro singles foram extraídos deste álbum, sendo o primeiro ''Heaven Can't Wait'', grande sucesso na França e na Alemanha, a faixa título, ''Secret Land'' foi o segundo single, entrou no Top 10 alemão. O terceiro single ''We'll Be Together'' também se tornou sucesso, entrando para o Top 10 alemão. E, finalmente, ''Around My Heart'' foi o quarto single e atingiu o décimo-primeiro lugar na parada alemã e em 1990 participou da trilha do filme Big Romancer.
Sandra lançou a versão remixada de ''Everlasting Love'' e foi um sucesso nas paradas do Reino Unido, na Suécia, nas Filipinas, África do Sul, Brasil e Estados Unidos. Ainda nesse ano, Sandra participou do projeto Artist United For Nature.
O PROJETO PARALELO DOS DOIS: ENIGMA
imageApós trabalhar em colaboração com vários artistas, Michael trabalhou junto com Sandra e tinha em mente um estilo diferente de ''New Age'' (música instrumental para meditação, normalmente), um estilo dance, mas que ainda não tinha nome.
Foi então que Michael lançou, juntamente com sua esposa, Sandra, David Faistein e Frank Peterson, o primeiro álbum daquele projeto que mudaria o cenário musical da ''música de elevador'' (apelido dado àquela música mais suave, para reflexão, utilizada em elevadores nos Estados Unidos e Europa).                                                                        
Em dezembro de 1990, surge o primeiro (Sim, porque vieram muitos após este!) álbum, a estréia do projeto: MCMXC a.D (1990 em números romanos seguindo de uma abreviação aparentemente incorreta do "Anno Domini"). As músicas chamaram atenção por causa da mistura, uma vez que Michael juntou Cantos gregorianos, batida dançante e gemidos sensuais de Sandra, soando muito interessante aos ouvidos do público naquela época.
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Estava lançado o projeto Enigma, que trouxe como primeiro grande sucesso comercial de Michael, a música ''Sadness''. Outro grande sucesso foi a sexy ''Mea Culpa'', remixadas, as duas, depois por vários dos melhores DJ.s do mundo.
Antes que o álbum fosse lançado, Michael foi bastante cauteloso com a resposta que poderia obter, tanto do público mais conservador, mas principalmente da Igreja Católica e decidiu ocultar seu verdadeiro nome, assinando como M.C. Curly.
A contracapa do álbum conteve pouca informação sobre seus integrantes, promovendo o mistério sobre os criadores do álbum, levando à especulação se o Enigma era uma pessoa ou um grupo. E não foi à toa.
Há controvérsias em torno das músicas do álbum por serem tanto religiosas quanto sexuais, particularmente nos três primeiros singles. O vídeo clipe de "Principles Of Lust" (Princípios da Luxúria) foi banido da MTV e das maiorias das estações de TV, que também vetaram os vídeos de "Sadeness (Part 1)". 
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O álbum em si foi banido em diversos países pela mesma razão, enquanto os críticos taxavam as músicas do álbum como blasfêmia. No entanto, a popularidade do álbum disparou até o número 1 em pelo menos 24 países diferentes em que foi lançado, alcançando o disco de ouro e de platina.
O sucesso de MCMXC a.D influenciou os trabalhos de B-Tribe em Fiesta Fatal!, Delerium em Semancic Spaces e também de Sarah Brightman em Eden. O álbum também foi um trampolim para novos grupos musicais inspirados no canto gregoriano em suas músicas, como por exemplo Era e Gregorian, na qual foi fundado por Frank Peterson após ter se desvinculado de Michael Cretu.
Particularmente, eu ainda destaco a viagem transcendental que a trilogia das músicas de ''Back To The Rivers Of Belief''. Quando você precisa relaxar e viajar na sonoridade da música, deve-se ouví-la desde o início até chegar no ápice de ''The Rivers Of Belief''.
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Em 1993, Michael Cretu, recebeu a proposta de compor a trilha sonora completa do filme Invasão de Privacidade mas, no momento, estava desenvolvendo o segundo álbum do Enigma e estava impossibilitado de aceitar a oferta. Porém, entregou as músicas “Carly's Song” e “Carly's Loneliness”, temas para a personagem Carly interpretada pela atriz Sharon Stone.
Logo em seguida, The Cross Of Changes (A Cruz das Mudanças, ou Cruzamento das Mudanças) foi lançado e vendeu 6 milhões de cópias em um ano. Com o grande sucesso "Return To Innocence", este foi o álbum com mais faixas utilizadas em campanhas publicitárias e filmes, sendo utilizado pela última vez no filme Matrix, em 1999, a música "The Eyes Of Truth". 
Michael Cretu se deixou influenciar desta vez pelos ritmos hindus, inserindo cantos de lamento, que remetiam a paisagens e orações indianas, sempre com sua marca registrada. Um som de ostentação e de batidas sensuais, que elevavam a mente para causas espirituais, chamando a todos para uma meditação mais profunda sobre a vida e a nossa missão terrena.
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Em 1996, lançou Le Roi Est Mort, Vive Le Roi! (O Rei Está Morto, Viva o Rei!). A idéia de Michael era que este álbum, o terceiro, fosse a síntese dos dois álbuns anteriores e, por consequência, os elementos familiares como os cantos gregorianos e a música hindu estivesse mais presente do que nunca.
Embora o álbum tenha sido projetado tão meticulosamente por Michael Cretu, não conseguiu o mesmo nível do sucesso dos dois anteriores. Em consequência, somente dois singles deste disco vingaram e foram lançados: ''Beyond The Invisible'' e ''T.N.T. For The Brain'', também remixadas por DJ.s para as pistas de dança, principalmente na Alemanha, país natal da banda e onde fazem mais sucesso.
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No ano de 2000, The Screen Behind The Mirror (A Tela Atrás do Espelho), incluiu trechos de Carmina Burana de Carl Orff em quatro faixas do álbum. Neste disco voltaram as marcas registradas do Enigma, os Cantos Gregorianos e ainda flautas. Somente ''Gravity Of Love'' e ''Push The Limit'' foram lançadas como single. Este disco marca a estréia do cantor Andru Donalds no projeto Enigma.
Em 2001, Michael lançou o single ''Turn Around'' junto com a coletânea Love Sensuality Devotion - The Greatest Hits e a também coletânea, com o que já havia sido lançado e algumas novidades, Love Sensuality Devotion - The Remixes.
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Lançado em 2003, Voyager (Viajante), foi considerado por muitos como uma transformação total do projeto, já que quase todos os elementos que justificavam a assinatura Enigma (Cantos Gregorianos, as famosas flautas) não estavam mais presentes nesse álbum, que estava mais eletrônico e diferente, quase uma releitura do projeto. Claro que isso influenciou na maneira dos fãs escutarem e por isso, as vendas não foram boas, pois muitos não apreciaram essa nova sonoridade.
Em 2005 a gravadora do Enigma anunciou o lançamento do single, já atrasado, da música ''Hello And Welcome'' que era dedicada ao boxeador alemão Felix Sturm, que foi anunciado para outubro e foi lançado em novembro (só seria lançado em março de 2006 na Alemanha).
imageEm 2006, o projeto Enigma finalmente lançou o seu sexto disco, A Posteriori, que contém ''Hello And Welcome''. Destaco ainda, ''Eppur Si Muove'' e ''Goodbye Milky Way''. Este talvez seja o álbum mais sombrio da banda, tendo como tema a Via Láctea e sua destruição prevista para acontecer daqui alguns milhões de anos.
Este álbum propõe uma reflexão sobre vida e morte, a criação e a destruição do  cosmo, claro e escuro, assim como o primeiro álbum, só que desta vez sem a temática sexual, com mais ênfase no dançante. A Posteriori foi lançado bem na época em que a humanidade olhava para o céu e se perguntava sobre se Plutão era planeta ou asteróide e forma uma bela trilha sonora para essa reflexão, já que o abuso dos ecos nas músicas remete a uma jornada pelo espaço sideral.
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Seven Lives, Many Faces é o sétimo álbum do projeto Enigma, foi lançado em 2008, teve um desempenho melhor nas paradas do que o anterior A Posteriori. Teve como singles as faixas "Seven Lives" "La Puerta Del Cielo" e "The Same Parents". 
Este álbum marcou a volta do estilo que fez do Enigma uma sensação no mundo da música, inovando na mistura de sons e estilos. Com elementos mais intimistas e de fundo natural, em Seven Lives, Many Faces, Michael Cretu cria ares de reflexão, melodias suaves e um verdadeiro deleite aos ouvidos. 
As vendas do álbum foram de 500 mil cópias mundialmente em sua estreia e chegou a mais de 2 milhões de cópias até o momento. Considerando que a musica mundial sofre com downloads ilegais e a pirataria, é um número de vendagem espantoso para um estilo pouco divulgado no mundo da música.
Curiosidades
* No ano de 2001, o Enigma vendeu mais de 100 milhões de álbuns.
* O Enigma não é uma banda propriamente dita,mas um projeto musical, pois os artistas são convidados somente para participarem de determinados álbuns e não do projeto em si. Veja os exemplos: The Angel X forneceu os vocais para ''Return To Innocence''; Ruth-Ann Boyle e Andru Donalds em The Screen Behind The Mirror e Voyageur; Louisa Stanley e Elisabeth Houghton emprestaram suas vozes para ''The Voice Of Enigma'' e ''Knocking On Forbidden Doors'', respectivamente.
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* O último registro em álbum de Sandra foi em 2009, quando lançou Back To Life, onde teve dois singles, ''In a Heartbeat'' e ''The Night Is Still Young''. 
* O último registro do Enigma não foi um álbum, já que não lançou nenhum depois de Seven Lives, Many Faces, mas um single, em 2011 chamado ''MMX (The Social Song)'' com a participação nos vocais de Fox Lima.
* Lembram do estúdio que Michael construiu em sua mansão estilo marroquino? Pois nele saem atualmente todo e qualquer projeto em que Michael esteja envolvido. Esse estúdio chama-se A.R.T. (sem pontuação a grafia significa ARTE). O que ele produz senão obras em que envolvem o talento, a arte de um músico.
* Sandra e Michael nasceram no dia 18 de maio, ela em 1962 e ele em 1957.
* Michael e Sandra se divorciaram em 2007, Sandra casou-se novamente, e eles continuam trabalhando juntos, até hoje.
* No vídeo de ''You And I'' que postei para que apreciem, aos 4 minutos da música (que na verdade são vídeos da intimidade do casal), aparece um pedaço da mansão no estilo marroquino que comentei com vocês.
Pois é pessoal, era isso que eu tinha para comentar sobre Michael Cretu, Sandra e Enigma (e ainda falei por tabela do Gregorian, uma das minhas primeiras postagens). 
Muito obrigado por visualizarem meus comentários. espero que tenham gostado desse. Na próxima postagem falarei sobre o fenômeno Mamonas Assassinas
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Vejam mais de Michael Cretu, Sandra e Enigma em:

Mamonas Assassinas, o Fenômeno

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Salve galera que curte o Blog do Véio! Fico feliz em saber que estão gostando das minhas postagens e voltando para ver o que tem de novo para relembrar ou, perdoem-me a falta de humildade, até para descobrir fatos que não sabiam.
A minha postagem aqui, vai tratar de uma banda que foi um fenômeno. Assim como surgiu,...
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Salve galera que curte o Blog do Véio! Fico feliz em saber que estão gostando das minhas postagens e voltando para ver o que tem de novo para relembrar ou, perdoem-me a falta de humildade, até para descobrir fatos que não sabiam.
A minha postagem aqui, vai tratar de uma banda que foi um fenômeno. Assim como surgiu, ela findou de uma maneira bastante trágica para os rapazes de Guarulhos que sonhavam em ser sucesso com a banda ou algo que eles realmente gostassem.
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imageA banda Utopia surgiu depois que Sérgio Reoli, em março de 1989, trabalhava na Olivetti, conheceu Maurício Hinoto. Ao saber que Sérgio era baterista, Maurício decidiu apresentar o irmão que era guitarrista. Alberto Hinoto (que depois adotaria o nome artístico de Bento) junto com Sérgio, decidiram montar uma banda.
Na época, o irmão de Sérgio, Samuel Reoli, não se interessava em música, preferindo desenhar aviões. Mas ao ver Sérgio e Bento ensaiarem em sua casa, Samuel se interessou pela música e passou a tocar baixo. Com essa formação, estava pronta a cozinha: guitarra, baixo e bateria.
A partir daí, estava formada a banda Utopia, especializada em covers de grupos como Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Rush, entre outras. 
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Alecsander Alves, o Dinho.
Em um show em julho de 1990, o público pediu para que eles tocassem uma música do Guns N' Roses, ''Sweet Child o'Mine''. Como não conheciam a letra da música, pediram para que um dos espectadores subisse ao palco para ajudá-los.
Alecsander Alves, conhecido como Dinho, ofereceu-se para cantar e sua apresentação escrachada provocou muitas risadas na platéia, garantindo o posto de vocalista da banda.
Em 1990, através de Sérgio, o tecladista Márcio Araújo foi inserido no Utopia. O último integrante a compor o Utopia foi Júlio Rasec, que era amigo de Dinho e o ajudaria nas músicas covers em inglês, além de atuar como percussionista e consertar fios e cabos dos equipamentos da banda, quando fosse necessário.
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Em 1992, a banda conheceu Rick Bonadio, então empresário da banda Charle Brown Jr. e, em seu estúdio produziram aquele que foi seu primeiro e único disco. Utopia, o álbum, continha as músicas ''Horizonte Infinito'', ''Utopia 2'', ''Inconsciência'', ''O Outro Lado'', ''Joelho'' e ''Sabedoria''. Com tiragem de 1.000 (mil) cópias, o disco foi um grande fracasso comercial, vendendo pouco mais de 100 (cem) cópias.
A MUDANÇA
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A banda passou a apresentar-se na periferia de São Paulo e, aos pou-cos, seus integran-tes passaram a perceber que as palhaçadas e músi-cas de paródias que faziam nos ensaios para se divertirem eram melhor recebidas pelo público do que as covers e as músicas sérias.
Aos poucos a banda foi apresentando nos shows algumas paródias musicais, com receio da aceitação do público. O público, porém, aceitou muito bem as músicas escrachadas e o Utopia percebeu que alí estava a chave para o sucesso.
Através de um show na boate Lua Nua em Guarulhos, conheceram o produtor João Augusto Soares, na época vice-presidente da EMI, cujo filho Rafael Ramos se tornou um grande fã da banda ao ouvir a demo (uma fita com algumas músicas) que o pai havia rejeitado.
OS MAMONAS ASSASSINAS
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A banda enviou uma fita demo para diversas gravado-ras, entre elas Sony Music e EMI (da qual João Augusto era vice-presidente), com três músicas: ''Pelados em Santos'', ''Robocop Gay'' e ''Jumento Celestino''.
Como já citei acima, Rafael Ramos (filho de João Augusto) também era baterista da banda Baba Cósmica, e dava dicas para o pai sobre bandas novas que enviavam suas músicas para a gravadora.
Rafael insistiu para que o pai contratasse aquela banda, mas João Augusto se negou. Até que Rafael conseguiu que em 28 de abril de 1995, o pai assistisse um show da banda e imediatamente, João Augusto assinou contrato com eles.
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Só que, antes de gravar o disco, surgiu um ''pequeno'' problema: A EMI queria pelo menos 10 músicas para constar do CD, mas só tinham três. Aí rolou uma ''mentirinha'' básica, pois disseram que tinham 7 músicas e que em uma semana poderiam compor as outras.
E foi exatamente uma semana que eles tiveram para compor 12 músicas. Em maio de 1995, a EMI mandou todos os integrantes para Los Angeles, Estados Unidos para gravar seu disco. 
Eram para ser 15 músicas, mas uma delas acabou não incluída no CD, porque acabou sendo censurada. ''Não Peide Aqui Baby'', uma paródia da música ''Twist And Shout'' dos Beatles, ficou de fora por causa da quantidade de palavrões que ela continha.
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O disco, produzido por Rick Bonadio (apelidado pela banda de Creuzebek por causa do uso constante da palavra ''playback''), foi lançado no dia 23 de junho de 1995 e passou desapercebido nas lojas, ninguém se interessou, nem as lojas nem o público.
Isso até quando a Rádio 89 FM (A Rádio Rock) tocou a música ''Vira-Vira'', aí ninguém conseguiu mais segurar os Mamonas Assassinas. Foi o disco de estréia que mais vendeu no Brasil e também o disco que teve o maior número de cópias vendidos em um único dia: 25 mil cópias vendidas nas primeiras 12 horas após a música ter sido executada na Rádio 89 (incrível, não?!!!). 
Depois disso foi tudo muito rápido e exaustivo. Fizeram uma turnê onde tocavam cerca de oito ou nove vezes por semana, com apresentações em 25 dos 27 estados brasileiros e às vezes, dois ou três shows no mesmo dia. 
imageApresentações em programas de grande audiência não lhes faltavam, ao ponto de da banda ser disputada pelas emissoras. Por serem queridos e admirados pelo público, todas as vezes em que apareciam na televisão, a audiência triplicava. 
E isso gerou brigas entre as emissoras, que queriam ter os Mamonas Assassinas em seus programas.A Rede Globo de Televisão tentou contratar a banda por 3 anos, com exclusividade, mas não tiveram sucesso.
UM FATO ANTES E DEPOIS DA FAMA
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Um ponto marcante na carreira dos Mamonas Assassinas, aconteceu em 1992, quando a banda ainda era o Utopia e os integrantes tentaram tocar no Ginásio Paschoal Thomeo, conhecido como Thomeozão, em Guarulhos.
Foram expulsos pelo dirigente do ginásio, dizendo que a banda nunca iria fazer sucesso por causa do seu nome. Dinho, o vocalista, discutiu feio com uma autoridade da cidade e disse que um dia eles seriam famosos, que o mundo dá voltas e, com isso, a prefeitura iria pedir para eles tocarem lá, e ele pensaria se iriam tocar.
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Em janeiro de 1996, já como Mamonas Assassinas, os cinco lotaram o ginásio. Esse show foi marcado por vídeos amadores que mostram o momento em que Dinho senta no palco e em tom de desabafo, manda uma mensagem positivista, com muita energia, repleta de críticas àqueles que não acreditaram no seu trabalho, dizendo que nunca se deve deixar de acreditar em seus sonhos, pois os Mamonas sempre tiveram o sonho de tocar no Thomeozão e tiveram as portas fechadas em suas caras.
QUANTO VALEU O ''ROLO COMPRESSOR''
imageNa época em que eles fizeram inúmeros shows, eles foram apelidados de Rolo Compressor porque as outras bandas e artistas tinham medo e não queriam tocar na mesma cidade em que eles tocariam, pois todo mundo queria assistir só os Mamonas Assassinas. Então eles passavam feito um Rolo Compressor por onde quer que fossem.
O cachê dos Mamonas Assassinas no início era de R$ 8 mil por apresentação e tornou-se um dos mais caros do país, para a época, em fevereiro de 1996 esse valor já havia subido para R$ 70 mil. A EMI faturou cerca de R$ 80 milhões com a banda, enquanto eles eram vivos. 
Fizeram cerca de 190 shows em 180 dias e só não se apresentaram nos estados do Acre e do Tocantins. A banda atingiu um Record Mundial quando seu disco registrou um total de 3 milhões de cópias vendidas em menos de um ano e ainda, ocupam o 9º lugar na lista de artistas que mais faturaram no ano de 1995, com R$ 275 milhões.
MAMONAS ASSASSINAS, O ÁLBUM E SUAS MÚSICAS
O álbum que leva o nome da banda, lançado em 23 de junho de 1995, foi o único disco oficial de estúdio da banda paulista. O álbum vendeu mais de três milhões de cópias, recebendo por isso uma certificação de Disco de Diamante (certificado que até então somente Xuxa, Roberto Carlos, Ritchie e Xitãozinho e Chororó tinham).
Vou falar um pouco sobre as músicas desse disco:
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* ''1406'' refere-se a um número de telefone de compras, o (011) 1406, que era de um famoso canal de televendas na primeira metade dos anos 1990, o Grupo Imagem.
* ''Vira-Vira'' é uma sátira do Vira, gênero musical português, mas a letra é inspirada em uma piada do humorista Costinha, presente no álbum O Peru de Festa 2, que conta a história de um casal de portugueses que foram à uma suruba.
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* ''Pelados em Santos'' é um convite romântico para um programa amoroso na cidade de Santos, em uma Volkswagen Brasília, na cor amarela e com pneus esportivos largos (as famosas rodas gaúchas).
* A introdução da música ''Chopis Centis'' é uma paródia de ''Should I Stay Or Should I Go'', da banda The Clash.
* O título de ''Uma Arlinda Mulher'' refere-se ao filme Uma Linda Mulher, estrelado por Julia Roberts. Esta música é uma clara referência às músicas ''Creep'' (1993) e ''Fake PlasticTrees'' (1995), ambas da banda inglesa Radiohead. Além disso, o tecladista Júlio Rasec, satiriza o estilo vocal do cantor Belchior, o que daria origem também à vinheta ''Belchi''.
* ''Cabeça de Bagre II'' é baseada na experiência do vocalista Dinho na quinta série primária. Seu título é a paródia de Cabeça Dinossauro dos Titãs. Nesta música, um dos solos de guitarra é uma referência à risada do Pica-Pau, e um dos riffs principais é ''Baby Elephant Walk'' (O Passo do Elefantinho), trilha infantil composta pelo músico norte-americano Henry Mancini e, que nos tempos da Jovem Guarda ganhou versão brasileira e se popularizou através do Trio Esperança.
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* A música ''Robocop Gay'' é uma homenagem ao personagem de Jô Soares, o Capitão Gay, com ligação ao personagem do ator Peter Weller, o Robocop, e também citando nos vocais a música ''Doce, Doce, Amor'' que é originalmente interpretado por Jerry Adriani. Versões ao vivo da música contavam com o ''Melô do Piripiri'', da cantora Gretchen. 
* ''Bois Don't Cry'' é uma paródia à música ''Boys Don't Cry'', do The Cure, com forte influência no arranjo e no vocal do cantor Waldick Soriano e há um trecho da música ''Tom Sawyer'' do Rush e a parte mais pesada da música usa como base ''The Mirror'' do Dream Theater. Uma referência ao filme Contato Imediatos do Terceiro Grau termina a música.
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* ''Lá Vem o Alemão'' é uma paródia a um pagode de muito sucesso na época, ''Lá Vem o Negão'', do grupo Cravo e Canela. Nesta música, Dinho satiriza os estilos vocais dos cantores Luiz Carlos, do grupo Raça Negra, e Netinho de Paula, então líder do Negritude Junior, cujos integrantes participam da música, juntos com integrantes do grupo Art Popular.
* As letras de ''Débil Metal'' são em inglês. O nome é um trocadilho com heavy metal/death metal e com a expressão débil mental. Dinho canta a música num estilo que lembra bastante o de Max Cavalera, na época, líder do Sepultura.
* Apenas duas músicas não são de autoria dos Mamonas: ''Sábado de Sol'', composta por Pedro Knoedt, Rafael Ramos (produtor que descobriu os Mamonas) e Felipe, todos da banda Baba Cósmica e ''Sabão Crá-Crá'', vinda do folclore escolar urbano.
A TRAGÉDIA
Ninguém acreditou, quando naquele domingo pela manhã, todas as emissoras de televisão noticiavam o final de um fenômeno, tanto de vendas como de carisma. Naquela manhã de 02 de março de 1996 a comoção se tornou generalizada por uma população que acostumou a rir do jeito escrachado de Dinho, das palhaçadas de uma banda nada séria, que partiu junta. 
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Todos haviam morrido em um acidente aéreo. Aí não houve mais como conter as lágrimas, pois aquela banda que era unânime do netinho ao avô, partiu para alegrar em outra dimensão.
Segundo fontes especializadas, a causa do acidente foi humana, pois em uma operação equivocada, o piloto da aeronave, que já havia pedido autorização para aterrissar 10 quilômetros antes de chegar ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, virou o avião para a esquerda, indo colidir com a Serra da Cantareira.
imageAlém dos componentes da banda, Dinho, que completaria 25 anos três dias depois, os irmãos Sérgio e Samuel (que completaria 23 anos no dia 11 de março), Júlio e Bento, também morreram no acidente o piloto e o co-piloto, dois assistentes dos artistas, Isaque Souto, primo de Dinho, e Sérgio Saturnino Porto, segurança do grupo. A morte trágica dos cinco componentes comoveu todo o Brasil, menos de dois anos após a morte de Ayrton Senna, que morreu em 01 de maio de 1994.
O enterro, no dia 04 de março no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, São Paulo, foi acompanhado por mais de 65 mil fãs e em algumas escolas não tiveram aulas por motivo de luto. O enterro foi transmitido na televisão, com canais interrompendo sua programação normal.
MAMONAS E OS AVIÕES
Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma ligação muito forte com aviões:
image * Quando adolescente, Samuel costumava desenhar aviões.
* No final dos anos 80, Sérgio, Bento e Samuel formaram a banda Ponte Aérea, que depois de tornaria o Utopia.
* Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
* No disco dos Mamonas Assassinas, há um agradecimento à Santos Dumont: ''Por ter inventado o avião, se não a gente ainda estaria indo mixar o disco a pé'' (o disco foi gravado e mixado nos Estados Unidos, em Los Angeles).
* Um trecho da música ''1406'' cita um avião: ''Você não sabe como parte um coração/Ver seu filhinho querendo ter um avião''.
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* Em algumas oportunidades, Dinho chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.
* Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio disse: ''O avião em que costumávamos viajar, caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas, foi falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou''.
* Existem registro em que Dinho cita o cantor norte-americano Richie Valens, conhecido pelas músicas ''La Bamba'' e ''Donna'', que morreu em um acidente aéreo em 03 de fevereiro de 1959, onde também morreram os músicos Buddy Holly e Big Bopper (conhecido no Brasil pelo falsete ''Oh Baby,That's What I Like'' da música ''Chantilly Lace'', sampleado pelo Jive Bunny em uma mixagem que dá título à música ''That's What I Like''.
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Júlio e Dinho
* Em um vídeo, Júlio e Dinho cantam a música ''Donna'' de Richie Valens.
* Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, comandado, na época, pela apresentadora Cuca Lazzarotto, Dinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: ''Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?''.
* No dia 02 de março de 1996 (no dia do acidente), Júlio disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhado com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época.
MAMONAS, O LEGADO
''Eles fizeram sucesso sendo eles mesmos'', disse Rick Bonadio.
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Muita gente se pergunta como o grupo Mamonas Assassinas conseguiu fazer tanto sucesso entre todas as faixas etárias e sociais da nossa população, mesmo com músicas ''politicamente incorretas'', que não deveriam tocar em rádios, por causa dos palavrões, e como se tornaram ídolos do público infantil.
Segunda a crítica especializada, a fórmula de sucesso deles baseava-se em letras de humor escrachado e músicas de várias vertentes, de apelo pop, que parodiavam estilos diferentes, como rock, heavy, metal, brega e até o vira português, entre outros.
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Rafael Ramos, descobriu os Mamonas Assassinas
Para Rafael Ramos, produtor musical que descobriu os Mamonas, ''Tinha muita coisa fazendo sucesso na época, mas ninguém fazia algo tão engraçado. O que veio depois era cópia. Eles eram muito carismáticos e, além disso, chegaram antes de muita gente''.
Outra questão levantada é qual o legado deixado por eles, já que as letras de suas músicas eram apelativas, como a de ''Robocop Gay'', que sofreu duras críticas de grupos LGBTs (acredito que uma piada inteligente tem que ser apreciada, não criticada), e mesmo sofrendo críticas muito duras da mídia especializada que os tachou de ridículos e palhaços da música. Talvez esses mesmos críticos que meteram o pau nos Mamonas, na época, hoje comparem alguns grupos, dizendo que não haverá nada igual aos Mamonas Assassinas.
imagePara muitos, a alegria e o humor irreverente, marcas do comportamento de seus jovens integrantes, liderados pela comédia natural de seu vocalista, aliados a letras de escracho, figurinos exóticos e performance estilo pastelão, foi o legado deixado pelos Mamonas Assassinas.
O jornalista Ivan Finotti disse: ''Os Mamonas Assassinas foram os maiores heróis de carne e osso que o Brasil já teve. Heróis em cima do palco, onde tocavam sem reclamar, até três vezes por noite. Heróis fora do palco, nas nossas casas, onde nos alegravam com suas músicas bacanas e suas piadas debochadas''.
CURIOSIDADES
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* Os Mamonas chegaram a vender, em certo período, 50 mil cópias por dia, por consequência 500 mil cópias em 10 dias.
* A música ''Pelados em Santos'' foi, sem dúvida,a música de maior sucesso dos Mamonas, foi a terceira música mais tocada no país, no ano de 1995.
* O logotipo da banda é a inversão da logomarca da Volkswagem, colocada de cabeça para baixo, formando assim um M e um A de Mamonas Assassinas. Dois veículos da empresa alemã são citados em suas músicas: em ''Pelados em Santos'', a Volkswagen Brasília, e em ''Lá Vem o Alemão'', a Volkswagen Kombi.
image* Os Mamonas Assassinas preparavam uma carreira internacional, com partida para Portugal preparada para 03 de março de 1996.
* ''Pelados em Santos'' ganhou uma versão em espanhol, com o nome de ''Desnudos en Cancún'', que foi lançada em 1998, na coletânea Atenção Creuzebek: A Baixaria Continua.
* A música ''Robocop Gay'' foi a primeira música dos Mamonas a fazer parte da trilha sonora de uma telenovela brasileira: Caminhos do Coração, exibida pela Rede Record nos anos de 2007 e 2008.
HOMENAGENS
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* No mesmo ano do acidente fatal com os integrantes do Mamonas Assassinas, o grupo de pagode Só Pra Contrariar, liderado por Alexandre Pires, gravou uma música intitulada''Tributo aos Mamonas'', homenageando a banda.
* Os Titãs, também paulistas, dedicaram seu álbum Acústico MTV, de 1997, aos Mamonas Assassinas. Em 1999, os Titãs  regravaram o sucesso ''Pelados em Santos" no álbum de covers As Dez Mais.
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* A banda paulistana 365 compôs a música ''Manhã de Domingo'', presente no disco Do Outro Lado do Rio, de 2005, em homenagem aos Mamonas. Vale lembrar que, quando ainda se chamava Utopia, a banda abriu vários shows para o 365.
* O cantor sertanejo Barrerito compôs a música ''Avião Assassino'' em homenagem ao quinteto de Guarulhos.
* Os Mamonas Assassinas e a Brasília Amarela são citados na música ''Festa da Música'', de Gabriel, o Pensador, do disco Quebra-Cabeça.
* Dinho é citado na música ''Todas Elas Juntas Num Só Ser'', de Lenine.
* Trechos das músicas dos Mamonas são citados em um trecho da música ''Pré-Sal'' de Nando Reis, do disco Sei.
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* Maurício de Souza também fez sua homenagem aos Mamonas. Uma pouco antes do acidente, quando a Turma da Mônica participou da história ''Mamonamania''. Em outra história, Mônica conhece o grupo Azeitonas Assassinas, que tocam uma paródia de ''Pelados em Santos''.
* Carnavais da vida:
- Em 2011, 15 anos após o trágico acidente, os Mamonas foram tema  da escola de samba G.R.E.S. Inocentes de Belfort Roxo, com o enredo ''De Guarulhos Para o Palco da Folia, Sonhos, Irreverência e Alegria, Mamonas Para Sempre''! A escola desfilou pelo grupo de acesso A do carnaval carioca, arrancando aplausos do público que acompanhava o desfile.
- No carnaval de 2013, a banda foi tema da escola Acadêmicos do Porto Novo.
TRABALHOS PÓSTUMOS
image* Um ano após a morte dos Mamonas, foi lançado de forma independente o CD A Fórmula do Fenômeno, sob coordenação de Mirela Zacanini (ex-namorada de Dinho), contendo todo o material de sessões de gravações realizadas em 1994, já no final do Utopia, com músicas novas que integrariam um futuro segundo disco e regravações de quase todas as músicas, exceto ''Sabedoria'', do disco de 1992, além de uma primeira versão de ''Pelados em Santos'', então chamada de ''Mina''.
* A música ''Joelho'' chegou a ser regravada para o primeiro álbum de estúdio dos Mamonas, mas foi excluída do disco. Em 1998, dois anos depois da morte dos integrantes da banda, a regravação foi incluída no álbum póstumo Atenção Creuzebek: A Baixaria Continua.
image* Em abril de 2013, o colunista Flávio Ricco, do portal UOL, informou que o diretor e produtor Cláudio Kahns, responsável pelo documentário ''Mamonas Para Sempre'', negociou com a Fox Channels a venda dos direitos para a realização de um filme sobre a banda.
* Em dezembro de 2013, saiu a coletânea com apoio da prefeitura de Guarulhos, denominada Guarulhos Canta Mamonas em que participa uma das bandas mais significativas de Guarulhos, chamada Efeito Garage, que nasceu em outubro de 1996, ano da morte dos integrantes do grupo.
* Em 2015 saiu um álbum ao vivo chamado Mamonas: 20 Anos de Fenômeno, este disponível apenas para downloads.
Bem pessoal, o que eu tinha para comentar sobre os Mamonas era isso. Espero que tenham gostado e, se tiverem algo para comentar/acrescentar, por favor, escrevam, dê sua opinião, abaixo do post. Ah! E me desculpem por não ter muito vídeo com a banda, mas infelizmente, eles não tiveram tempo de fazer clipes. Assim como surgiu o sucesso, seis meses depois eles morreram.
Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta
Vejam mais de Utopia e Mamonas Assassinas em:

Glenn Frey The Eagles

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Salve galera que curte o Blog do Véio! Após 4 meses sem poder postar nada, em virtude de problemas técnicos de grandeza infinitamente superior à minha vontade de escrever e informar aqueles que gostam de ler e saber mais sobre as curiosidades dos artistas e bandas preferidas, estou cheio de vontade de publicar muitos...
Salve galera que curte o Blog do Véio! Após 4 meses sem poder postar nada, em virtude de problemas técnicos de grandeza infinitamente superior à minha vontade de escrever e informar aqueles que gostam de ler e saber mais sobre as curiosidades dos artistas e bandas preferidas, estou cheio de vontade de publicar muitos assuntos que ficaram pendentes nesse longo período de “hibernação”.
Como não poderia passar em vão, iniciarei fazendo uma homenagem aos ídolos que fizeram sua passagem nesse final de 2015, início de 2016. Na primeira parte, irei comentar sobre Glenn Frey e a banda The Eagles.
GLENN FREY
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Glenn Lewis Frey, nascido em Detroit, em 06 de novembro de 1948 foi um músico, cantor, ator e compositor norte-americano. Conhecido mundialmente, por ser um dos fundadores da banda The Eagles, juntamente com Don Henley, Randy Meisner e Bernie Leadon, em 1971, em Los Angeles, na California.
COMO TUDO COMEÇOU
Em 1971, Linda Ronstadt e John Boylan contrataram os músicos Glenn Frey (guitarra) e Don Henley (bateria) para fazer parte da banda de apoio de Linda. Bernie Leadon (guitarra e vocais) e Randy Meisner (baixo) se juntariam ao grupo para fazer a turnê de verão. O grupo tocariam apenas uma vez juntos, ao vivo, como banda de apoio à Linda, em um concerto na Disneylândia, em julho daquele ano.
Após este período e, com o incentivo de Linda Ronstadt, eles decidiram formar sua própria banda, assinando em um selo novo iniciado por David Geffen. Aliás, Geffen e Elliot Roberts administraram inicialmente a banda.
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EAGLES, O PRIMEIRO DISCO
O álbum de estréia foi gravado na Inglaterra, em fevereiro de 1972 e lançado em 26 de junho deste mesmo ano. A banda teve aceitação imediata, emplacando três singles no Top 40. O primeiro single e faixa, “Take It Easy” alcançou a posição de nº 12 na Billboard Hot 100 e impulsionou a banda ao estrelato. O single foi seguido pela blueseira “Witch Woman” e pela balada soft country rock “Peaceful Easy Feeling”, que atingiram as posições 9 e 22, respectivamente. Além disso, o álbum também está incluso no livro de 2008, 1001 Discos Para Puvir Antes de Morrer, de Robert Dimery.
DESPERADO, O SEGUNDO DISCO
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Este álbum foi baseado no Velho Oeste e inspirado na Quadrilha dos Dalton, onde fazem comparações entre seus estilos de vida e dos astros do rock modernos. Este álbum apresenta uma tendência do grupo para a composição conceitual.
Foi durante as gravações desse álbum, que Don Henley e Glenn Frey começaram a compor juntos, participando de oito das onze músicas do disco, incluindo duas das canções mais populares do grupo: “Tequila Sunrise” e “Desperado”. As músicas “Twenty-One”, “Doolin-Dalton” e a balada “Saturday Night” mostraram as habilidades do guitarrista Bernie Leadon com a guitarra, banjo e bandolim.
A história do Velho Oeste foi notável através da gangue “Doolin-Dalton”, cuja história ganha foco nas músicas “Doolin-Dalton”, “Bitter Creek” e “Desperado”. Este álbum não foi tão bem sucedido como o anterior, alcançando apenas a posição 41 na parada de álbuns pop dos Estados Unidos, tendo apenas dois singles na parada da Billboard: “Tequila Sunrise” e “Outlaw Man”, que alcançaram as posições 61 e 59, respectivamente. Além disso, a canção “Desperado” fez parte da lista da revista Rolling Stone de 2004 das “500 Melhores Canções de Todos os Tempos”, onde ficou na posição 494.
Este álbum marcou uma mudança significativa para a banda, com Don Henley e Glenn Frey escrevendo juntos a maior parte do disco, um padrão que continuaria nos anos seguintes. Posteriormente, a dupla começou a conduzir a banda em termos de liderança e composição, distanciando o foco da banda de Randy Meisner e Bernie Leadon, apesar das suposições iniciais de que eles conduziriam a banda.
ON THE BORDER, O TERCEIRO DISCO
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Para este disco, Don Henley e Glenn Frey queriam que a banda se afastasse um pouco do estilo da música contry, que foi como eles ficaram conhecidos, e se aproximassem do hard rock. Durante a produção do álbum, os Eagles trocaram de produtor e, este convidou Don Felder para uma sessão de gravação para tocar guitarra slide na música “Good Day In Hell” e dois dias depois, os integrantes ficaram tão impressionados que convidaram Don Felder para se tornar o quinto Eagle. Ele apareceu em apenas uma outra música do álbum, em “Already Gone”, onde faz um duo de guitarra com Glenn Frey. On The Border rendeu um single na posição número 1 na Billboard. “Best Of My Love” atingiu o topo das paradas em 1º de março de 1974, tornando-se a primeira música dos Eagles a alcançar esta posição. “Already Gone” também foi bem sucedida, atingindo a posição 32 nas paradas e mostrando um pouco do novo som da banda com a adição de Don Felder. O álbum também contou com o cover “Ol’55” de Tom Waits e o single “James Dean”, que alcançou a posição de nº 77.
A banda também também tocou no festival California Jam, em Ontário, Califórnia, em 06 de abril de 1974. Atraindo mais de 200.000 fãs, tocando ao lado de gigantes dos anos 70 como Black Sabbath, Emerson, Lake & Palmer, Deep Purple, Earth, Wind & Fire, Seals & Crofts, Black Oak Arkansas e Rare Earth. Partes do show foram televisionados pela ABC nos Estados Unidos, expondo a banda para um público bem maior.
ON THESE NIGHTS, O QUARTO DISCO
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O Eagles lançou seu quarto album de estúdio, One These Nights, em 10 de junho de 1975. Esse foi o último álbum a apresentar o membro fundador Bernie Leadon e primeiro a incluir o guitarrista Don Felder como membro. Bernie estava desiludido com a direção musical que a banda estava seguindo. Leadon participou da composição de duas músicas do álbum, “I Wish You Peace”, que ele escreveu com Patti Davis (filha do futuro presidente Ronald Reagan e Nancy Davis Reagan) e cantou. Ele também escreveu a instrumental “Journey Of The Sorcerer”, que mais tarde seria usada como a música tema de apresentação do programa de rádio da BBC Radio 4, The Hitchhiker’s Guide To Galaxy.
Em 20 de dezembro de 1975, foi anunciado que Bernie Leadon havia deixado a banda e que Joe Walsh havia sido contratado como seu substituto. Walsh, que anteriormente havia tocado no James Gang, Barnstorm e trabalhado em sua carreira solo, entrou em contato com o Eagles, por meio de seu produtor, que também havia trabalhado em banda de Walsh e em alguns trabalhos solo. Com a saída de Leadon, o som country do início dos Eagles quase desapareceu completamente, com a banda empregando um som mais pesado com as vindas de Felder e Walsh.
One Of These Nights provou ser um album de sucesso, tornando-os conhecidos internacionalmente. O primeiro single lançado foi a faixa-título do álbum, que se tornou o segundo single a atingir a posição nº 1 nas paradas (“Best Of My Love foi o primeiro). O segundo single foi “Lyin’ Eyes”, que alcançou a posição nº 2 nas paradas e concedeu à banda o seu primeiro Grammy na categoria “Melhor Performance Pop Por Um Duo Ou Grupo Com Vocais”.
O terceiro e último single  foi “Take It To The Limit”, que foi escrito por Randy Meisner, Don Henley e Glenn Frey. A música apresenta Meisner no vocal e chegou à posição nº 4 nas paradas. O álbum também traz “After The Thrill Is Gone”. A banda embarcou em uma enorme turnê mundial para divulgar o álbum, chamada One Of These Nights Tour e durou dez meses. One Of These Nights foi indicado ao Grammy na categoria “Álbum do Ano”, em 1976.
No início de 1976 a banda lançou sua primeira coletânea, chamada de Their Greatest Hits (1971 – 1976). O álbum viria a se tornar o disco mas vendido na história dos Estados Unidos, com mais de 29 milhões de cópias vendidas no país e 42 milhões de cópias em todo o mundo. Este álbum consolidou o status da banda como a de maior sucesso na América da década.
HOTEL CALIFORNIA, O QUINTO DISCO
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Lançado em 08 de dezembro de 1976, sendo o primeiro a incluir Joe Walsh como membro do grupo. O álbum levou mais ou menos oito meses para ser gravado e finalizado em estúdio, além de ser o primeiro sem Bernie Leadon. Pouco tempo depois de sua saída dos Eagles, ele começou sua carreira solo. Sua maior contribuição para o álbum foi a música “Try And Love Again”, que ele compôs e cantou nos vocais principais.
O primeiro single do álbum foi “New Kid In Town”, que se tornou a terceira música do grupo a alcançar a posição nº 1 nas paradas. O segundo single foi a faixa-título “Hotel California”, que também liderou a parada da Billboard em 07 de maio de 1977. A faixa acabou se tornando a música assinatura do Eagles. A faixa apresenta Don Henley nos vocais e contém um duo de guitarra no final da música com Don Felder & Joe Walsh. A música foi composta por Don Felder, Don Henley e Glenn Frey.
“Life In The Fast Lane” também foi um grande sucesso, estabelecendo a posição de Joe Walsh na banda com seu som mais hard rock. Esse foi o terceiro e último single lançado de Hotel California e chegou à posição nº 11 nas paradas. A balada “Wasted Time” encerra o primeiro lado do disco, enquanto uma reprise do mesmo, só que instrumental, abre o segundo lado. O álbum se encerra com “The Last Resort”, uma música de Glenn Frey, até recentemente, se referia como o maior trabalho de Don Henley.
Assim como Eagles, Hotel California também aparece na lista da revista Rolling Stone das “500 Melhores Canções de Todos os Tempos”, ocupando a posição de nº 37. É, também, seu álbum de estúdio mais vendido, com mais de 16 milhões de cópias vendidas até o momento, só nos Estados Unidos. O álbum também ganhou dois Grammys, um na categoria “Gravação do Ano” para “Hotel California” e outro na categoria”Melhor Arranjo Vocal” para “New Kid In Town”. “Hotel California” liderou as paradas e em 1978 foi indicado ao Grammy na categoria “Álbum do Ano”, mas perdeu para Rumours do Fleetwood Mac. Para divulgar o álbum, o Eagles embarcaria em outra grande turnê mundial, apesar da troca de membros da banda e de suas tensas relações pessoais e criativas.
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Depois da Hotel California Tour, Randy Meisner deixou a banda e voltou para sua terra natal, Nebrasca, onde começou uma carreira solo. A banda substituiu Meisner por Timothy B. Schmit do Poco. Coincidentemente, ele foi substituído pelo mesmo homem que o substituiu na banda Poco, Timothy B. Schmit. Em 1977, o grupo, menos Don Felder, realizou um trabalho instrumental e no backing vocal no álbum Little Criminals de Randy Newman, inclusive no controverso hit “Short People”, que tem Glenn Frey e Timothy Schmit no backing vocal.
* Uma curiosidade sobre a música Hotel California: A música é conhecida por sua letra misteriosa. As letras foram interpretadas de várias maneiras, algumas delas controversas. Durante uma aparição no programa 60 Minutes, em 2007, Don Henley desfez o boato de que a música tinha alguma ligação com o satanismo. Nela, Henley diz que “é basicamente uma canção sobre o lado sombrio do sonho americano, e sobre o excesso na América, que é algo que eu sabia muito sobre”, disse.
THE LONG RUN, O SEXTO DISCO E A DISSOLUÇÃO
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Em 1978, o Eagles entra em estúdio para produzir seu sexto álbum de estúdio. O objetivo inicial da banda era que esse fosse um álbum duplo, mas seus integrantes não conseguiram compor as músicas suficientes. The Long Run foi lançado em 24 de setembro de 1979, com grande êxito. Embora considerado uma decepção por alguns críticos, por não fazer jus ao álbum anterior, mas ele surpreendeu, sendo um grande sucesso comercial. O álbum chegou ao topo das paradas e vendeu 7 milhões de cópias. Dos seus três singles lançados, “Heartache Tonight” alcançou a posição nº 1 das paradas musicais e “The Long Run” e “I Can’t Tell You Why” alcançaram, ambas, a posição nº 8 das paradas.
A banda também ganhou seu quarto Grammy, na categoria “Melhor Performance de Rock Por Um Duo Ou Grupo Com Vocais” por “Heartache Tonight”. Durante a gravação do álbum, a banda também gravou duas músicas natalinas, em 1978, “Please Come Home For Christmas” e “Funky New Year”. “Please Come Home For Christmas” foi lançada como single em 1978 e alcançou a posição nº 18 nas paradas musicais.
O Eagles também contribuiu na música “Look What You’ve Done To Me” de Boz Scaggs, o tema de amor do filme de 1980, Cowboy do Asfalto”. O grupo também ajudou Scaggs a re-gravar os vocais de “Look What You’ve Done To Me”, de modo que a música pudesse ser incluída no álbum de Greatest Hits. A versão desta música, na trilha sonora do filme, utiliza um coro feminino em vez dos backing vocais do Eagles.
Em 31 de julho de 1980, em Long Beach, California, os ânimos “eferveceram” e ultrapassaram os limites no que foi descrito como a “Longa Noite na Praia Errada”. Glenn Frey e Don Felder passaram o show inteiro descrevendo um ao outro a pancadaria que cada um planejara um contra o outro depois nos bastidores. Precia ser o fim do Eagles, embora a banda ainda devesse à Elektra Records um disco ao vivo da turnê. Eagles Live foi lançado em 07 de novembro de 1980, por Glenn Frey e Don Henley em estúdios opostos, pois os dois decidiram que não podiam estar no mesmo lugar, muito menos no mesmo estúdio.
DISSOLUÇÃO E UM ENORME INTERVALO
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Após a dissolução do Eagles, cada ex-membro embarcou em uma carreira solo.
*Joe Walsh já havia se estabelecido como um artista solo em 1970, antes e durante seu tempo com o Eagles, mas era terreno desconhecido para os outros.
* Donald Hugh “Don” Henley, lançou uma bem sucedida carreira solo, ganhando sete prêmios Grammy e atingindo os dez mais da Billboard Hot 100 seis vezes. Em 2008, foi nomeado o 87º melhor cantor de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Desde 1994 divide sua atividade musical entre os Eagles e sua carreira solo.
* Glenn Lewis Frey, interpretou vários sucessos dos Eagles como “Take It Easy”, “Peaceful Easy Feeling”, “Tequila Sunrise”, “Already Gone”, “Lyin’ Eyes”, “New Kid In Town” e “Heartache Tonight”. Em sua carreira solo destacam-se “The One You Love”, “Smuggler’s Blues”, “Sexy Girl”, “The Heat Is On”, da trilha sonora de 1984, Um Tira da Pesada e “You Belong To The City”, da trilha sonora de Miami Vice. No total, como artista solo e com o Eagles, Glenn Frey teve 24 singles Top 40 na tabela musical Billboard Hot 100.
1994 – O PRIMEIRO RETORNO
Em 1994, Glenn Frey, Don Henley, Timothy B. Schmit e Joe Walsh se reunem para a gravação de quatro músicas inéditas: “Get Over It”, “Love Will Keep Us Alive”, “The Girl From Yesterday” e “Learn To Be Still”. Reunidas com mais onze músicas gravadas ao vivo, é produzido o segundo álbum ao vivo da banda, Hell Freezes Over, lançado em 08 de Novembro de 1994. “Love Will Keep Us Alive” atinge o topo das paradas musicais.
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2007 – UM NOVO RETORNO
Sem lançar um álbum de estúdio desde 1979, ficando 28 anos sem lançar um álbum com músicas inéditas, em 30 de outubro de 2007, lançam Long Road Out Of Eden, o sétimo álbum de estúdio da banda Eagles. Um disco duplo com 20 músicas inéditas. Foram lançados três singles deste álbum,  "No More Cloudy Days", lançado em 2006,
"How Long", lançado em 20 de agosto de 2007 e "Busy Being Fabulous", lançado em janeiro de 2008. A banda conquistou mais dois Grammy Awards, um pela música "How Long" na categoria "Melhor Performance de Rock Por Um Duo Ou Grupo Com Vocais" e outro pela música "I Dreamed There Was No War" na categoria "Melhor Performance Pop Instrumental".
UMA PREVISÃO E UMA BAIXA IMPORTANTE
Numa entrevista à CNN, Don Henley disse: "Este é provavelmente o último álbum que os Eagles farão", falando sobre Long Road Out Of Eden, de 2007. Parece que já estaria fazendo uma previsão nada animadora.
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Pelo menos com a formação anterior o Eagles jamais fará outro álbum, pois no dia 18 de janeiro de 2016, faleceu aos 67 anos de idade, o guitarrista Glenn Frey, um dos membros fundadores do Eagles. As causas de sua morte são atribuídas a complicações decorrentes de artrite reumatóide e pneumonia durante a recuperação de uma cirurgia gastrointestinal. Com certeza, será mais uma grande perda para o mundo da música. 
Bem pessoal, a saudade era muita, mas infelizmente tenho que comentar estas passagens que são lamentáveis para o mundo da música, mas que lamentavelmente fazem parte desse incrível circo que é a vida. Até a próxima postagem, onde comentarei também, sobre outra passagem, a do grande camaleão chamado David Bowie.
Vejam mais de Eagles em:

O Camaleão David Bowie - Parte 1

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Olá galera que acompanha o Blog do Veio! É muito bom estar de volta e saber que vocês sentiram a falta de informações e curiosidades sobre o mundo da música. Nesta postagem continuarei falando sobre as perdas no mundo musical, desta vez falando sobre um importante personagem desse mundo maravilhoso da...
Olá galera que acompanha o Blog do Veio! É muito bom estar de volta e saber que vocês sentiram a falta de informações e curiosidades sobre o mundo da música. Nesta postagem continuarei falando sobre as perdas no mundo musical, desta vez falando sobre um importante personagem desse mundo maravilhoso da música, que nos deixou em janeiro, o camaleão David Robert ‘Bowie’ Jones.
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DAVID BOWIE, UM CAMALEÃO MUSICAL
Nascido em Brixton, Londres, em 08 de janeiro de 1947, sob o nome David Robert Jones, foi um cantor, compositor, ator e produtor musical inglês. Muitas vezes foi referido como “Camaleão do Rock” pela capacidade de sempre renovar sua imagem, tendo sido um artista importante para a música pop nestes 50 anos e é considerado um dos músicos mais inovadores e, ainda, influente de todos os tempos, sobretudo por seu trabalho nas décadas de 70 e 80, além de se diferenciar por possuir um vocal característico e pela profundidade intelectual de sua obra.
SEUS PRIMEIROS PASSOS NO MUNDO ARTÍSTICO (1947 – 1962)
David morou numa Londres, que, segundo seu vizinho, na década de 40 era o pior lugar para uma criança nascer. Desde cedo descobriu-se que David tinha talento para cantar, por isso o colocaram em um coral. Lá, sua voz foi considerada “adequada” no coral da escola, onde ele demonstrou uma capacidade musical acima da média. Aos nove anos foi inserido no método educativo de escutar sons e dançar, e sua dança agradou aos professores, que o achavam “vividamente artística” e sua postura “surpreendente” para uma criança. Claro, David vivia a música que escutava e a dança era consequência.
Neste mesmo ano, seu interesse pela música cresceu quando seu pai trouxe
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para casa discos de vinis de uma coleção americana com músicas cantadas por Frankie Lymon & The Teenagers, The Platters, Fats Domino, Elvis Presley e Little Richard. Ao ouvir Richard cantar “Tutti Frutti”, Bowie diria mais tarde: “Eu tinha escutado a voz de Deus”. Da mesma forma, o impacto de Elvis em sua vida também foi imediato: “Eu vi uma prima minha dançar “Hound Dog” e eu nunca tinha visto ela se levantar e se mover tanto por nada. Realmente me impressionou, o poder da música. Comecei a procurar discos depois disso”. Depois disso, sua empolgação foi tanta que ele começou a aprender novos instrumentos, além de piano, enquanto isso se apresentava para seus amigos escoteiros fingindo ser Elvis e Chuck Berry e sua presença no palco era descrita como “fascinante ...como alguém de outro planeta”.
David estudou arte, música e desenho. Mais tarde seu meio-irmão por parte de mãe o apresentou ao jazz moderno e seu entusiasmo por instrumentistas como Charles Mingus e John Coltrane levou sua mãe a lhe dar um saxofone alto em 1961. Não demorou para que o garoto recebesse aulas de um músico local.
 Em 1962, metido em uma briga por conta de uma garota, recebeu um ferimento grave na escola, quando o amigo George Underwood lhe deu um forte soco no olho esquerdo, usando um grande anel no dedo. Os médicos temiam que ele viesse a perder parcialmente a visão. Foi forçado a ficar fora da escola para uma série de operações durante uma internação de quatro meses. O dano não pôde ser totalmente reparado, deixando-o com a percepção deficiente e com a pupila permanentemente dilatada (tempos depois isso tornaria-se sua marca pessoal, que embora tenha os dois olhos azuis, aparenta ter um olho de cada cor, fenômeno conhecido por heterocromia. Alguns acreditavam que seu olho fosse de vidro, mas, na realidade, o problema em seu olho é chamado de anisocoria, que, no seu caso, o deixou com a pupila permanentemente dilatada). Apesar da briga violenta, Underwood e David continuaram amigos, e Underwood passou a cuidar da parte artística dos primeiros discos de David.
OS KON-RADS E OS RIOT SQUADS (1962 – 1968)
Em 1962, David formou sua primeira banda, aos 15 anos de idade. Os Kon-rads tocavam guitarra baseados no rock and roll em festas jovens e casamentos, e tinham uma formação que variava entre quatro e oito membros, entre eles Underwood. Ao deixar a escola técnica no ano seguinte, David informou a seus pais o seu sonho de tornar-se uma estrela do rock. Não demorou muito para sua mãe arranjar um emprego de ajudante de eletricista para David. Frustrado pelas limitadas aspirações que seus colegas de banda tinham, David deixou a Kon-rads e formou outra banda os King Bees.
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David escreveu uma carta a um empresário inglês bem-sucedido, chamado John Bloom, que trabalhava com máquinas de lavar, convidando-o a “fazer por nós o que Brian Epstein fez pelos Beatles, e fazer mais um milhão”. Bloom não respondeu à oferta, mas encaminhou o convite à Leslie Conn, parceiro de Dick James, que o contratou, fazendo dessa a primeira gestão pessoal do artista. Leslie Conn logo começou a promover o trabalho de David.
O primeiro single do cantor, “Liza Jane”, creditado à David Jones e os King Bees, não alcançou nenhum sucesso comercial. Desapontado com os King Bees e o repertório blues de Howlin’ Wolf e Willie Dixon, David deixou a banda e menos de um mês entrou para a Manish Boys, banda com levada blues, mas que também incorporava elementos do folk e soul: “Eu costumava sonhar em ser o Mick Jagger deles”, recordaria David anos mais tarde. “I Pity The Fool” não teve sucesso maior que “Liza Jane”, e não demorou para que David mudasse novamente de grupo, dessa vez entrando para o Lower Third, trio de blues fortemente influenciado por The Who. “You’ve Got a Habit Of Leaving” não se saiu melhor que as outras e marcou o fim do contrato com Leslie Conn.
Apesar de mais uma vez estar decepcionado, David continuou no Lower Third. Seu novo empresário, Ralph Horton, seria uma figura importante em sua transição para artista solo mais tarde, e também o apoiou quando David mudou-se para outro grupo, o Buzz, cuja música “Do Anything You Say” foi um verdadeiro fracasso. Enquanto era contratado pela Buzz, David entrou em 1967 para a Riot Squad. As gravações desse novo grupo incluíam músicas escritas por David e covers do Velvet Underground, nunca foram lançadas. Ken Pitt, apresentado por Ralph Horton, passou a ser o novo empresário de David.
Agora vocês irão entender porque até agora eu só o chamei de David.
Insatisfeito com seu nome artístico, na época Davy (e Davie) Jones, que em meados da década de 60, causava confusão com o ator Davy Jones do The Monkees, o jovem músico renomeou seu nome artístico, baseado em um americano do século XIX, chamado Jim Bowie e também à faca que ele popularizou. Seu nome também pode ser uma referência ao personagem David Bowman de 2001: A Space Odyssey (2001, Uma Odisseia no Espaço), famoso filme que inspirou a música “Space Oddity”.
Seu single “The Laughing Gnome”, lançado em abril de 1967, utilizava os vocais acelerados ao estilo do The Chipmunks, mas não obteve sucesso comercial. David Bowie, seu álbum de estréia, lançado seis semanas depois, é uma mistura de pop, folk, psicodelia e music hall, mas teve o mesmo destino que suas tentativas anteriores. David Bowie não lançou mais nada por dois anos.
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Seu fascínio pelo bizarro reforçou-se com o encontro de Bowie como dançarino Lindsay Kemp, como disse o próprio David: “Eu vivia em suas emoções, foi uma influência maravilhosa. Sua vida cotidiana era a coisa mais teatral que eu já tinha visto. Era tudo o que eu pensava sobre boemia. Entrei para o circo.” Kemppor sua vez lembrou: “Eu não o ensinei a ser um artista mimico, mas a botar para fora o que ele era ... Eu o ativei para liberar o anjo e o demônio que estavam em seu interior”.
Estudando artes dramáticas com Kemp, do teatro avant-gardee da mímica a commedia dell’arte, Bowie ficou imerso na criação de personagens para apresentar ao mundo. Satirizando a vida numa prisão britânica, a música de 1967 “Over The Wall We Go” tornou-se um single na voz de Paul Nicholas. Outra composição de Bowie, chamada “Silly Boy Blue”, foi realizada por Billy Fury no ano seguinte.
Bowie começou a namorar Hermione Farthingale quando ela foi escalada junto a ele por Kemp para um minueto poético. Logo,ambos os amantes se mudaram juntos para um apartamento em Londres. Tocando violão, ela formou um grupo com Bowie e o baixista John Hutchinson. Entre setembro de 1968 e início de 1969, quando David e Hermione rompiam, o trio dava um pequeno número de concertos, combinando folk, beat music, poesia e mímica (coisa louca!).
DO FOLK PSICODÉLICO AO GLAM – DE SPACE ODDITY 
AO HUNKY DORY (1969 – 1973)
Devido à falta de sucesso comercial, David Bowie se viu obrigado a tentar ganhar a vida de formas diferentes. Uma dessas foi gravar um comercial para a empresa de sorvetes Lyons Maid, que, foi rejeitado por outro do Kit Kat.
Em 1969, foi realizado o filme de 30 minutos Love You Till Tuesday, criado como uma maneira para promover o cantor com apresentações de seu repertório. Apesar de não ter sido lançado até 1984, as sessões de filmagem em janeiro daquele ano levaram a um sucesso inesperado, quando Bowie disse aos produtores: “Eu tenho uma nova música para esse filme de vocês”. Bowie gravou uma demo da música que o ajudaria a dar um salto na carreira, através do sucesso comercial. “Space Oddity” foi lançada meses depois, para coincidir com o primeiro pouso na lua.
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Rompendo seu namoro com Hermione Farthingale logo após o término do filme, Bowie mudou-se com Mary Finnigan como seu inquilino. Nesta época, continuava sua divergência do rock and roll e do blues, iniciada por seu trabalho com Hermione e, por isso, juntou forças com ela, com Christina Ostrom e Barrie Jackson para conduzir um clube de folk nas noites de domingo no pub Three Tuns, na High Street, em Becknham. Este logo se transformou em Beckenham Arts Lab e ficou extremamente popular.
O Beckenham Arts Lab organizou um festival livre num parque local, mais tarde imortalizado por Bowie na música “Memory Of a Free Festival”. Realizado em 11 de julho, cinco dias antes do lançamento da Apollo 11, “Space Oddity” ficou em 5º lugar no Top do Reino Unido. Seu segundo disco, Space Oddity, realizado em novembro, foi lançado no Reino Unido com o nome de David Bowie, o que causou certa confusão com o disco antecessor de mesmo nome, e o lançamento nos Estados unidos foi antecipadamente intitulado Man Of Words / Man Of Music. Na época de seu lançamento, não obteve sucesso comercial, mesmo com suas letras filosóficas de um mundo pós-hippie sobre paz, amor e moralidade, e um som de folk rock acústico reforçado pelo rock pesado.
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David Bowie conheceu Angela Barnett em abril de 1969 e casaram um ano depois. A influência dela sobre ele foi imediato e o envolvimento dela em sua carreira teve uma força enorme, deixando o empresário Kein Pitt em desvantagem, com uma influência limitada. Estabelecido como artista solo após “Space Oddity”, Bowie sentia falta de algo: “uma banda em tempo livre para apresentações e gravações, pessoas, enfim, com as quais ele poderia se relacionar pessoalmente”. A falta se agravou quando Bowie teve uma rivalidade artística com Marc Bolan, na época seu guitarrista de estúdio.
Uma banda foi devidamente montada com Tony Visconti, no baixo que convidou John Cambridge, baterista que Bowie conheceu no Arts Lab e Mick Ronson, na guitarra elétrica. Após uma desastrosa apresentação sob o nome de The Hype, o grupo foi reconfigurado, agora apresentando David Bowie como artista solo. O trabalho inicial da banda ficou marcado por um desentendimento acalorado entre Bowie e Cambridge sobre o estilo de tocar bateria do segundo. Quando a discussão chegou em seu ponto mais estressado, Bowie soltou: “Você está fudendo meu álbum”. Cambridge deixou o grupo e foi substituído por Mick Woodmansey. Pouco tempo depois, ocorreu um ato que resultaria em anos de litígio: Bowie viu-se forçado a pagar indenização a Kein Pitt, e por isso o demitiu. Tony Defries ficou no lugar de Pitt.
As sessões de estúdio resultaram em seu terceiro disco, The Man Who Sold The World(1970), caracterizado pelo som de rock pesado de sua nova banda e que marcou claramente o afastamento do violão e do estilo folk estabelecido em Space Oddity. Para promover o álbum nos Estados Unidos, a Mercury Records financiou uma turnê de divulgação em que Bowie, entre janeiro e fevereiro de 1971, foi entrevistado por emissoras de rádio e mídia.
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Explorando sua aparência andrógina, a capa original da versão britânica mostra o cantor com cabelos longos e um vestido: ele o utilizou durante as entrevistas, para a aprovação dos críticos, incluindo John Mendelsohn da Rolling Stone. Mendelsohn o descreveu da seguinte forma: “deslumbrante, quase desconcertantemente, lembra Lauren Bacall”. Nas ruas, a reação das pessoas variava entre o riso e a surpresa, até que um dos pedestres abordou Bowie com um revólver e lhe disse: “beije minha bunda”, uma expressão que o americano do norte usa para demonstrar surpresa, mas que este levou muito ao pé da letra.
Durante a viagem, Bowie conheceu o trabalho de dois americanos proto-punks que foram importantes e que o levaram a desenvolver o conceito que formaria mais tarde a personagem Ziggy Stardust: a fusão da personalidade de Iggy Pop com a música de Lou Reed, ambos elementos que o fizeram produzir “o último ídolo pop”.
Uma amiga recordou seu hábito de “rabiscar notas em guardanapos, sobre uma estrela do rock doida chamada Iggy ou Ziggy”, e, retornando à Inglaterra, declarou a intenção decriar uma personagem “que parecesse ter chegado de Marte”.
No álbum Hunky Dory (1971), Visconti, seu produtor e baixista, foi substituído
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de ambos os papéis por Ken Scott e Trevor Bolder, respectivamente. O álbum testemunhou o retorno parcial do cantor de Space Oddity, com músicas como “Kooks”, escrito para seu filho, Duncan Zowie Haywood Jones, nascido em 30 de maio. Os pais escolheram seu apelido, Kooky. O menino seria conhecido como Zowie pelos próximos 12 anos, por conta do significado da palavra em grego zoe,  vida. Por outro lado, o álbum também explorou temas sérios, e homenageia algumas de sua influências musicais, nas músicas “Song For Bob Dylan”, “Andy Warhol”, e “Queen Bitch” (referência ao som do Velvet Underground). O disco, na época, não alcançou sucesso comercial.
Bem pessoal, esta foi a primeira parte da história deste incrivel camaleão, que, reconheço, estou conhecendo muito dela agora que escrevo para vocês. Logo em seguida postarei a segunda parte. Até lá e fiquem com mais de David Bowie em:

O Camaleão David Bowie - Parte 2

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Olá galera que curte o Blog do Véio! Eu disse que seria rápido a postagem da segunda parte do Camaleão. Nessa fase, pesadíssima, diga-se de passagem, o camaleão flertou com drogas pesadas e ... Leiam e vejam como ele enfrentou essa fase.
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Ziggy Stardust
Em sua tentativa musical seguinte, Bowie desafiou, nas...
Olá galera que curte o Blog do Véio! Eu disse que seria rápido a postagem da segunda parte do Camaleão. Nessa fase, pesadíssima, diga-se de passagem, o camaleão flertou com drogas pesadas e ... Leiam e vejam como ele enfrentou essa fase.
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Ziggy Stardust
Em sua tentativa musical seguinte, Bowie desafiou, nas palavras do biógrafo David Buckey, “a crença central da música rock de sua época” e “criou, provavelmente, o maior culto da cultura popular”. Vestido com um traje notável, seus cabelos tingidos de vermelho, e o rosto e os lábios fortemente maquiados, Bowie inaugurou a apresentação de Ziggy Stardust com a banda The Spiders From Mars, Mick Ronson, Trevor Bolder e Mick Woodmansey, num pub chamado Toby Jug, em Tolworth, em 10 de fevereiro de 1972.
A apresentação foi um sucesso e o levou ao estrelato. Ziggy And The Spiders
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From Mars viajaram pelo Reino Unido ao longo dos próximos seis meses e disseminaram um “culto a Bowie” que “era único, sua influência durou mais tempo e tem sido mais criativa do que talvez quase todas as forças dentro da cultura pop”.Combinando elementos do hard rock de The Man Who Sold The World com o rock mais leve e experimental de Hunky Dory, o disco The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars(1972) foi lançado em junho. “Starman”, divulgada como a música principal do álbum, fez com que o Reino Unido focasse todos seus olhos em Bowie. Ambos, o single e o LP atingiram o topo rapidamente após sua performance da música ser apresentada em julho no Top Of The Pops. O álbum, que permaneceria nas paradas por dois anos, logo se juntou ao Hunky Dory, que agora fazia seis meses de idade. Ao mesmo tempo, as músicas “John, I’m Only Dancing” e “All The Young Dudes”, escritas e produzidas para Mott The Hoople, tornaram-se sucesso em seu país de origem. A Ziggy Stardust Tour continuou pelos Estados Unidos.
David Bowie contribuiu com back vocals no álbum solo Transformer (1972) de
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Lou Reed, co-produzindo o disco com Mick Ronson. O álbum Aladdin Sane (1973), que ainda trazia o glam rock à tona, atingiu o primeiro lugar no Reino Unido, tornando-se seu primeiro álbum a alcançar tal posição. Descrito pelo próprio Bowie como “Ziggy vai à America”, contém músicas que ele escreveu durante a viagem aos Estados Unidos, que depois continuou pelo Japão para promover o novo álbum de 1973. Aladdin Sane foi o primeiro álbum de Bowie realizado quando ele já era, de certa forma, conhecido como pop star, e trouxe outros sucessos, como “The Jean Genie”, “Drive-In Saturday” e “Let’s Spend The Night Together”, cover dos Rolling Stones.
Seu amor em atuar o fez emergir em personagens criados para suas músicas. “Fora dos palcos sou um robô. No palco eu adquiro emoção. Provavelmente por isso que prefiro vestir-me como Ziggy do que como David”. Porém, com a satisfação, vieram graves dificuldades pessoais: atuando como a mesma pessoa por um longo período, tornou-se impossível separar Ziggy Stardust e, mais tarde, o Thin White Duke de sua própria pessoa nos bastidores. Ziggy/Bowie disse certa vez: “não me deixava sozinho durante anos. Foi quando tudo começou a azedar... Minha própria personalidade como um todo havia sido afetada. Tornou-se muito perigoso. Eu realmente tinha dúvidas sobre minha própria sanidade”.
Suas apresentações tardias como Ziggy, que incluíam músicas do disco Ziggy Stardust bem como do Aladdin Sane, eram ultrateatrais, muitas vezes utilizando elementos da mímica aprendida antes com Lindsay Kemp, e cheias de momentos chocantes, em cenas nas quais Bowie simulava um sexo oral na imageO "famoso" sexo oral com a guitarra.guitarra de um Mick Ronson elétrico. David Bowie viajou e deu conferências de imprensa como Ziggy antes de uma abrupta e dramática “aposentadoria” dos palcos no Hammersmith Odeon, Londres, em 03 de julho de 1973. Foram realizadas filmagens desse evento final e histórico, e lançadas em 1983 como Ziggy Stardust And The Spiders From Mars, dirigido por D. A. Pennebaker.
Depois de romper a união bem-sucedida com os Spiders From Mars, Bowie tentou deixar Ziggy para trás. Seu catálogo anterior aos sucessos de 1972 estavam sendo cada vez mais requisitados: The Man Who Sold The World foi relançado em 1972, junto com Space Oddity. “Life On Mars”, de Hunky Dory, é lançado em junho de 1973 e chegou à terceira posição na U.K. Singles Chart. Em setembro do mesmo ano, “The Laughing Gnome”, gravado originalmente em 1967, atingiria a quarta posição. Pin Ups, coleção de covers de suas músicas
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preferidas da década de 60, foi lançado em outubro de 1973, e trouxe o hit “Sorrow”, que alcançou a primeira posição, dando a Bowie o crédito de artista mais vendido no Reino Unido em 1973. Também cresceram a vendagem de seus álbuns anteriores, que chegaram, juntos à sexta posição no U. K. Chart.
Soul, Funk e o Thin White Duke (1974 – 1976)
Bowie mudou-se para os Estados Unidos em 1974, hospedando-se em Nova Iorque antes de se estabelecer em Los Angeles. Diamond Dogs (1974),
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álbum que o encontrou dividido entre o funk e o soul, derivou-se de duas ideias distintas: um musical baseado num futuro selvagem e sediado numa cidade pós-apocalíptica e a tarefa de musicar o livro 1984deGeorge Orwell. O disco alcançou a primeira posição no Reino Unido e a quinta nos Estados Unidos,gerando os sucessos “Rebel Rebel” e “Diamond Dogs”. Para promove-lo, Bowie lançou a Diamond Dogs Tour, visitando cidades da América do Norte entre junho e dezembro de 1974.
Com coreografias de Toni Basil, e ricamente produzido com elementos teatrais e efeitos especiais, a produção de alto orçamento foi filmada por Alan Yentob. O resultado dessas imagens foi o documentário Cracked Actor, apresentando um Bowie pálido e magérrimo: de fato, a turnê coincidiu com o fato do cantor em usar constantes doses de cocaína, que o afetou com debilidades físicas graves, paranoias e problemas emocionais. Mais tarde Bowie comentaria que
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seu primeiro álbum ao vivo, David Live (David ao vivo, em  1974), deveria se chamar “David Bowie Está Vivo e Bem e Vivendo Apenas na Teoria”. David Live, no entanto, solidificou seu status de superstar, e alcançou a segunda posição no Reino Unido e a oitava nos Estados Unidos. Depois de uma curta pausa na Filadélfia, onde David Bowie também gravou novo material, a turnê recomeçou com um novo destaque para a música soul.
O fruto dessas sessões de gravação na Filadélfia foi o disco Young Americans (1975). O biógrafo Christopher Sandford comenta: “Ao longo dos
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anos, a maioria dos roqueiros britânicos tentaram, de uma forma ou outra, tornarem-se negros por extensão. Poucos tinham se sucedido tão bem como David Bowie”. A levada do álbum, que o cantor chamou de plastic soul, constituiu uma mudança radical no estilo, que, inicialmente, alienou muitos de seus devotos do Reino Unido. Young Americans trouxe a primeira música de Bowie a atingir a primeira posição nos Estados Unidos,“Fame”, escrita juntamente com John Lennon, que também contribuiu com backing vocals, e Carlos Alomar. Distinguindo-se como um dos primeiros artistas brancos a aparecer no programa de variedades americano Soul Train, Bowie cantou “Fame” e “Golden Years”, seu single de outubro. O disco foi um sucesso comercial nos estados Unidos e no Reino Unido e, aproveitando tal prestígio, as gravadoras relançaram “Space Oddity” de 1969, que veio a ser a primeira música do artista a atingir a primeira posição no Reino Unido, meses depois de “Fame” alcançar o mesmo nos Estados Unidos.
Embora seu estrelato nessa época estivesse melhor estabelecido, Bowie só existia essencialmente quando podia mudar e surpreender, mesmo com as vendas estabelecidas de suas gravações (na época, mais de um milhão de cópias só do álbum Ziggy Stardust). Em 1975, ecoando o desentendimento amargo que teve com Kein Pitt cinco anos antes, Bowie demitiu seu novo empresário. No auge do conflito que se seguiu em meses de duração na justiça, assistiu, como descreve o biógrafo Christopher Sanford, “milhões de dólares de seus ganhos futuros serem entregues a DeFries em termos excepcionalmente generosos”, e então “trancafiou-se na West 20th Street, onde por uma semana seus gritos podiam ser ouvidos através da porta do sótão trancado. “Michael Lippman, seu advogado durante as negociações, tornou-se também seu mais novo empresário. Lippman, por sua vez, receberia uma compensação significativa depois de também ser demitido por Bowie, no ano seguinte.
Station to Station (1976) apresentava uma nova persona, o “Thin White Duke” do título principal. Visualmente, era uma extensão de Thomas Jerome
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Newton, o extraterrestre que ele retratou no filme The Man Who Fell to Earth do mesmo ano. Desenvolvendo o funk e o soul de Young Americans, este novo disco também sintetizaria a música de seus próximos lançamentos. Trazia um Bowie interessado em misticismo e na Cabala. Sua dependência tóxica tornou-se pública quando Bowie foi entrevistado por Russel Harty no programa London Weekend Television, numa antecipação da turnê do álbum. Pouco antes da entrevista propagada via satélite começar, era anunciada a morte do ditador espanhol General Franco. Pediram para que Bowie abandonasse a reserva do satélite a fim de que permitisse que o governo espanhol transmitisse notícias sobre o ocorrido. Recusou-se a fazê-lo, e sua entrevista continuou. Na conversa em que se seguiu, conforme descrito pelo biógrafo David Buckley, “o cantor não deu nenhum sentido àquela que foi uma entrevista bastante extensa. Bowie parecia completamente desconexo e mal conseguia pronunciar uma frase coerente”. Sua sanidade tornou-se distorcida pela cocaína e ele sofreu overdoses durante todo o ano, além de emagrecer fisicamente de maneira alarmante.
O lançamento de Station to Station aconteceu em janeiro de 1976 e foi seguido em fevereiro por uma turnê de três anos e meio pela Europa e America do Norte. Apresentando todas as faixas do disco, a Isolar – 1976 Tour, também destacou as músicas do álbum, incluindo a dramática e longa “Station to Station”, faixa-título do álbum e as baladas “Wild Is The Wind” e “Word On a Wing”, além dos funks “TVC 15” e “Stay”.
A banda que tocou no disco e na turnê era formada pelo guitarrista Carlos Alomar, do baixista George Murray e do baterista Dennis Davis, que continuariam como unidade estável e criativa pelos próximos anos da década. A turnê foi bem sucedida, mas foi cercada por controvérsias políticas. Em Estocolmo, foi creditada a Bowie a frase de que “a Grã-Bretanha poderia beneficiar-se de um líder fascista” e posteriormente ele foi preso pela alfândega na fronteira Rússia-Polônia por posse de parafernálias nazistas.
Nessa época, também ocorreu o “incidente da Estação Victoria”. O que foi
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isso: chegando num conversível Mercedes-Benz, Bowie acenou para a multidão em um gesto que alguns alegaram ter sido a saudação nazista, e cuja fotografia foi tirada e publicada na News Musical Express. Bowie afirmou tempos depois que o fotógrafo simplesmente havia o pegado acenando, declaração apoiada pelo então jovem Gary Numan, que estava entre a multidão naquele dia. “Pense nisso: se um fotógrafo tira uma foto de alguém acenando, você vai ter uma saudação nazi no final do movimento de cada braço. Tudo que você precisa é algum idiota num jornal de música ou algo do tipo para fazer uma matéria sobre isso...”. 
Mais tarde, o músico também se arrependeu por seus comentários pró-fascismo e seu comportamento durante o período de vícios e do caráter do Thin White Duke. Disse: “Eu estava fora da minha mente, totalmente enlouquecido. As únicas coisas das quais eu estava ligado eram mitologia... aquela coisa toda sobre Hitler e o Direitismo... Eu descobri o Rei Artur...”. De acordo com o dramaturgo Alan Franks, escrevendo mais tarde no The Times, “ele realmente estava demente” e teve experiências muito ruins com drogas pesadas.
Bem por enquanto era isso. Na próxima postagem, a terceira parte da vida do camaleão David Bowie. Até lá e, fiquem com mais de Bowie em:

O Camaleão David Bowie - Parte 3

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Salve galera que curte o blog. Estou aqui, após um pequeno intervalo, para postar a terceira parte do camaleão David Bowie. Neste período ele morou na Alemanha, criou uma trilogia admirada até hoje e ... vejam o restante, acompanhando a história desse multi-artista. 
O Período em Berlim (1976 –...
Salve galera que curte o blog. Estou aqui, após um pequeno intervalo, para postar a terceira parte do camaleão David Bowie. Neste período ele morou na Alemanha, criou uma trilogia admirada até hoje e ... vejam o restante, acompanhando a história desse multi-artista. 
O Período em Berlim (1976 – 1979)
Bowie mudou-se para a Suiça em 1976, comprou um chalé em uma montanha
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ao norte do Lago de Genebra. Na nova residência, sua dependência pela cocaína cresceu, além disso, quis aventurar-se em atividades fora da musica. Começou a pintar e produziu uma série de quadros pós-modernistas. Na turnê, costumava desenhar nun caderno e fotografar cenas que serviriam de referência futura. Ao visitar o Bruücke Museum em Berlim e outras galerias em Genebra, Bowie se transformou, nas palavras do biógrafo Christopher Sandford “num profílico pintor e colecionador de arte contemporânea... Mas não somente um famoso patrono da arte expressionista. Trancafiado em Clos des Mésanges, iniciou um , curso intensivo de auto-aperfeiçoamento em música clássica e literatura, e começou a trabalhar numa autobiografia”. Tais aperfeiçoamentos só viriam a enriquecer seu trabalho de estúdio e palco.
O ano de 1976 ainda não havia terminado quando seu interesse pela cena musical da Alemanha e seu vício em drogas o levaram a mudar-se para a Berlim Ocidental, no intuito de renovar e revigorar sua carreira musical. Trabalhando com Brian Eno, enquanto dividia um apartamento em Schöneberg com o mais novo amigo Iggy Pop, concentrou-se na música minimalista e ambiental em seus três próximos álbuns, co-produzidos com Tony Visconti, que vieram a ser conhecidos como sua Trilogia de Berlim.
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Nessa época, Iggy Pop lançou seu primeiro álbum solo sem os Stooges, chamado The Idiot, e, mais tarde, Lust Of Life, ambos de 1977, com contribuições de Bowie em melodias e letras, realizando turnês pela Europa, Reino Unido e Estados Unidos em março e abril de 1977. O disco Low (1977), parcialmente influenciado pelo som do Kraftwerk e do Neu!, evidenciou um afastamento de composições para um estilo mais abstrato, em que as letras eram esporádicas e opcionais. Na época do lançamento, ele recebeu críticas negativas por isso, e a própria gravadora, a RCA, preocupada em manter sua dinâmica comercial, não aprovou o álbum, e o ex-empresário de Bowie, Tony DeFries, embora ainda mantivesse um significante interesse financeiro nos assuntos do cantor, tentou se prevenir desse fracasso. Apesar desses pressentimentos preliminares, a música “Sound And Vision” alcançou a terceira posição no U.K. Chart. O sucesso levou Philip Glass, compositor contemporâneo, descrever o disco como “uma obra de gênio” em 1992, quando se baseou nele para sua “Symphony Nº 1”(posteriormente, Glass também usaria o próximo álbum de base para sua “Symphony Nº 4, “Heroes”). Não demorou para que notassem o talento de Bowie em criar músicas complexas que pareciam simples.
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O segundo disco da trilogia, “Heroes” (1977), refletiu a abordagem instrumental e minimalista de Lowe também incorporou elementos do pop e do rock, além de contar com a contribuição do guitarrista Robert Fripp. Assim como o álbum anterior, Heroes evidenciou o espírito da época da Guerra Fria, simbolizada por uma Alemanha dividida pelo Muro de Berlim. Neste novo trabalho, Bowie incorporou sons ambientes de uma variedade de fontes, incluindo geradores de ruídos, sintetizadores e o koto, instrumento japonês, e alcançou o sucesso, pois ele atingiu a terceira posição no Reino Unido. Sua faixa-título, baseada no amor incondicional de dois amantes dos lados opostos do Muro de Berlim, que Bowie via se unirem diariamente, embora tenha alcançado somente a 24ª posição nas paradas britânicas, ganhou popularidade tardia duradoura, e em poucos meses, foi lançada em alemão e francês. No final daquele ano, Bowie a cantou no programa de televisão Marc, apresentado pelo colega Marc Bolan, e dois dias depois para o especial de Natal de Bing Crosby, quando juntou-se a ele em “Peace On Earth / Little Drummer Boy”, versão de “The Little Drummer Boy” com um novo e contrapontual verso. Cinco anos depois, o dueto gozaria de fama mundial ao alcançar a terceira posição nas paradas britânicas no Natal de 1982.
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Terminado Low “Heroes” Bowie ocupou grande parte de 1978 a trabalhar na Isolar II, levando músicas dos dois primeiros álbuns da trilogia para quase um milhão de pessoas, durante 70 apresentações ao vivo em 12 países. Naquele momento, o artista havia parado com seu vício em drogas, como descreve David Buckley, a Isolar II foi “sua primeira turnê durante cinco anos em que ele não se anestesiou com grandes quantidades de cocaína antes de subir no palco...Sem o esquecimento que as drogas lhe traziam, estava com uma condição mental suficientemente saudável para fazer novos amigos”. A turnê foi filmada e seu lançamento coincidiu com o lançamento, no mesmo ano, do disco Stage, seu segundo álbum ao vivo.
imageLodger(1979), terceiro e último álbum daquilo que Bowie chamaria de Trilogia de Berlim, passou longe da atmosfera ambiental e minimalista dos outros dois e trouxe uma levada que nos remete às baterias e às guitarra do rock e do pop que fizeram parte de sua carreira anterior à estadia em Berlim. O resultado foi uma mistura complexa de new wave e world music. Algumas das faixas, como “Boys Keep Swinging”, “Move On” e “Red Money”, foram compostas utilizando as cartas das Estratégias Oblíquas de Eno. O álbum havia sido gravado na Suiça. Antes de seu lançamento, Mel Ilberman da RCA declarou: “Não seria justo chamar o disco de o Seargent Pepper de Bowie... um álbum conceitual que retrata o Inquilino (Lodger) como um andarilho sem teto, evitado e vitimado pelas pressões da vida e da tecnologia”. Como descreve o biógrafo Christopher Sanford, “A gravação coincidiu com várias esperanças frustradas, e com a produção, que significava o fim da parceria de 15 anos com Eno”. Lodgerchegou à quarta posição nas paradas britânicas e na vigésima nos Estados Unidos, rendendo os singles “Boys Keep Swinging” e “DJ”. No final de 1979, Bowie e Angela iniciaram o processo de divórcio, e, após meses de disputas judiciais, seu casamento terminou no início de 1980.
DE SUPERSTAR A MEGASTAR (1980 – 1989)
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Em 1980, foi lançado o álbum Scary Monsters (And Super Creeps), trazendo a música “Ashes To Ashes”, que alcançou o primeiro lugar nas paradas. A música revisitava o personagem Major Tom de “Space Oddity”. O videoclipe da música foi um dos mais caros e também um dos mais inovadores de todos os tempos. Embora esse disco utilizasse princípios estabelecidos pela trilogia de Berlim, foi considerado pelos críticos como muito mais direto musical e liricamente. Ele teve contribuições de guitarristas como Robert Fripp, Pete Townshend, Chuck Hammer e Tom Verlaine. Com “Ashes To Ashes” atingindo o topo das paradas britânicas, Bowie abriu uma apresentação de três meses no Teatro Broadway em 24 de setembro, estrelando na peça O Homem Elefante.
Em 1981, Bowie encontrou-se com o grupo Queen na Suíça e ambos realizaram um single, “Under Pressure”, retratando a pressão social. O dueto foi um sucesso e tornou-se o terceiro single de sua carreira a atingir a primeira posição nas paradas britânicas. “Under Pressuresurgiu por acaso, David veio até nós para estudar... começou a mexer com algo e tudo correu muito espontaneamente e rapidamente. Foi um verdadeiro prazer trabalhar com ele, tem um tremendo talento”, disse Freddie Mercury.
Ainda no mesmo ano, ele fez uma aparição no filme alemão Christiane F., uma história baseada em fatos reais sobre uma adolescente viciada em drogas na Berlim da década de 70. A trilha sonora, construída principalmente por músicas já escritas anteriormente por Bowie, foi lançada como Christiane F. meses depois. Bowie interpretou o papel principal de uma adaptação televisiva de 1981 da peça Baal de Bertolt Brecht. Coincidindo com essa transmissão, foi lançado um Extended Play (E.P.) com cinco faixas da peça, todas gravadas em Berlim. Em março de 1982, um mês antes do filme Cat People de Paul Schrader ser lançado, a música de Bowie de mesmo nome, “Cat People”, saiu como single, alcançando sucesso em pouquíssimo tempo nos Estados Unidos e entando no U. K. Top 30.
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Bowie atingiu novo pico de popularidade e sucesso comercial em 1983 com o disco Let’s Dance, que também o fez cativar uma nova leva de seguidores. Co-produzido por Nile Rodgers, da banda Chic, o álbum ganhou disco de platina no Reino Unido e nos Estados Unidos. Seus três singles principais tornaram-se um dos vinte maiores sucessos de ambos os países, e sua faixa-título alcançou a primeira posição. “Modern Love” e “China Girl” alcançaram a segunda posição no Reino Unido, e geraram dois aclamados vídeos promocionais que, como escreve o biógrafo David Buckley, “foram totalmente absorventes e ativaram arquétipos fundamentais no mundo pop”. O videoclipe para “Let’s Dance”, com sua narrativa em torno do jovem casal de aborígenes, tinha como público alvo a juventude, já “China Girl”, com uma cena (que depois foi parcialmente censurada) de um namoro nu na praia (Homenagem ao filme A Um Passo da Eternidade), foi sexualmente provocante o bastante para que garantisse sua alta frequência na MTV. Em 1983, Bowie surgia como um dos artistas de videoclipes mais importantes da época. “Let’s Dance” seguiu-se com uma turnê mundial chamada Serious Moonlight Tour, durante a qual Bowie recebia contribuições de Earl Slick na guitarra e Frank e George Simms no backing vocal. A viagem musical durou seis meses e foi extremamente popular.
imageO disco Tonight (1984), outro álbum dançante, trouxe Tina Turner cantando com Bowie na faixa-título, que foi escrita com o amigo Iggy Pop. O disco também trazia covers, como o sucesso de 1966 “God Only Knows” dos Beach Boys, e a música “Blue Jean”, baseada no curta-metragem Jazzin’ For Blue Jean, garantiu a Bowie o Grammy Award For Best Short Form Music Video. Em 1985, ele se apresentou no Estádio de Wembley para o Live Aid, uma série de concertos com músicos famosos e aclamados da época, na tentativa de arrecadar fundos contra a fome na Etiópia. Durante o evento, Bowie gravou um videoclipe com Mick Jagger, em que cantam e dançam juntos a música “Dancing In The Street”, sucesso de 1964 na voz de Martha And The Vandellas, e que deu ao dueto a primeira posição nas paradas. No mesmo ano, Bowie juntou-se ao Pat Metheny Group na gravação de “This Is Not America” para a trilha sonora do filme The Falcon And The Snowman. Lançada como single, a música tornou-se um dos 40 sucessos das paradas britânicas e americanas.
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Em 1986, deram um papel à Bowie no filme Absolute Beginners, que foi mal recebido pelos críticos, mas que sustentou-se pela música-tema, escrita por David Bowie, também chamada “Absolute Beginners” e que alcançou o segundo lugar nas paradas britânicas. No mesmo ano, o filme Labirinto estreia e Bowie, que compôs e cantou cinco músicas para o filme, também atuou como a personagem Jareth, o que lhe garantiu extrema popularidade. 
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Seu último disco solo da década foi Never Let Me Down de 1987, em que ele abandona a levada de seus dois álbuns anteriores e oferece um rock pesado com uma mistura de Techno e industrial. Embora tenha sido um relativo fracasso, atingiu a sexta posição nas paradas britânicas e rendeu os singles “Day-In Day-Out”, “Time Will Crawl” e “Never Let Me Down”. Tempos depois Bowie o descreveria como seu ¿¿¿”nadir”¿¿¿¿ e o chamaria de um “álbum ruim”. A série de 86 concertos chamada de Glass Spider Tour  surgiu nessa época, em 20 de maio, com o intuito de divulgar o disco. Na guitarra principal, a banda contava com Peter Frampton. Os críticos difamaram a turnê, dizendo que, se comparada às tendências contemporâneas da música de arena e estádio, seus efeitos especiais e suas danças a tornavam demasiadamente cansativa.
Bem pessoal, esta é a terceira parte de cinco partes da vida de David Bowie, onde ficamos sabendo um pouco mais sobre sua vida e sua carreira. Espero que estejam gostando, pois eu que conhecia um pouco da vida de Bowie, descobri preciosidades até então desconhecidas por mim. Saibam um pouco mais de Bowie em:

O Camaleão David Bowie - Parte 4

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Olá galera que curte o Blog Opinião do Véio. Trago a quarta parte da odisseia do multi-artista David Bowie, agora como um simples coadjuvante na banda Tin Machine e suas experiências com o eletrônico.
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TIN MACHINE (1989 – 1991)
Em 1989, Bowie deixou sua carreira solo de lado, atuando como mero coadjuvante e,...
Olá galera que curte o Blog Opinião do Véio. Trago a quarta parte da odisseia do multi-artista David Bowie, agora como um simples coadjuvante na banda Tin Machine e suas experiências com o eletrônico.
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TIN MACHINE (1989 – 1991)
Em 1989, Bowie deixou sua carreira solo de lado, atuando como mero coadjuvante e, pela primeira vez, um anônimo dentro de uma banda, como se fora o início de sua carreira, no início, formando grupos. Abanda Tin Machine, um quarteto especializado em hard rock, surgida depois que Bowie trabalhou experimentalmente com o guitarrista Reeves Gabrels. Adicionados à essa dupla, os irmãos Tony Sales (baterista) e Hunt Sales (baixista), dupla que David Bowie conhecia desde a década de 70 por trabalharem juntos em Lust Of Life, disco de Iggy Pop, de 1977, produzido por Bowie.
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Querendo que o Tin Machine funcionasse democraticamente, Bowie dominou a banda, tanto nas composições como na tomada de decisões importantes. O disco de estreia, Tin Machine (1989), inicialmente teve popularidade, apesar de suas letras politizadas não terem agradado a todos. Segundo Bowie, uma de suas músicas foi descrita, na época, como “simplista, ingênua e radical, desistindo de falar sobre o aparecimento de neo-nazistas”. Na visão do biógrafo Christopher Sanford, o disco “teve coragem de denunciar drogas, fascismo e televisão”. A gravadora EMI reclamou das “letras pregativas”, da falta de produção e da abundância de minimalidade. De qualquer forma, o disco alcançou a terceira posição no Reino Unido.
A primeira turnê mundial do Tin Machine foi um sucesso comercial, embora críticos e fãs relutassem muito em aceitar as apresentações de Bowie como um simples membro da banda. Uma série de músicas e singles fracassaram e, após um desentendimento com a EMI, Bowie decidiu por largar a gravadora. Assim como a imprensa e o público, cada vez mais ele estava descontente com seu papel de simples integrante de uma banda. O Tin Machine começou a trabalhar num segundo álbum, porém concordaram em esperar mais um tempo e, nessa espera, Bowie deu um rápido retorno à carreira solo.
Na Sound+Vision Tour, tocando seus primeiros e maiores sucessos, anteriores ao disco Tonight, durante sete meses, alcançou novo sucesso comercial e novamente reconhecimento da crítica. Essa turnê contou com suas primeiras apresentações na América do Sul, entre elas o Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em Santiago, no Chile, e Buenos Aires, na Argentina.
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As fotos da capa: a que saiu e a que era para ser de bom gosto.
Dez anos após seu divórcio com Angela, Bowie conheceu, em 1990, a modelo somali (tribo africana) Iman Abdulmajid, através de um amigo em comum. Dois anos depois eles se casaram. 
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David Bowie e Iman
Ainda em 1991, após a bem-sucedida turnê solo de Bowie, o Tin Machine voltou a trabalhar. Porém, a crítica e o público, que já estavam decepcionados com o primeiro álbum do grupo, não mostrou muito interesse por um segundo disco. O lançamento de Tin Machine II ficou marcado por uma enorme divulgação e uma polêmica inoportuna por causa de sua capa. Após a produção ter começado, a nova gravadora, Victory, repensou no lançamento da capa com os quatro integrantes da banda, nus em formato de estátuas, que eram para ser “num gosto requintado”, segundo Bowie, tornou-se um prato cheio para a mídia, que dizia ser “algo obsceno”. Por fim, foi feito uma forma de “remendo” fotográfico a fim de tornar as figuras assexuadas. O Tin Machine excursionou novamente, porém, após o álbum ao vivo Tin Machine Live: Ou Vey, Baby, fracassou comercialmente, e a banda se separou e Bowie, embora continuasse a colaborar com Gabrels, retornou para sua carreira solo.     
                            
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BOWIE ELETRÔNICO (1992 – 1999)
Em abril de 1992, Bowie participou do Concerto em Tributo à Freddie Mercury, após a morte do vocalista do Queen no ano anterior. Cantou “Heroes” e “All The Young Dudes”, esta última junto com Ian Hunter, vocalista do Mott The Hoople, não podendo deixar de cantar “Under Pressure”, em que foi acompanhado por Annie Lennox, que cantou a parte de Freddie Mercury na música. Quatro anos depois, Bowie e Iman estavam casados na Suíça. Com a intenção de se mudarem para Los Angeles, o casal foi até os Estados Unidos para procurar um imóvel para morar, mas tiveram que permanecer no hotel, sob toque de recolher, por causa dos Distúrbios de Los Angeles de 1992 (aquele em que os jurados, todos brancos, absolveram os policiais por terem assassinado um jovem negro, Rodney King). As manifestações começaram bem no dia em que eles chegaram à cidade, fazendo com que o casal fosse se estabelecer em Nova Iorque.
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Em 1993, o lançamento de Black Tie White Noise trouxe um Bowie influenciado em hip-hop, jazz e soul. O álbum, que novamente o reuniu com o produtor de Let’s Dance, Nile Rodgers, fazia uso constante de instrumentos eletrônicos e confirmou seu retorno à popularidade, chegando ao primeiro lugar nas paradas britânicas e fazendo sucesso com a música “Jump They Say”. Al B. Sure participou na faixa título. Este álbum também contou com a participação de seu antigo colega da era Ziggy Stardust, Mick Ronson, que morreu de câncer no final de 93. Bowie explorou novas direções em The Buddha Of Suburbia, trilha sonora composta para uma série televisiva adaptada livremente do livro The Buddha Of Suburbia (1900) de Hanif Hureishi. O disco trazia alguns dos novos elementos introduzidos no Black Tie White Noise, e também anunciava uma mudança para o rock alternativo. O disco foi bem recebido pela crítica, embora não alcançasse muito sucesso comercial, atingindo a 87ª posição nas paradas do Reino Unido.
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O álbum Outside, de 1995, reuniu Bowie novamente com Brian Eno, e foi gerado como o primeiro volume de uma narrativa sem sentido óbvio sobre arte e assassinato. Apresentando personagens de um conto escrito pelo artista, o álbum conseguiu sucesso nas paradas britânica e americanas. Bowie escolheu a banda Nine Inch Nails como sua parceria para a Outside Tour, e recebeu, por isso, recepções mistas. Visitaram cidades da Europa e da América do Norte, entre setembro de 1995 e fevereiro de 1996 e esta turnê registrou o retorno de Gabrels como guitarrista principal de Bowie.
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Em janeiro de 1997, David Bowie entrou para o Rock And Roll Hall Of Fame. Nesse mesmo ano, Bowie lançou o álbum Earthling, onde misturou elementos do jungle britânico e do drum and bass. Foi um sucesso comercial e de crítica. A música “I’m Affraid Of Americans”, escrita com Brian Eno para o filme Showgirlsde Paul Verhoeven, foi regravada no álbum, remixada para ser lançada como single. Esse trabalho ficou por conta do multi-instrumentista Trent Reznor (famoso por sua banda Nine Inch Nails), que além de produzir, fez backing vocals na música. O vídeo clipe, do qual Reznor também participava, foi tão exibido na televisão, que fez com que a música ficasse 16 semanas na Billboard Hot 100 americana. Em 1998, Bowie reuniu-se com Tony Visconti, produtor musical e gravou a música “(Safe In This) Sky Life” para o filme Rugrats, mas a faixa foi cortada na edição final. Mais tarde, ela foi regravada e saiu como “Safe” no lado B do single de 2002 “Everyone Says ‘Hi’”. Ainda em 1998, Bowie disse gostar muito da música “Without You I’m Nothing” do Placebo. Resultado: foram adicionados os vocais de Bowie e a versão, também produzida por Tony Visconti,  saiu como single. Também em 1998, Bowie gravou “A Foggy Day (In London Town)” com Angelo Badalamenti, tributo a George Gershwin, no intuito de arrecadar dinheiro para várias instituições de caridade dedicadas na conscientização e no combate à AIDS.
Bem pessoal, volto logo para concluir a longa e bela carreira do camaleão David Bowie. Curtam mais de Bowie em:

O Camaleão David Bowie - Parte Final

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Olá galera que curte o Blog Opinião do Véio, com esta quinta parte, finalizo a trajetória do camaleão da música, David Bowie. Nesse segmento, relatarei sobre os últimos trabalhos de Bowie, sua morte e seu legado.
BOWIE NEOCLÁSSICO (1999 – 2012)
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David Bowie compôs a trilha sonora de O...
Olá galera que curte o Blog Opinião do Véio, com esta quinta parte, finalizo a trajetória do camaleão da música, David Bowie. Nesse segmento, relatarei sobre os últimos trabalhos de Bowie, sua morte e seu legado.
BOWIE NEOCLÁSSICO (1999 – 2012)
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David Bowie compôs a trilha sonora de Omikron (The Nomad Soul) em 1999, um jogo de computador em que ele e a esposa Iman também aparecem como personagens. 
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O álbum “...hours...”, lançado nesse mesmo ano, contendo algumas faixas regravadas do jogo, trazia uma música, “What’s Really Happening”, música de Bowie e Reeves Gabrels, com uma letra escrita pelo vencedor do concurso via internet “Cyber Song Contest”, disponível no site oficial de Bowie. O vencedor foi Alex Grant, fã de David Bowie. Utilizando instrumentos tradicionais e um som pesado, o disco marcou o fim dos experimentos de Bowie com a música eletrônica. Em 2000, ele iniciou um álbum que chamaria-se Toy, com novas versões de algumas de suas músicas do início de sua carreira e mais três inéditas, mas o disco nunca foi lançado.
Em outubro de 2001, Bowie abriu o Concerto Para a Cidade de Nova Iorque, evento de caridade em benefício às vítimas dos ataques de 11 de setembro, com uma versão minimalista e misteriosa da música “America” de Simon & Garfunkel, que seguiu-se com “Heroes”, tocada juntamente com uma banda marcial. Uma vez que o álbum Toy não fora lançado, Visconti continuou trabalhando em estúdio com Bowie e, um ano depois, o resultado das gravações foi um álbum inteiramente de músicas inéditas: Heathen, de 2002. No segundo semestre deste ano, ele realizou a Heathen Tour. Durante esse período, no dia 15 de agosto, nasceu Alexandria Zahra Jones, sua filha com Iman. A turnê visitou cidades europeias e da América do Norte e sua abertura ocorreu em Londres, no Meltdown, festival anual e, por isso, naquele ano, Bowie foi apontado como diretor artístico do evento. Entre os artistas que selecionou para o festival estavam Philip Glass, Television e The Polyphonic Spree. Além de músicas do novo álbum, a turnê também trazia música de Low.
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Em 2003, lançou Reality, disco com humor e melancolia, que reflete sobre toda sua carreira e que, na faixa-título, canta: “Acertei, errei / estou de volta ao começo / procurei um sentido e não achei nada / Hey garoto, bem-vindo à realidade”. Em 2004, a Reality Tour o fez viajar pela Europa, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Japão, com um público estimado de 722.000, arrecadando uma quantia superior a qualquer outra turnê deste ano.
Apresentando-se em Oslo, Noruega, foi atingido no olho por um pirulito atirado por um fã e, uma semana depois, enquanto se apresentava no palco do Hurricane Festival em Scheebel, Alemanha, sentiu fortes dores no peito, e a apresentação foi interrompida. Foi diagnosticada uma série obstrução numa artéria e Bowie passou por uma angioplastia de emergência em Hamburgo, também na Alemanha. As 14 apresentações restantes da turnê foram canceladas. Recuperado da cirurgia cardíaca, diminuiu sua produção musical pela primeira vez em muitos anos. Apareceu só de vez em quando nos palcos e nos estúdios. Em 2004, cantou “Changes” num dueto com Butterfly Boucher para o filme de animação Shrek 2.
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Durante o ano de 2005, que seguiu-se calmo em sua agenda, gravou vocais em “(She Can) Do That”, escrita com Brian Transeau, para o filme Stealth. Retornou aos palcos em 08 de setembro, junto ao Arcade Fire, num evento transmitido pela televisão nos Estados Unidos chamado Fashion Rocks, e tocou com a banda canadense pela segunda vez uma semana depois, durante o CMJ Music Marathon. Contribuiu com vocais na música “Province” dos TV On The Radio no álbum Return to Cookie Mountain, gravou um comercial da XM Satellite Radio com Snoop Dogg, e participou, com oamigo de longa data, Lou Reed, do álbum No Balance Palace da banda Kashmir.
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Bowie foi premiado com o Grammy Lifetime Achievement Award em 08 de fevereiro de 2006, que só é concedido a “músicos que, durante suas vidas, deram contribuições criativas de importância excepcional no campo da gravação”. Em abril, anunciou: “Estou dando um tempo a turnês e discos”. Em 29 de maio, porém, fez uma aparição surpresa no show de David Gilmour no Royal Albert Hall, de Londres. O evento foi filmado e, logo em seguida, foi lançada uma seleção das músicas em que ele participou. Sua última apresentação nos palcos se deu em novembro do mesmo ano, quando cantou ao lado de Alicia Keys no Black Hall, evento beneficente de Nova Iorque para a organização Keep a Child Alive.
Em 2007, Bowie foi escolhido para a curadoria do High Line Festival, selecionando músicas e artistas do evento de Manhattan, e participou do álbum de 2008, Anywhere I Lay My Head, de Scarlett Johansson, só de regravações de Tom Waits. Para os 40 anos de aniversário do primeiro pouso na Lua e também para o aniversário de seu primeiro sucesso, “Space Oddity”, a EMI lançou faixas individuais da gravação original da música, em 2009, num concurso que convidava os fãs a criarem um remix. Em 2010 foi lançado, AReality Tour, álbum duplo/DVD com cenas ao vivo de sua turnê de 2003.                          
ÚLTIMOS ANOS (2013 – 2016)
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Em 08 de janeiro de 2013, quando completou sessenta e seis anos, o site oficial de Bowie anunciou um novo projeto, chamado de The Next Day. O trabalho foi lançado em 08 de março na Austrália, 11 de março em quase todo o mundo e 12 de março nos Estados Unidos. Primeiro álbum de Bowie da década, The Next Day continha 14 faixas e várias faixas bônus. Seu portal reconheceu o tamanho do intervalo de sua obra. O produtor Tony Visconti afirmou que 29 músicas foram gravadas para o álbum, e algumas delas apareceriam no disco a ser lançado ainda naquele ano. O anúncio foi seguido pelo lançamento imediato de um single, “Where Are You Now”, escrito e gravado por Bowie em Nova Iorque e produzido pos Visconti, seu parceiro profissional de décadas.
O clipe de “Where Are You Now” foi lançado no Vimeo (site de compartilhamento de vídeo, no qual os usuários podem fazer upload, partilhar e ver vídeos) no mesmo dia, com direção de Tony Oursler, artista nova-iorquino. O single entrou nas paradas britânicas do iTunes poucas horas após o lançamento, e debutando na sexta posição do U.K. Singles Chart, sendo o primeiro single do artista no Top 10 em cerca de vinte anos (o último foi “Jump They Say” em 1993). A segunda produção de áudio e vídeo, “The Stars (Are Out Tonight)”, foi lançada em 25 de fevereiro. Dirigida por Floria Sigismondi, foi estrelado por Bowie e Tilda Swinton como um casal. Em 01 de março, o álbum foi disponibilizado no iTunes. The Next Day estreou na primeira posição da U. K. Albums Chart, melhor posição desde Black Tie White Noise de 1993, se tornando o álbum mais vendido de 2013. Por outro lado, o clipe de “The Next Day” causou controvérsias e chegou a ser removido do YouTube por violar os termos de serviço da plataforma. O vídeo somente voltou ao ar após restringir que somente maiores de dezoito anos pudessem acessar.
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Em 2014, foi divulgado o futuro lançamento de uma coletânea, chamada Nothing Has Changed, para novembro. O disco continha hits dos cinquenta anos de carreira do cantor, incluindo o single inédito de “Sue (Or In a Season Of Crime)”, acompanhado por outra inédita, “This a Pitty She As a Whore”. Em maio de 2015, foi anunciado o single “Let’s Dance” seria relançado em vinil em 16 de julho, juntamente com a exposição David Bowie Is no Australian Centre For The Moving Image, em Melbourne.
Em agosto de 2015, foi anunciado que Bowie estaria compondo músicas para um musical da Broadway baseado no desenho animado Sponge Bob, Square Pants (Bob Esponja, Calça Quadrada). David escreveu e gravou a faixa-título da série de televisão The Last Panthers, que foi ao ar em novembro do mesmo ano. Ainda em novembro, a música “Blackstar”, faixa-título do álbum programado para janeiro de 2016, foi lançada como single e videoclipe. O álbum contém influências do krautrock, estilo das bandas alemãs experimentais do final da década de 60 e início de 70, Segundo o The Times: “Blackstar pode ser o trabalho mais triste de Bowie”. E não era para menos. Blackstarfoi lançado em 08 de janeiro de 2016, no aniversário de 69 anos de Bowie, e recebeu críticas positivas imediatas.
A MORTE DO CAMALEÃO
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Na noite de 10 de janeiro, dois dias após ter completado sessenta e nove anos e o lançamento do álbum Blackstar, Bowie morreu em seu apartamento em Nova Iorque, vítima de câncer de fígado. O músico foi diagnosticado com a doença dezoito meses antes, mas optou por não anunciar seu estado de saúde para o público. O diretor de teatro belga, Ivo van Hove, com quem trabalhou no musical Off-Broadway Lazarus, disse que Bowie evitou assistir os ensaios pelo avanço da doença. Hove observou que Bowie estava trabalhando constantemente desde que soube do diagnóstico.
Tony Visconti, produtor musical de Bowie, disse: “Ele sempre fez o que quis. E ele queria fazer as coisas do jeito dele, e da melhor maneira possível. Sua morte não foi diferente de sua vida, uma obra de arte. Ele fez Blackstar para nós, é o seu presente final. Eu sabia por um ano que isso aconteceria desse jeito. Não estava, entretanto, preparado. Ele era um homem extraordinário, cheio de amor e vida. Ele sempre estará conosco. Por ora, é apropriado chorar”. Bowie foi cremado em Nova Iorque.
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DEPOIS DA MORTE DE BOWIE
Após a morte de David Bowie, fãs fizeram homenagens e memoriais. Foram distribuídasflores em um mural de Brixton, sul de Londres, onde o cantor nasceu. A fotografia da capa do álbum Aladdin Sane serviu de ilustração, enquanto fãs cantavam suas músicas. Outras homenagens ocorreram em Nova Iorque, Los Angeles e Berlim.
O produtor Tony Visconti revelou que Bowie planejou o álbum para ser o seu “canto do cisne”, e um presente de despedida para seus fãs antes de morrer. Posteriormente, jornalistas e críticos notaram que a morte é tema constante em várias das letras. A CNN observou que Blackstar “revela um homem de braços abertos com sua própria mortalidade”. Visconti afirmou, mais tarde, que David Bowie planejavam um álbum após o Blackstar. O cantor escreveu e gravou demos de cinco novas músicas em suas últimas semanas de vida, sugerindo que Bowie pensava em ter mais alguns meses de vida. Na semana de sua morte, as vendas e visualizações de clipes e músicas dispararam. Na Vevo’s, Bowie tornou-se o artista mais visualizado em um único dia. Nove álbuns do artista entraram para a U. K. Top 100 Albums Official Charts e trinta singles entraram na U. K. Top 100 Singles Charts.
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Bem pessoal, aqui encerro este artigo sobre David 'Bowie' Jones, que será eternamente lembrado por ser um artista emblemático e muito teatral. Suas músicas serão cultuadas e tocadas por aqueles que sabem apreciar música verdadeira, experimental ou não, tetral ou não, visceral e engajadora. Curtam mais de David Bowie em:

QUEEN, A MAJESTADE DAS BANDAS - PARTE 1

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Olá galera que está curtindo o Blog do Véio, sejam bem vindos. Esta postagem estava prevista para novembro, mas forças além dos meus poderes impediram o andamento do blog. Reprogramei as homenagens aos artistas falecidos recentemente como Glenn Frey e David Bowie. Mas agora eu vou fazer essa postagem, que eu...
Olá galera que está curtindo o Blog do Véio, sejam bem vindos. Esta postagem estava prevista para novembro, mas forças além dos meus poderes impediram o andamento do blog. Reprogramei as homenagens aos artistas falecidos recentemente como Glenn Frey e David Bowie. Mas agora eu vou fazer essa postagem, que eu considero uma homenagem à uma das bandas que mais fizeram pelo rock e pelo pop também.
Assim como eu aprendo pesquisando, vocês também acabam conhecendo fatos que talvez nunca tenham ouvido falar, ou não lembravam mais. Como dizem os ingleses: "God save the Queen! - Deus salve a Rainha!".
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1968 - 1970, O INÍCIO DE TUDO
Em 1968, os amigos de escola Brian May (guitarra) e Tim Staffell (baixo e vocal), decidiram formar uma banda e colocaram um anúncio em um jornal em Londres, à procura de um baterista. Logo, um estudante de odontologia respondeu ao chamado. Seu nome, Roger Taylor, tinha um estilo diferente do qual eles queriam, mas mesmo assim impressionou aos dois, que o integraram ao grupo, que foi batizado de Smile.
Tim Staffell tornou-se amigo de escola de Farrokh Bulsara, de apelido Freddie. Freddie sentiu que seus gostos era parecidos com os da Smile e se tornou um grande fã da banda, apesar de querer se tornar vocalista dela.
Freddie participou de grupos e fundou uma banda, experiências que não deram certo, porque a exigência em todo lugar era de tocar blues, mas suas influências eram bem mais ecléticas.
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Em 1969, Freddie foi apresentado por Tim para Roger e Brian. Seu estilo glam foi considerado diferente pelos músicos, e embora o considerassem afeminado por pintar as unhas, sua personalidade era considerada cativante. Mais tarde, o cantor estava morando próximo aos dois, o que os fez conhecê-lo melhor, principalmente em relação às suas habilidades de canto e piano.
No final de 1970, após Tim Staffell ter deixado o grupo para se juntar a outro, Freddie foi efetivado como vocalista substituto da Smile, embora tenha incentivado os outros integrantes para que mudassem o nome da banda para Queen e Brian e Roger tinham outros nomes em mente e não simpatizaram nem um pouco com o nome sugerido pelo vocalista. Quando perguntado o porque do nome, Freddie disse: ''É um nome muito forte, universal e imediato''. A idéia do cantor acabou sendo a definitiva.
Como Freddie era pianista, o Queen precisava de um baixista. Após muitas sugestões e decepções, vários tentaram, mas sempre havia uma guerra de egos entre Freddie e alguns dos pretensos baixistas.
Depois de malsucedidas audições de candidatos pretendentes à vaga, Brian e Roger conheceram numa discoteca, o músico John Deacon , um instrumentista estudioso que cursava eletrônica. John soube que o grupo precisava de um baixista, e através de um amigo pôde conhecer os integrantes do Queen.
Em uma audição, a banda solicitou que John tocasse ''Son And Daughter'', uma música criada recentemente. A performance perfeccionista do músico surpreendeu a todos, no entanto sua postura foi considerada muito quieta pelos demais integrantes. Nesta época, o baixista testemunhava discussões entre os três, e quando era questionado, preferia manter-se quieto, o que de certa forma neutralizava o choque entre os demais.
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1971 - 1974, AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES
Mesmo com a formação oficial completa, a banda passou a desanimar, principalmente por questões financeiras. Em 1971 Roger se matriculou no curso de Biologia Animal e Vegetal, enquanto Brian passou a lecionar. Nesse mesmo período, Brian May procurou magnatas da música, patrocínios e outras formas de divulgar seu trabalho, mas ninguém se mostrou interessado.
Através de um amigo que trabalhava em um novo estúdio, a banda encontrou uma oportunidade para gravar seu primeiro trabalho. As instalações ainda precisavam de testes acerca do isolamento do som, e era necessário que uma banda de rock fizesse experimentos no local. O Queen foi escolhido, e naquele espaço, gravaram uma fita demo com cinco músicas, mais tarde enviado o material para várias gravadoras, que não demonstraram interesse e os comparavam com o Led Zeppelin.
Após uma proposta de uma gravadora, que foi recusada pela banda, Freddie decidiu adotar o sobrenome Mercury, inspirado no verso ''Mother Mercury, look what they've done to me'', da música ''My Fair King'' e também em referência a Mercúrio, mensageiro dos deuses da mitologia grega. Além disso, o cantor desenhou o logotipo do Queen, que combina os signos do zodíaco dos quatro membros.
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A banda estava satisfeita  por ter a permissão de utilizar as instalações do estúdio, e nessa época conheceram Roy Thomas Baker, engenheiro de áudio que seria futuro produtor musical de alguns discos do Queen.
Mais tarde, o empresário Norman Sheffield, então um dos donos do Trident Studios, ouviu a fita demo gravada, e embora não tenha demonstrado interesse, ter assistido uma apresentação do grupo o fez mudar de ideia, contratando a banda para seu selo, gerenciando a gravação, produção, gestão e direitos autorais das músicas.
Com a produção de Thomas e John Anthony, o álbum de estréia foi gravado durante madrugadas caóticas, pela falta de horários livres. Um dia, o cantor David Bowie (que estava gravando no mesmo estúdio) terminou seu trabalho mais cedo, fazendo com que o Queen tivesse mais tempo para sua obra.
Durante as sessões de gravação, Anthony ficou doente e se ausentou, deixando Roy no completo comando da produção. Os integrantes já estavam cientes de que o disco ficou pronto tarde demais, que as músicas já soavam ultrapassadas. Nesta mesma época, John Deacon e Roger Taylor terminaram seus estudos no ensino superior, e Deacon continuou estudando, resolveu ingressar no mestrado.
Apesar da Trident estar no controle, John Anthony continuava à procura de gravadoras que se interessassem pelo material do Queen, antes que a banda lançasse o disco. Apesar de várias recusas e audições fracassadas, Anthony conseguiu, através de um executivo, uma audição da fita demo na EMI Records, que estava em busca de novidades no mercado musical.
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Após muita negociação, por considerarem as propostas muito baixas, o Queen foi contratado pela EMI e em julho de 1973, foi lançado o primeiro single da banda, ''Keep Yourself Alive''. Apesar do potencial visto pelos produtores e o próprio grupo, a música passou desapercebida pelo público, não entrando em nenhuma parada.
O álbum passou a ser distribuido dias depois, contendo a frase ''Sem sintetizadores'', que apareceria também nos próximos trabalhos. Segundo Baker, o trabalho do grupo com harmonias e overdubs era grande demais para algum desinformado dizer que aquela sonoridade foi produzida com o auxílio de um teclado.
Enquanto Freddie se preocupava com a estética e vestimenta dos integrantes, pois a banda entrou no período glam muitos anos antes, mas o sucesso de artistas e bandas como David Bowie e Sweet, junto ao lançamento tardio do primeiro trabalho do Queen, fez com que o grupo parecesse oportunista e pouco inovador, seu futuro era mais incerto ainda.  Apesar disso, aos poucos, através de publicidade e seu desempenho no palco, o quarteto atrairia um público composto por diferentes faixas etárias.
Logo depois, a banda voltou ao Trident Studios com o objetivo de gravar um segundo trabalho. Desta vez, insistiram para que fosse durante o dia e trabalharam com Roy Thomas Baker. Brian May, como co-produtor passou a por em execução uma idéia de utilizar sua guitarra para simular outros instrumentos ou efeitos sonoros.
De sua idéia, surgiram músicas como ''Procession'' e ''Father To Son'' e, para cumprirem a regra ''sem sintetizadores'', os integrantes do Queen utilizaram piano, órgão hammond, sinos tubulares, castanholas e uma harmonia de seis partes.
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O álbum foi gravado e o produtor estava satisfeito, mas os integrantes do Queen eram implacáveis, tinham milhões de idéias. No fim, o título, Queen II, era a única coisa simples sobre o álbum, cuja capa feita por Mick Rock e inspirada pelo filme Shanghai Express, com os quatro sob um fundo escuro foi reutilizada em clipes futuros.
As avaliações sobre Queen II foram mistas, com várias comparações de seu som com o de outras bandas de rock. Roger Taylor lembrou de ouvir novamente o álbum, após a leitura das críticas e ver que a mídia especializada tinha razão. Críticas ocorridas tempos depois são positivas, dizendo que o álbum era mais rico, obscuro e estranho do que o anterior, caminhando rumo a um som cada vez mais poderoso e eclético.
Para divulgar o lançamento de Queen, meses antes de Queen II, a EMI decidiu que o Queen abriria todos os shows na turnê da banda de glam rock Mott The Hoople. Mas o que aconteceu foi interessante, pois a atração principal tornou-se cada vez mais desinteressante em razão do desempenho positivo do grupo novato.
Isso causou revolta nos integrantes do Mott The Hoople, que queixaram-se à gravadora que se recusou a tirá-los e escolher outra banda, pois afirmaram que a apresentação do Queen dividiu opiniões, e que tentavam impressionar o público a todo custo, dedicando-se muito a isso. A relação de ambas as partes foi amistosa, após a turnê.
Em 1974, o Queen foi convidado a participar do Top Of The Pops, porque o novo single de David Bowie, ''Rebel Rebel'', ainda não estava pronto. Assim, a banda gravou uma versão de ''Seven Seas of Rhye'', que foi executada no programa. A divulgação deu certo e foi a primeira vez que a música do Queen entrou nas paradas. Com a banda tornando-se atração principal, e com pouco tempo para estudar, John Deacon se viu forçado a abandonar seu mestrado.
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UM IMPREVISTO E UM BREVE DESCANSO
Durante um dos shows de Queen II, Brian May começou a sentir fortes dores no braço. Após isso, o guitarrista descobriu que tinha contraído gangrena depois de ter tomado uma injeção com uma agulha não esterilizada (naquela época, não existia o cuidado com a higienização dos materiais hospitalares, por isso tantas infecções).
Mesmo assim, enquanto o quadro estava tratável, o músico continuou a se apresentar. A banda iniciou sua primeira turnê nos Estados Unidos, mas ocorreu algo que ninguém imaginaria.
Após alguns eventos, viajaram para Boston. No hotel, pela manhã, Brian acordou e mal podia se mover. Quando se olhou no espelho, notou que sua pele estava amarelada, sinais de hepatite.
A rotina intensa, juntamente com a má alimentação, deixou o sistema imunológico do músico, mais fraco do que já estava. Por isso, o grupo cancelou o restante da turnê, teve que voltar à Inglaterra, onde Brian ficou internado por seis semanas.
Enquanto Brian estava internado, John, Freddie e Roger discutiam ideias para um próximo álbum, o qual já tinha sido comunicado à imprensa. Mais tarde, o guitarrista foi diagnosticado com uma úlcera duodenal, que existia desde sua adolescência.
Por conta disso, ficou internado por mais tempo, e nesse intervalo, apesar de escrever músicas, temia ser substituído na banda. De vez em quando, Freddie o visitava. Para suprir sua falta, John Deacon assumiu as guitarras, enquanto os demais produziam harmonias vocais e overdubs.
Assim que ganhou alta, Brian passou a trabalhar no material, que tinha como proposta, ser musicalmente mais acessível do que Queen II. Assim, com a produção de Thomas Baker, com colaboração de Mike Stone, foi produzido Sheer Heart Attack, lançado no final de 1974.
Para divulgação do trabalho, a banda lançou um single duplo, composto por "Killer Queen'' e ''Flick Of The Wrist'', porém a primeira fez mais sucesso, alcançando o segundo lugar nas paradas do Reino Unido.
O bom desempenho animou a banda, que passou a realmente acreditar no sucesso. Foi em Sheer Heart Attack que John Deacon fez sua estreia como compositor, participando em ''Misfire'' e ''Stone Cold Crazy''. A partir daí, sempre haveria alguma obra do baixista em algum álbum do Queen. Ainda nesta época, a banda gravou dois shows no teatro Rainbow, que só foram oficialmente lançados em 2014.
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1975 - 1977: SUCESSO MUNDIAL
Entre o final de 1974 e o início de 1975, a vida pessoal dos integrantes do Queen ia de mal a pior, começando por John Deacon, que estava prestes a se casar e precisava de dinheiro. Freddie Mercury dividia um apartamento pequeno com sua namorada Mary Austin, usando seu piano como cabeceira para a cama.
Para Brian May, era pior, pois tinha um quarto mofado e com cheiro de peixe podre para dividir com sua namorada e, ainda, sem abastecimento de água. Por conta disso, a EMI contratou o advogado Jim Beach para analisar o contrato da banda com a Trident.
Na época, foi lançado o single "Now I'm Here", e no dia seguinte John se casou com Veronica Tetzlaff, ex-colega de escola que já namorava há anos e estava grávida de seu primeiro filho. Após a lua de mel, o baixista se juntou aos demais integrantes e fez a turnê de divulgação de Sheer Heart Attack em território norte-americano, com a banda Kansas abrindo os shows. No entanto, foi um fracasso, principalmente devido a problemas vocais que Freddie teve durante a divulgação.
Depois foram ao Japão, onde tiveram boa recepção. Roger Taylor, em choque, disse que viu uma espécie de ''beatlemania'' quando esteve lá, mas a realidade de pobreza na qual viviam no reino unido era bem diferente.
Todos estavam extremamente insatisfeitos com a Trident, pois, para Norman Sheffield o lucro que deram não era sufficiente para cobrir o valor que investiram no Queen. Como resposta, escolheram John Reid, que também trabalhava com Elton John, como novo gerente de sua carreira. Em agosto daquele ano, o Queen assinou um acordo com a Trident, que custou uma multa rescisória e direito sobre um por cento dos royalties dos próximos seis álbuns de sua discografia.
Sob o comando da EMI, a banda passou a ensaiar para seu próximo álbum e formular as primeiras músicas, individualmente, em sete estúdios diferentes. Uma delas foi ''Bohemian Rhapsody'', que ficaria nove semanas no topo das paradas do Reino Unido, e projetaria a banda mundialmente.
Entretanto, a música, de longa duração e complexa, utilizava-se de muitos vocais, e acabou custando muito caro. Freddie a queria como single, e quase todos estavam de acordo, exceto John Deacon, que estava temeroso, justamente pela duração.
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A EMI teve reação semelhante a John, mas acabou cedendo à pressão e lançou. O medo do Queen era que o trabalho fosse um fracasso, e caso ocorresse, não teria outra alternativa a não ser encerrar as atividades e pagar as dívidas.
Mas ao contrário do que se pensava, tanto a música quanto o álbum receberam boas críticas e vendeu milhões de cópias. Além de ''Bohemian Rhapsody'', a banda lançou ''You're My Best Friend'', de John em um compacto e realizou uma turnê internacional bem sucedida.
A Night At Opera é geralmente considerado o melhor trabalho da carreira do Queen, misturando influências de hard rock, pop, rock progressivo, heavy metal e outros gêneros musicais, assim como foi feito em Sheer Heart Attack.
Durante essa época, o relacionamento de Freddie e Mary Austin teve uma forte crise, embora estivessem noivos. À medida que o sucesso do Queen aumentava, o cantor estava mais distante. Nesta época, o artista conheceu David Minns, um executivo que trabalhava com Paul McCartney, com quem teve um caso.
Logo, Freddie sentiu a necessidade de ser franco com Mary, confessando sua bissexualidade. Mesmo terminando o relacionamento amoroso, mantiveram uma estreita amizade pelos anos que viriam. Do término deste relacionamento, surgiram inspirações que culminaram em parte de A Day At Races. Os demais membros do grupo descobriram a opção sexual de Freddie, que sempre foi muito reservado em relação à sua vida pessoal.
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Bem pessoal, termino aqui a primeira parte de um total de cinco partes sobre a banda Queen, um ícone na música mundial.Curtam mais sobre a banda em:
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